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Com boas expectativas para as exportações de 2012, o presidente da Movergs, Ivo Cansan, está confiante com a superação do setor, diante da crise que atingiu a indústria moveleira em 2011. A previsão é que haja um crescimento de até 35% até o final deste ano.
Uma das áreas mais atingidas pela crise financeira internacional, a indústria moveleira gaúcha segue em busca de recuperação. Em 2011, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o setor levantou US$ 203,5 milhões em negócios internacionais, queda de 3,5% frente a 2010.
Na comparação com 2008, quando o segmento teve faturamento recorde de US$ 289,2 milhões no exterior, o resultado evidencia uma retração de 29,7%. Os números obtidos em janeiro de 2012, no entanto, dão um alento para reverter os prejuízos acumulados recentemente. No período, as exportações geraram US$ 12,8 milhões, acréscimo de 11,7% diante do primeiro mês de 2011.
O presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Rio Grande do Sul (Movergs), Ivo Cansan, classifica o desempenho obtido no mês passado como surpreendente e projeta dias melhores pela frente. “Chegamos ao final de 2011 piores do que em 2009, quando fomos bastante afetados pela crise. Imaginamos que, em 2012, a gente dê a partida para uma recuperação, mas não sabemos em quanto tempo vamos atingir o patamar de antes da crise”, diz o dirigente da entidade, que espera uma expansão de 10% no faturamento com exportações em 2012.
Explorar novos nichos de atuação e buscar acordos com países antes deixados em segundo plano são as táticas utilizadas por algumas empresas para driblar o mercado retraído. Com foco na África, América do Sul, América Central e Caribe, a Bertolini teve uma expansão de 56% nas exportações entre 2010 e 2011. Há seis anos, a empresa de Bento Gonçalves passou a adotar uma nova postura para captar clientes estrangeiros. Emissários começaram a visitar distintas nações divulgando os produtos, um centro de distribuição foi construído na Guatemala em 2009 e se instalou um corpo de atuação com 27 pessoas na Colômbia. Não à toa, essas duas localidades se tornaram grandes compradoras da marca.
“Trabalhamos muito com serviços, treinamento nas lojas e pontos de venda em alguns países. Vemos que isso ajudou bastante a ter essa elevação no faturamento”, aponta Alex Bertolini, gerente de exportações da Bertolini. América do Sul, África e América Central são, nessa ordem, os principais consumidores das cozinhas de aço, item que responde por mais de 90% do volume comercializado. “Esses mercados são nossas prioridades. Hoje não temos interesse nos Estados Unidos e na Europa”, revela.
Mesmo assim, o desempenho da Bertolini em terras estrangeiras é uma exceção da regra. De um modo geral, os fabricantes têm amargado resultados pouco satisfatórios. Em 2011, a Treboll, de Flores da Cunha, vendeu US$ 6,8 milhões aos gringos, 20% a menos que nos 12 meses anteriores. O dólar desvalorizado, tido como o principal vilão do setor, fez com que a empresa repensasse sua estratégia. Antes apenas exportadora, a fábrica passou a explorar o mercado interno há um ano. Desde então, 10% dos negócios tiveram estados brasileiros como destino. O plano para as próximas temporadas é tornar a venda no Brasil a principal fonte de renda. Em 2012, a projeção é captar 40% do faturamento global no País. Para 2013, a meta é ampliar essa participação para 60%.
“Temos uma filosofia voltada para mercado externo. É difícil mudar isso, mas vamos tentar. Vamos trabalhar com um limite de exportação e atacar mesmo o mercado interno, que tem uma perspectiva de crescimento maior”, justifica o dono da Treboll, Vilson Toigo. O dirigente, porém, destaca que os primeiros meses de 2012 têm sido bons junto aos clientes internacionais. Até o fim deste mês, a companhia deve captar US$ 1,3 milhão com negócios de móveis em pínus no Reino Unido, França, Alemanha e Canadá.
“Estamos tranquilos, pois temos uma programação fechada até o final de abril e pré-agendada até junho. O problema é se o dólar baixar mais”, diz Toigo. Diante desse cenário, a expectativa é ter um crescimento de 35% nas exportações ao final de 2012, chegando, pelo menos, aos US$ 10 milhões. Com o intuito de conseguir novos negócios fora do País, a Treboll investe no corpo a corpo nas feiras ao redor do mundo. Nesse sentido, o plano consiste em oferecer aos lojistas estrangeiros um produto de maior qualidade e, consequentemente, com maior valor agregado.
Fonte: Jornal do Comércio
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