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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Clone de eucalipto garante madeira para siderúrgicas
Diante da crescente demanda por eucalipto, principalmente para a produção de ferro-gusa (matéria-prima para a fabricação de aço), as siderúrgicas já estão se preparando para garantir seu fornecimento de madeira para os próximos anos. Os aliados da vez são ‘clones’ que ampliam a produtividade e o rendimento.
Para tentar evitar a falta de oferta do eucalipto, a direção da Acesita Energética , uma das maiores reflorestadoras do País, busca soluções dentro da sua própria área de cultivo. Ainda neste ano, na região de Itamarandiba, no Vale do Jequitinhonha mineiro, a empresa deve ampliar o plantio de um tipo diferenciado de eucalipto, que chega a produzir seis vezes mais madeira do que as plantações dos anos 70, quando a matéria-prima era importada da Austrália.
"A grande vantagem desse ‘clone’ é que em uma mesma área a produção pode ser ampliada até seis vezes, gerando economia para a empresa que não precisa investir na ampliação da sua área de plantio", afirma o presidente, Rubens Teodoro.
Com uma produção de 150 mil mudas por dia (o viveiro da empresa tem capacidade para produzir 23 milhões de mudas por ano), a Acesita espera ampliar a atual produção para 28 milhões, ainda neste ano, nos seus 90 mil hectares. Segundo o presidente da Acesita Energética, a empresa deverá transformar a matriz energética de seus dois fornos. Atualmente, apenas um utiliza carvão. O outro utiliza o coque de carvão mineral. "Vamos fazer esta mudança em breve. Assim como também pretendemos passar a produzir apenas essa nova variedade de eucalipto (HC-1528). Porém, isso deve ser feito aos poucos."
A empresa utiliza hoje cinco espécies diferentes de eucalipto
simultaneamente, temendo concentrar toda a produção em um único tipo e ter sua floresta dizimada por pragas. Como deve fazer a transição para o ‘clone’ aos poucos, a Acesita colocará o produto à disposição do mercado em dois anos. "A nova árvore é mais alta, mais encorpada, com mais densidade e resistência mecânica. Isso significa que possui mais volume de madeira, produz mais energia, mais carvão e oferece resistência semelhante à do carvão mineral, que é uma espécie de pedra. Essa qualidade faz com que, na prática, ele não seja esmagado pelo minério dentro do alto-forno", garante Teodoro.
Alerta
Em virtude da falta de políticas públicas adequadas e do desinteresse da iniciativa privada pelo negócio, a expectativa é de que somente as grandes empresas tenham, no futuro, a garantia de fornecimento do insumo. Os demais segmentos, especialmente os ‘guseiros’, terão dificuldades para conviver com o chamado ‘apagão florestal’, que já ameaça parte da cadeia produtiva, segundo Teodoro, que faz um alerta ao poder público.
"Teremos problemas no futuro próximo se não forem revistas as condições de financiamento para o segmento", afirma, ressaltando que a iniciativa privada está desmotivada de investir. "É um negócio que demanda muito capital de giro para a manutenção da área plantada, que só vira produto depois de sete anos. Como os financiamentos são inadequados, os empresários estão desmotivados."
Oferta atual
O eucalipto é matéria-prima usada em 70% dos 5,4 milhões de toneladas de celulose produzida no Brasil, anualmente. Dele também resultam 14,4 milhões de toneladas de carvão, utilizados na produção de ferro-gusa. A produção de ferro-gusa em Minas Gerais responde por 60% da produção nacional e oscila entre 4 a 5 milhões de toneladas/ano. O setor fatura anualmente R$ 1,3 bilhão, sendo que R$ 700 milhões com as exportações e R$ 600 milhões com as vendas internas. O mercado externo absorve 2 milhões de toneladas a cada ano. A região central é o pólo de produção do estado, abrigando 41 empresas. O setor gera 15 mil empregos diretos e 50 mil indiretos.
Embrapa
A Embrapa Florestas desenvolve diversos estudos na área de eucalipto, e entre os principais atualmente está o que busca integrar a produção da árvore a outras culturas agrícolas. Segundo o pesquisador da Embrapa Florestas, Paulo Eduardo Telles dos Santos, em alguns experimentos a área ocupada por eucaliptos é compartilhada com outras culturas por até 18 meses após o plantio da árvore. O pesquisador diz ainda que esse sistema, chamado de agrosilvopastoril, pode ser uma via para redução de custos. "Já existem experimentos e dados de campo nesse sentido. Ainda não temos números efetivos, mas já percebemos que é possível."
Fonte: ABTCP - 17/08/2004
Para tentar evitar a falta de oferta do eucalipto, a direção da Acesita Energética , uma das maiores reflorestadoras do País, busca soluções dentro da sua própria área de cultivo. Ainda neste ano, na região de Itamarandiba, no Vale do Jequitinhonha mineiro, a empresa deve ampliar o plantio de um tipo diferenciado de eucalipto, que chega a produzir seis vezes mais madeira do que as plantações dos anos 70, quando a matéria-prima era importada da Austrália.
"A grande vantagem desse ‘clone’ é que em uma mesma área a produção pode ser ampliada até seis vezes, gerando economia para a empresa que não precisa investir na ampliação da sua área de plantio", afirma o presidente, Rubens Teodoro.
Com uma produção de 150 mil mudas por dia (o viveiro da empresa tem capacidade para produzir 23 milhões de mudas por ano), a Acesita espera ampliar a atual produção para 28 milhões, ainda neste ano, nos seus 90 mil hectares. Segundo o presidente da Acesita Energética, a empresa deverá transformar a matriz energética de seus dois fornos. Atualmente, apenas um utiliza carvão. O outro utiliza o coque de carvão mineral. "Vamos fazer esta mudança em breve. Assim como também pretendemos passar a produzir apenas essa nova variedade de eucalipto (HC-1528). Porém, isso deve ser feito aos poucos."
A empresa utiliza hoje cinco espécies diferentes de eucalipto
simultaneamente, temendo concentrar toda a produção em um único tipo e ter sua floresta dizimada por pragas. Como deve fazer a transição para o ‘clone’ aos poucos, a Acesita colocará o produto à disposição do mercado em dois anos. "A nova árvore é mais alta, mais encorpada, com mais densidade e resistência mecânica. Isso significa que possui mais volume de madeira, produz mais energia, mais carvão e oferece resistência semelhante à do carvão mineral, que é uma espécie de pedra. Essa qualidade faz com que, na prática, ele não seja esmagado pelo minério dentro do alto-forno", garante Teodoro.
Alerta
Em virtude da falta de políticas públicas adequadas e do desinteresse da iniciativa privada pelo negócio, a expectativa é de que somente as grandes empresas tenham, no futuro, a garantia de fornecimento do insumo. Os demais segmentos, especialmente os ‘guseiros’, terão dificuldades para conviver com o chamado ‘apagão florestal’, que já ameaça parte da cadeia produtiva, segundo Teodoro, que faz um alerta ao poder público.
"Teremos problemas no futuro próximo se não forem revistas as condições de financiamento para o segmento", afirma, ressaltando que a iniciativa privada está desmotivada de investir. "É um negócio que demanda muito capital de giro para a manutenção da área plantada, que só vira produto depois de sete anos. Como os financiamentos são inadequados, os empresários estão desmotivados."
Oferta atual
O eucalipto é matéria-prima usada em 70% dos 5,4 milhões de toneladas de celulose produzida no Brasil, anualmente. Dele também resultam 14,4 milhões de toneladas de carvão, utilizados na produção de ferro-gusa. A produção de ferro-gusa em Minas Gerais responde por 60% da produção nacional e oscila entre 4 a 5 milhões de toneladas/ano. O setor fatura anualmente R$ 1,3 bilhão, sendo que R$ 700 milhões com as exportações e R$ 600 milhões com as vendas internas. O mercado externo absorve 2 milhões de toneladas a cada ano. A região central é o pólo de produção do estado, abrigando 41 empresas. O setor gera 15 mil empregos diretos e 50 mil indiretos.
Embrapa
A Embrapa Florestas desenvolve diversos estudos na área de eucalipto, e entre os principais atualmente está o que busca integrar a produção da árvore a outras culturas agrícolas. Segundo o pesquisador da Embrapa Florestas, Paulo Eduardo Telles dos Santos, em alguns experimentos a área ocupada por eucaliptos é compartilhada com outras culturas por até 18 meses após o plantio da árvore. O pesquisador diz ainda que esse sistema, chamado de agrosilvopastoril, pode ser uma via para redução de custos. "Já existem experimentos e dados de campo nesse sentido. Ainda não temos números efetivos, mas já percebemos que é possível."
Fonte: ABTCP - 17/08/2004
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