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Notícias

22
jun
2018
(GERAL)
Quantas árvores por habitante são necessárias nas cidades?

A flora urbana desempenha um papel importante na mitigação dos impactos ambientais. O grande pode absorver até 150 quilos de CO2 por ano

O desafio da saúde ambiental e humana nas cidades está em pauta há décadas. E sua urgência está crescendo. As árvores urbanas desempenham um papel importante na mitigação de alguns desses impactos. E por essa razão, os parâmetros de árvores e espaços verdes urbanos são inevitáveis no atual planejamento urbano.

A OMS assegurou que é preciso pelo menos uma árvore para cada três habitantes respirar melhor ar nas cidades e um mínimo entre 10 e 15 metros quadrados de área verde por habitante. Um estudo da cidade de Toronto (Canadá) revelou que o simples fato de ter mais 10 árvores em uma maçã da cidade melhorava a percepção da saúde de seus habitantes. E ele fez isso de uma forma comparável a um aumento de US $ 10.000 em renda pessoal, ou a se sentir sete anos mais jovem.

Mais da metade da população mundial vive nas cidades, e prevê-se que até 2050 ela aumentará para 66%. Uma porcentagem que em algumas áreas do planeta será muito maior. Segundo o Banco Mundial, nove em cada dez latino-americanos viverão em uma cidade pelas próximas quatro décadas, por exemplo. E não é novidade dizer que esse crescimento urbano e a consequente pressão humana têm forte impacto sobre o território.

Um estudo da cidade de Toronto (Canadá) revelou que o simples fato de ter mais 10 árvores em um quarteirão da cidade melhorou a percepção da saúde de seus habitantes.

A flora das cidades funciona como excelentes filtros para poluentes urbanos e partículas finas. Eles absorvem dióxido de carbono, a principal causa do aquecimento global, enquanto liberam oxigênio. Uma árvore grande pode absorver até 150 quilos de CO2 por ano. Eles também reduzir a poluição sonora, que é atenuada pela folhagem, aumentar a biodiversidade urbana, contribuir para a termorregulação (pode ajudar a resfriar o ar entre dois e oito graus), o que pode levar a uma redução no verão a necessidade de ar condicionado por 30% e contas de aquecimento no inverno entre 20% e 50%. As árvores nas cidades regulam o fluxo de água e desempenham um papel fundamental na prevenção de inundações e na redução dos riscos de desastres naturais. Um perennifolio ou árvore madura de folha verde permanente, por exemplo, pode interceptar mais de 15.000 litros de água por ano. Vários estudos afirmam que viver perto de espaços verdes urbanos pode melhorar a saúde física e mental e a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) aponta que eles ajudam a reavaliar a área, ajudando a alcançar um retorno de até 20 pessoas. % adicionado

Treepedia é uma web com mapas interativos que mostram a densidade de áreas verdes em algumas cidades do mundo, criada pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology). Os pesquisadores usaram informações do Google Street View para determinar o que eles chamam de índice de visão verde, que quantifica a porcentagem da cobertura total de áreas verdes em cada cidade com base em imagens aéreas. Quando o projeto foi lançado em 2016, a Treepedia tinha 10 cidades, mas outras vinte já foram adicionadas à lista.

Hoje, algumas dessas cidades com uma maior percentagem de áreas verdes são: Cingapura (29,3%), um dos poucos que tem uma floresta tropical dentro de sua própria demarcação e onde se considera que existem mais espécies de árvores em toda a América do Norte; Sydney, na Austrália (25,9%); Vancouver, no Canadá (25,9%); Cambridge, Massachusetts (25,3%); Durban, na África do Sul (23,7%); o Curitiba (Brasil), com uma área verde por habitante de cerca de 50 metros quadrados.

Na Europa, além disso, a cidade de Sheffield, com dois milhões de árvores no total, e um espaço verde superior a 60%; Frankfurt, na Alemanha, cujas áreas verdes, segundo a Treepedia, cobrem 21,5% de seu território. Madrid, tem mais de 300.000 árvores em sua parcela urbana e 220 espécies diferentes (principalmente pinho, banana, sombra e azinheiras). 72% dessas árvores de Madri são "alinhadas", ou seja, estão nas calçadas, próximas às ruas. E eles somam 5.000 hectares de áreas verdes e espaços públicos paisagísticos.

A Câmara Municipal de Madri quantificou, pela primeira vez este ano, que as árvores do município conseguem atrair 673 toneladas de poluição por ano. A FAO afirma que uma cidade com uma infraestrutura verde bem planejada e bem gerenciada se torna mais resiliente e sustentável. E ele garante que, ao longo de sua vida, as árvores urbanas podem proporcionar benefícios que valem duas ou três vezes mais do que o investimento em sua plantação e cuidado. Pesquisadores e urbanistas corroboram isso.

Um estudo publicado em Modelação Ecológica, estima que 20% da planta uma árvore nas megacidades dobrar os benefícios das florestas urbanas, tais como a redução da poluição, sequestro de carbono e eficiência no uso de energia. Para isso, ele usou uma ferramenta chamada I-Tree Canopy, que estima a cobertura atual das árvores nas cidades e o potencial para uma maior cobertura florestal urbana e determina os benefícios que isso traria. The Nature Conservancy realizou um estudo em 245 cidades ao redor do mundo que se beneficiariam mais de uma política de plantio de árvores.

Os resultados foram ótimos para megaurbanos densamente povoados no Paquistão, na Índia e no sudeste da Ásia. Embora as cidades cubram apenas 3% da superfície terrestre do planeta, elas geram três quartos das emissões de carbono e consomem dois terços da energia gerada globalmente. Tudo indica que é hora de regenerar os ecossistemas urbanos.

Fonte: Infoslyva/Remade

ITTO Sindimadeira_rs