Voltar
Notícias
(GERAL)
Moveleiros recorrem a insumo importado para reduzir custos
A perda de competitividade causada pelo atual patamar do dólar obrigou os fabricantes de móveis de São Bento do Sul (SC), o maior pólo moveleiro do País, a recorrer à substituição de produtos nacionais por importados para reduzir os custos de produção e tentar fazer frente aos produtos asiáticos. A participação dos importados já responde por cerca de 10% dos insumos comprados pelos fabricantes da região, segundo Álvaro Weiss, vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel) e presidente da Artefama . "No caso das placas de MDF (medium density fiberboard), por exemplo, o custo do produto importado da Argentina e do Chile é cerca de 12% mais barato do que o produto nacional", diz o executivo.
Além do MDF, chapa fabricada a partir da madeira e utilizada no mercado moveleiro, a região tem importado ferragens da China, cola dos Estados Unidos e alguns tipos de vernizes do Chile. Outro produto importado da Argentina é o pinus. Apesar de a oferta brasileira do produto ser competitiva em relação ao importado, os fabricantes de móveis optam por comprar o item no país vizinho para manter o contato com os fornecedores. "Ainda compramos pequenos volumes de pinus, mas se as condições dos argentinos melhorarem, também podemos ampliar as importações desse produto", revela Weiss. A Artefama, a maior exportadora da região, importa grande parte do MDF necessário para a fabricação de seus móveis. "Nos últimos 12 meses, as empresas reduziram custos e estão tentando aumentar a produtividade. No entanto, enquanto o dólar se mantiver abaixo de R$ 2,40, a melhor opção é recorrer às importações", diz. Já a divisão de móveis da Irani importa cerca de 30% de todo o insumo necessário em sua linha de produção. Em média, o preço de colas, ferragens e MDF está cerca de 15% mais barato do que o oferecido por produtores nacionais.
Segundo a Associação da Indústria de Painéis de Madeira (Abipa), as importações de aglomerados, MDF e chapas de fibra cresceram 10% no primeiro semestre, em relação a igual período de 2005. Mas a superintendente executiva da entidade, Rosane Donati, não vê sinais de substituição de produtos nacionais. "As importações de MDF do País estão em patamares normais e a produção acumulada de produtos de madeira no primeiro semestre está em alta", diz. A Masisa, fabricante de MDF, confirma que as vendas para a região de Santa Catarina estão normais. Já a Duratex preferiu não se pronunciar sobre o assunto, enquanto que a direção da Tafisa não foi encontrada pela reportagem do DCI.
Retração
A Irani, assim como a Artefama, direciona suas vendas para o exterior. No ano passado, devido às dificuldades em competir no mercado externo, a Irani foi obrigada a reduzir em 20% o quadro de funcionários. "Diante das dificuldades, trabalhamos novos produtos, com maior valor agregado, buscamos novos clientes e reduzimos nossos custos", afirma a diretora da divisão de móveis da empresa, Cristiana Jahn. Os resultados do trabalho já foram sentidos no primeiro semestre, quando a empresa conseguiu ampliar em 10% suas vendas, em relação a igual período de 2005.
Apesar do cenário de recuperação, a executiva destaca que as vendas da divisão, que faturou R$ 29 milhões no ano passado, ainda são 15% inferiores às registradas no primeiro semestre de 2004.
Outra estratégia da Irani foi renegociar preços e prazos de pagamento com os fornecedores. "Já conseguimos reduzir em 12% nossos gastos com a compra de madeira, tintas, ferragens e também com prestadores de serviços. Já em relação a prazos, elevamos de 30 dias para algo entre 40 e 42 dias o período para os pagamentos", diz ela.
A Weihermann, uma das mais tradicionais exportadoras do setor e que destina ao exterior cerca de 90% da produção, também busca soluções para manter a competitividade no mercado externo. A empresa optou por importar colas dos Estados Unidos e ferragens da China, essas alcançando valores até 50% menores do que similares nacionais, segundo o presidente da companhia, Udo Weihermann. Além de importar insumos, a empresa não descarta uma possível entrada mais agressiva no mercado interno, apesar de não ser muito provável em curto prazo. Atualmente cerca de 10% do faturamento da Weihermann provém do mercado nacional, tendo como parceiro a rede Tok & Stok.
A redução nas vendas e na produção das empresas catarinenses fez com que a participação do estado nas exportações do setor encerrassem o ano passado em 42% - o estado já respondeu por 52% das vendas externas do setor, em 2002. As exportações dos moveleiros catarinenses no primeiro semestre totalizaram US$ 172,4 milhões, queda de 24,3% sobre os US$ 227,8 milhões comercializados em igual período de 2005, de acordo com a Abimóvel.
Com as dificuldades em garantir as vendas para o exterior, as empresas foram obrigadas também a cortar postos de trabalho. No ano passado, os moveleiros catarinenses demitiram aproximadamente 6,5 mil pessoas, de acordo com a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc). "Na exportação, a queda do dólar reduziu nossa competitividade. O industrial que não se adequar ao cenário perde o cliente. No mercado interno, parte das empresas que exportava redirecionou a produção para o mercado doméstico, aumentando a oferta interna", afirma o presidente da Associação dos Moveleiros do Oeste de Santa Catarina, Nivaldo Luiz Lazaron.
O cenário dos fabricantes de móveis de Santa Catarina este ano, no entanto, dá sinais de melhoria em decorrência da redução de custos de produção. No primeiro semestre de 2006, o setor moveleiro do estado abriu cerca de 1,4 mil vagas. "Em 2005, esse setor foi o que mais desempregou no estado. No entanto, as empresas tentaram aprimorar o design dos produtos, reduzir os preços e buscar novos mercados compradores", afirma o 1º vice-presidente da Fiesc, Glauco Côrte.
Ele destaca que outro agravante para os fabricantes de móveis do estado foi a retenção do repasse de créditos federais e estaduais para os exportadores. "Apenas em São Bento do Sul os tributos federais a serem devolvidos às empresas totalizam entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões", revela.
Sem recursos no mercado interno e com a queda registrada nas exportações, a saída para os fabricantes é mesmo importar. "Essa opção é benéfica quando é decorrente de um crescimento do País, mas na atual conjuntura ela só acontece como forma de substituição da produção nacional", alerta Côrte.
DCI Global 21
Além do MDF, chapa fabricada a partir da madeira e utilizada no mercado moveleiro, a região tem importado ferragens da China, cola dos Estados Unidos e alguns tipos de vernizes do Chile. Outro produto importado da Argentina é o pinus. Apesar de a oferta brasileira do produto ser competitiva em relação ao importado, os fabricantes de móveis optam por comprar o item no país vizinho para manter o contato com os fornecedores. "Ainda compramos pequenos volumes de pinus, mas se as condições dos argentinos melhorarem, também podemos ampliar as importações desse produto", revela Weiss. A Artefama, a maior exportadora da região, importa grande parte do MDF necessário para a fabricação de seus móveis. "Nos últimos 12 meses, as empresas reduziram custos e estão tentando aumentar a produtividade. No entanto, enquanto o dólar se mantiver abaixo de R$ 2,40, a melhor opção é recorrer às importações", diz. Já a divisão de móveis da Irani importa cerca de 30% de todo o insumo necessário em sua linha de produção. Em média, o preço de colas, ferragens e MDF está cerca de 15% mais barato do que o oferecido por produtores nacionais.
Segundo a Associação da Indústria de Painéis de Madeira (Abipa), as importações de aglomerados, MDF e chapas de fibra cresceram 10% no primeiro semestre, em relação a igual período de 2005. Mas a superintendente executiva da entidade, Rosane Donati, não vê sinais de substituição de produtos nacionais. "As importações de MDF do País estão em patamares normais e a produção acumulada de produtos de madeira no primeiro semestre está em alta", diz. A Masisa, fabricante de MDF, confirma que as vendas para a região de Santa Catarina estão normais. Já a Duratex preferiu não se pronunciar sobre o assunto, enquanto que a direção da Tafisa não foi encontrada pela reportagem do DCI.
Retração
A Irani, assim como a Artefama, direciona suas vendas para o exterior. No ano passado, devido às dificuldades em competir no mercado externo, a Irani foi obrigada a reduzir em 20% o quadro de funcionários. "Diante das dificuldades, trabalhamos novos produtos, com maior valor agregado, buscamos novos clientes e reduzimos nossos custos", afirma a diretora da divisão de móveis da empresa, Cristiana Jahn. Os resultados do trabalho já foram sentidos no primeiro semestre, quando a empresa conseguiu ampliar em 10% suas vendas, em relação a igual período de 2005.
Apesar do cenário de recuperação, a executiva destaca que as vendas da divisão, que faturou R$ 29 milhões no ano passado, ainda são 15% inferiores às registradas no primeiro semestre de 2004.
Outra estratégia da Irani foi renegociar preços e prazos de pagamento com os fornecedores. "Já conseguimos reduzir em 12% nossos gastos com a compra de madeira, tintas, ferragens e também com prestadores de serviços. Já em relação a prazos, elevamos de 30 dias para algo entre 40 e 42 dias o período para os pagamentos", diz ela.
A Weihermann, uma das mais tradicionais exportadoras do setor e que destina ao exterior cerca de 90% da produção, também busca soluções para manter a competitividade no mercado externo. A empresa optou por importar colas dos Estados Unidos e ferragens da China, essas alcançando valores até 50% menores do que similares nacionais, segundo o presidente da companhia, Udo Weihermann. Além de importar insumos, a empresa não descarta uma possível entrada mais agressiva no mercado interno, apesar de não ser muito provável em curto prazo. Atualmente cerca de 10% do faturamento da Weihermann provém do mercado nacional, tendo como parceiro a rede Tok & Stok.
A redução nas vendas e na produção das empresas catarinenses fez com que a participação do estado nas exportações do setor encerrassem o ano passado em 42% - o estado já respondeu por 52% das vendas externas do setor, em 2002. As exportações dos moveleiros catarinenses no primeiro semestre totalizaram US$ 172,4 milhões, queda de 24,3% sobre os US$ 227,8 milhões comercializados em igual período de 2005, de acordo com a Abimóvel.
Com as dificuldades em garantir as vendas para o exterior, as empresas foram obrigadas também a cortar postos de trabalho. No ano passado, os moveleiros catarinenses demitiram aproximadamente 6,5 mil pessoas, de acordo com a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc). "Na exportação, a queda do dólar reduziu nossa competitividade. O industrial que não se adequar ao cenário perde o cliente. No mercado interno, parte das empresas que exportava redirecionou a produção para o mercado doméstico, aumentando a oferta interna", afirma o presidente da Associação dos Moveleiros do Oeste de Santa Catarina, Nivaldo Luiz Lazaron.
O cenário dos fabricantes de móveis de Santa Catarina este ano, no entanto, dá sinais de melhoria em decorrência da redução de custos de produção. No primeiro semestre de 2006, o setor moveleiro do estado abriu cerca de 1,4 mil vagas. "Em 2005, esse setor foi o que mais desempregou no estado. No entanto, as empresas tentaram aprimorar o design dos produtos, reduzir os preços e buscar novos mercados compradores", afirma o 1º vice-presidente da Fiesc, Glauco Côrte.
Ele destaca que outro agravante para os fabricantes de móveis do estado foi a retenção do repasse de créditos federais e estaduais para os exportadores. "Apenas em São Bento do Sul os tributos federais a serem devolvidos às empresas totalizam entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões", revela.
Sem recursos no mercado interno e com a queda registrada nas exportações, a saída para os fabricantes é mesmo importar. "Essa opção é benéfica quando é decorrente de um crescimento do País, mas na atual conjuntura ela só acontece como forma de substituição da produção nacional", alerta Côrte.
DCI Global 21
Fonte:
Notícias em destaque

Veracel é considerada uma das melhores empresas para trabalhar pelo ranking GPTW de Diversidade
Empresa foi reconhecida por suas práticas de inclusão e equidade no ambiente corporativo e no território onde atua
A...
(GERAL)

Espírito Madeira 2025 promete impulsionar negócios e inovação nas Montanhas Capixabas
Participe da 3ª edição da Espírito Madeira – Design de Origem e descubra um dos principais eventos dedicados ao...
(EVENTOS)

Exportações de celulose do Brasil mantêm competitividade diante de incertezas globais
Moody’s destaca vantagens do setor no país, mesmo com tensões comerciais e menor demanda da China
As exportadoras de...
(MERCADO)

Árvores da Amazônia revelam cenário preocupante no bioma
Análises feitas em duas espécies de árvores revelaram mudanças importantes no ciclo de chuvas na Amazônia nos...
(GERAL)

Forro de madeira: como ele transforma ambientes com charme, conforto e personalidade
Uma solução versátil que une estética natural, isolamento térmico e valorização do projeto...
(MADEIRA E PRODUTOS)

Por que as bancadas de madeira estão conquistando projetos de alto padrão?
Com beleza natural e múltiplas aplicações, elas são protagonistas no design de interiores contemporâneo
A...
(MADEIRA E PRODUTOS)