Revista da Madeira - Edição nº 158

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Construção com madeira são mais leves e limpas

O arquiteto inglês Andrew Waugh, especializado na construção com madeira e responsável por projetos de edifícios com este tipo de material, defende que os prédios construídos com madeira são mais leves, possuem um sistema de construção mais limpo, emitem menos carbono e propiciam conforto térmico, pois esquentam menos no período de calor.

O arquiteto acredita que concreto e aço, matérias-primas comumente utilizadas nas estruturas de edifícios, devem se tornar exceção, sendo encarados como materiais alternativos, usados apenas quando necessários. Ele defende a madeira como protagonista da construção civil.

“Prédios de concreto são como fumar cigarro, são como usar um carro com motor a combustão. Chega. Temos que parar com isso”. Ele salienta que o cultivo de uma tonelada de madeira captura da atmosfera uma tonelada de carbono, enquanto a fabricação de concreto libera na atmosfera uma tonelada de carbono.

O arquiteto inglês, sócio do escritório Waugh Thistleton, afirma que a principal vantagem desta tecnologia é o método de produção. Materiais como a Madeira Laminada Cruzada (CLT), que está sendo amplamente empregada nos novos edifícios de madeira, são fabricados separadamente, para serem depois montadas no canteiro de obras.


O sistema está permitindo a construção de prédios de madeira cada vez mais altos. A CLT já aparece em parte de projetos brasileiros na construção com madeira e será um dos “pilares” do Edifício Amata, empreendimento de 13 andares que deverá ser construído na Vila Madalena, em São Paulo. Isso deve acontecer em 2020.

Waugh lembra que alguns países da Europa, além do Canadá, Cingapura, Coreia e Japão, estão incentivando a construção de edifícios de madeira. Ele cita como exemplo o Japão, que vai arcar com 50% do investimento em uma fábrica de CLT. “Eles mudaram as regras para autorizar a construção de prédios de madeira, antes mesmo de o mercado demandar. Adotar taxas de carbono também ajudaria muito. Daqui a 20, 30 anos, o maior desafio econômico do mundo será o desafio climático. Até agora, mal olhamos para isso”.

Para Waugh, o Brasil tem um enorme potencial neste setor, podendo chegar à liderança no mercado, por possuir dois fatores necessários para esta expansão, na sua opinião, como a base florestal e um bom sistema de educação superior. O país tem orgulho do manejo sustentável, além de uma experiência no assunto que falta a muitas outras culturas. Vocês podem liderar o mundo nesse setor.

O arquiteto aproveitou para esclarecer que a CLT é mais resistente ao fogo do que um edifício de concreto, pois a proteção usada nas placas de madeira repele as chamas, além da própria celulose sem um bom isolante térmico. Ele salienta que fez uma experiência para corroborar isto: foi provocado um incêndio em um prédio de madeira, cuja estrutura se manteve íntegra por 72 horas. De acordo com Waugh, um edifício de concreto colapsa antes deste período.

Com relação a problemas que poderiam afetar os edifícios de madeira, como a interferências de pragas, estas são controlados e não geram risco.

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