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A silvicultura brasileira deu origem a riquíssimo patrimônio econômico, social, ambiental e cultural. Tudo resultado das florestas plantadas e da produtividade elevada e competitiva! Foram gerados milhões de empregos, renda e vida a um mundo de atividades que orbitam no entorno da silvicultura!
Diante de tamanha importância, todos os cuidados devem ser adotados para que esse processo produtivo não sofra solução de continuidade.
Há, no entanto, alertas que preocupam e devem chamar a atenção dos silvicultores. E, aqui, mora o perigo! Quanto aos alertas, nenhuma novidade.
A produtividade das florestas tem sido destacada como a grande prioridade a ser trabalhada. Fala-se em estagnação e até em declínio da produtividade, especialmente nas novas regiões, em que se concentram os grandes empreendimentos.
Há também a necessidade de se definir ações concretas a respeito da sustentabilidade. Os discursos continuam cheios de pompas, mas há necessidade de intervenções operacionais, lá no campo, para que se consiga, de fato, mais proteção aos recursos hídricos, à conservação da biodiversidade e harmonização da paisagem. Da mesma forma, mas com honrosas exceções, o fomento florestal, ainda continua mais como tema de integração comunitária do que alternativa de política de suprimento empresarial. Nessa mesma linha, a profissionalização dos terceiros, que tem tudo a ver com a qualidade das florestas, talvez por falta da devida valorização, ainda não evoluiu o suficiente para se transformar em verdadeira parceria.
E há de se destacar, também como fator primordial para qualidade das florestas, o distanciamento de campo, que se verifica no dia-a-dia dos silvicultores.
Na verdade, os alertas apresentados têm valor relativo. Importa mesmo o encaminhamento e as ações que podem trazer melhorias ao processo produtivo.
O desenvolvimento da silvicultura se deu através de pesquisas e experimentações e num ambiente de participação conjunta e colaborativa. Os que participaram dos períodos áureos da silvicultura brasileira, creditam a esse ambiente construtivo, a causa principal do sucesso setorial!
Diante dessa premissa, fica para reflexão: será que a parceria entre empresas e a integração com as universidades, que engrandeceu e enobreceu o setor, se mantém viva e forte, nos tempos atuais?
Dessa reflexão ficam dúvidas e incertezas!
Será que a intensidade dos alertas apresentados ainda não foram suficientes para mobilizar as forças atuantes do setor? Ou essa acomodação enganosa é resultado da certeza de que com recursos e inegável competência técnica qualquer problema se resolverá a tempo e hora?
Do exposto resta a dúvida quanto à insuficiência de tempo para que socorros emergenciais apresentem resultados, antes que o sucesso da silvicultura seja impactado!
Nelson Barboza Leite - Agrônomo - Silvicultor - nbleite@uol.com.br
Fonte: Comunidade de Silvicultura