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Madeiras brasileiras e exóticas

Sete-Capotes

Sete-Capotes

Taxonomia e Nomenclatura
Divisão: AngiospermaeClado: Rosídeas
Ordem: Myrtales
Família: Myrtaceae
Gênero: Campomanesia
Espécie: Campomanesia guazumifolia (Cambess.)O. Berg.
Publicação: in Linnaea, 27: 434. 1856.
Sinonímia botânica: Britoa sellowiana Berg.;Psidium guazumaefolia Cambessèdes.
Nomes vulgares por Unidades da Federação: no Espírito Santo e no Estado do Rio de Janeiro,gabiroba; em Goiás, araçá; em Mato Grosso do Sul,sete-capotes; em Minas Gerais, araçá, araçá-do-mato, gabiroba, gabirobão, goiabinha, guabiroba,sete-capotes e sete-casacas; no Paraná, araçá-do-mato, capoteira, capote, capoteiro, guavirova,pêssego-do-mato, sete-capota, sete-capotas, sete-capote, sete-capotes e solta-capotes; no Rio Grande do Sul, araçá-do-mato, araçazeiro-grande, capoteira,sete-capas e sete-capotes; em Santa Catarina,capote, capoteira, sete-capas, sete-capotes e sete-casacas; e no Estado de São Paulo, araçá, gabiroba,ibirá-piroca, sete-capotes e sete-casacas.
Nomes vulgares no exterior: na Argentina, marmelero e siete capotes, e no Paraguai, ñandú-a-puyzá.
Etimologia: o nome genérico Campomanesia é em memória a P. Rodrigues de Campomanes, naturalista espanhol; o epíteto específico guazumifolia deriva das folhas semelhantes às dogênero Guazuma, nome de origem mexicana

Clima
Precipitação pluvial média anual: de 770 mm, no Estado do Rio de Janeiro, a 2.000 mm, na Bahia.
Regime de precipitações: chuvas uniformemente distribuídas na Região Sul (exceto o norte do Paraná) e no sudoeste do Estado de São Paulo e chuvas periódicas nas demais regiões.

Solos
Campomanesia guazumifolia tolera solos pedregosos, desde que tenham um razoável teor de matéria orgânica.

Tecnologia de Sementes
Colheita e beneficiamento: quando maduros, os frutos caem inteiros, podendo ser colhidos para retirada da parte carnosa das sementes por meio de maceração e de decantação. Deve-se ter cuidado para que as sementes não sequem totalmente e nem fiquem expostas ao sol pleno, para não perderem o poder germinativo(

Produção de Mudas
Semeadura: a semeadura pode ser feita em sementeira, usando-se uma cobertura leve ou semeando-se duas sementes em sacos de polietileno com dimensão mínima de 20 cm de altura e 7 cm de diâmetro, ou em tubetes de polipropileno de tamanho médio. Se necessária, a repicagem pode ser feita em embalagens individuais, quando as mudas atingirem 3 cm a5 cm de altura.
Germinação: é hipógea ou criptocotiledonar.A emergência tem início de 15 a 30 dias. O tempo  mínimo em viveiro é de 8 meses após a semeadura.

Características Silviculturais
O sete-capotes é uma espécie mesófila até esciófila, que tolera baixas temperaturas.
Hábito: variável, desde fuste retilíneo com crescimento monopodial a exemplares com troncos irregulares, levemente tortuosos e com presença de bifurcações a partir de 2,00 m de altura.
Métodos de regeneração: recomenda-se plantio misto ou em vegetação matricial sob cobertura. Essa espécie rebrota da touça.

Crescimento e Produção
O crescimento do sete-capotes é lento

Características da Madeira
Massa específica aparente (densidade): amadeira do sete-capotes é moderadamente densa,0,61 g.cm-3.
Cor: o alburno é claro e o cerne é mais escuro.
Características gerais: a madeira dessa espécie é muito durável.

Produtos e Utilizações
Aproveitamento alimentar: o sete-capotes é uma importante árvore frutífera silvestre, com frutos doces e comestíveis, apreciados pelo ser humano – principalmente pelos indígenas – e pela fauna. Na indústria de alimentos, podem ser aproveitados em doces e possivelmente na elaboração de sucos e de sorvetes.
Apícola: essa espécie é melífera.
Celulose e papel: a madeira do sete-capotes é inadequada para esse uso. O comprimento das fibras é de 0,64 mm e a porcentagem de lignina com a cinza é de 33,43 %.
Energia: a madeira de Campomanesiaguazumifolia é recomendada para lenha e carvão.
Madeira serrada e roliça: a madeira dessa espécie tem emprego em obras internas e externas, e em tabuado em geral. Na Região Metropolitana de Curitiba, PR, é utilizável para cabos de ferramentas ou de utensílios domésticos.
Medicinal: na medicina popular, as folhas do sete-capotes são indicadas para uso interno(infusão e decocção) por suas propriedades adstringentes no tratamento de diarréia. Os índios de várias etnias do Paraná e de Santa Catarina usam as folhas dessa espécie como fortificante (engorda).
Paisagístico: essa espécie pode ser usada como ornamental. Crescimento de Campomanesia guazumifolia em plantios mistos, no Paraná.

Espécies Afins
O gênero Campomanesia Ruiz & Pavón apresenta25 espécies distribuídas do México à Argentina. Dessas, 15 espécies ocorrem no Brasil.

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