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Notícias

27
abr
2017
(GERAL)
PF realiza operações no AP contra exploração ilegal de madeira

PF realiza operações no Amapá contra esquema que facilitava exploração ilegal de madeira

100 agentes cumprem 37 mandados em quatro municípios do estado. Empresa aliciava comunidades para extração ilegal e servidores facilitavam liberação da madeira.

Cerca de 100 agentes da Polícia Federal (PF) cumprem na manhã desta quarta-feira (26) um total de 37 mandados, entre ações de prisão, condução coercitiva e busca e apreensão, referentes à duas operações que investigam a participação de servidores públicos em um esquema de exploração ilegal de madeira.

As operações Pantalassa e Quantum Debeatur atuam em quatro municípios: Macapá, Santana, Porto Grande e Pedra Branca do Amapari. Na capital, parte das ações se concentraram no prédio do Instituto de Meio Ambiente e Ordenamento Territorial do Amapá (Imap).

Na operação Pantalassa, a PF adiantou que a investigação identificou uma empresa de mineração que aliciava moradores de assentamentos rurais a retirar madeira ilegal nas propriedades em quantidades superiores às permitidas pela legislação ambiental.

O desmatamento foi identificado em pelo menos três assentamentos, Nova Canaã, Nova Colina e Munguba, todos no interior do Amapá. Servidores públicos são suspeitos de facilitar a liberação de licenças para autorização da retirada irregular da madeira.

Estão sendo cumpridos 17 mandados de condução coercitiva, 15 de busca e apreensão e um de prisão preventiva referentes à operação Pantalassa.

Os investigados respondem pelos crimes de desmatamento, lavagem de dinheiro, associação criminosa, usurpação de bem da União, extração e pesquisa ilegal de minério, corrupção ativa e transporte de madeira sem documento de origem. Penas podem chegar a 30 anos.

Na operação Quantum Debateur, a PF apura o envolvimento de servidores do Imap na concessão e transferência indevida de créditos florestais para madeireiras. Três mandados de condução coercitiva e um de busca e apreensão foram realizados.

A corporação acrescentou que mais de 51 mil metros cúbicos em créditos de reposição florestal foram cedidos ilegalmente entre 2014 e 2016, com isso, a madeira extraída de forma irregular era legalizada junto aos órgãos.

Os investigados podem responder por inserção de dados falsos em sistemas da Administração e elaboração de concessão florestal falso. As penas podem chegar a 18 anos de prisão.

Pantalassa e Quantum Debeatur

Sobre o nome das operações a PF justificou que Pantalassa "era o vasto oceano que rodeava o supercontinente Pangeia", que faz referência ao nome da mineradora investigada.

Quantum Debeatur, seria o termo em latim para “quantia devida”, que se refere aos créditos indevidos transferidos de forma irregular pelo Imap.

Fonte: John Pacheco, G1 AP, Macapá

ITTO Sindimadeira_rs