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Notícias
19
jan
2012
(REFLORESTAMENTO)
Agricultor familiar promove reflorestamento doando mudas e sementes
O barulho da água do rio, o verde de árvores frondosas, as cores exuberantes de flores e frutas misturadas: uma beleza que parece alheia ao caminho de pedras e de vegetação seca do sertão, que se percorre até chegar a esse cenário surpreendente. É debaixo de um pé de Juazeiro que encontramos Amirto da Rocha Machado, cuidando do seu pedacinho de paraíso, no povoado de Formosa, município de Uibaí. Amirtão, como prefere ser chamado, tornou-se, ao longo dos seus 64 anos, um exemplo de criatividade, cidadania e sustentabilidade para a agricultura familiar. Com mais de 200 mil mudas produzidas, o agricultor e sua família semeiam a vida no sertão baiano.
Umburana, Guaiambira, Acácia, Barriguda, Buriti, Geroba e Buriti são algumas das mais de 100 espécies cultivadas por Amirto, no sítio “Rancho Fundo”, de sua propriedade. Em um passeio rápido, na entrada da propriedade, o agricultor mostra mais de 50 espécies de plantas que, atualmente, está produzindo mudas; entre elas, a maioria de plantas nativas do sertão, mas, também, espécies da região amazônica, como o Angelim, o Jatobá, o Ingá e o Açaí, e do sul do Brasil, como o Ipê e a Araucária, e ainda plantas típicas do cerrado, a exemplo do Pequi e do Angico.
A rotina de acordar às cinco horas da manhã para cuidar das suas plantas, perdura desde 1976, quando Amirtão trocou uma casa que tinha, na sede do município de Uibaí, pelo sítio em que mora hoje. “Na época, eu estava tão inquieto vendo o desmatamento, que pensei: eu posso plantar e botar esse povo daqui para plantar também”, afirma o agricultor. Quando começou com o sítio, foi apenas uma questão de tempo para reflorestar a área e atrair a atenção de vizinhos e pessoas interessadas em restaurar a flora da região.
A influência do sentimento que Amirto tem com a natureza, veio da família. “Minha mãe, desde sempre queria plantar árvores, e me pedia para ajudar a procurar algumas espécies na redondeza”, explica. Hoje, a paixão pelo meio ambiente é alimentada por livros técnicos, pesquisas e cursos. “Passo uma boa parte do tempo lendo e pesquisando sobre as plantas que tenho aqui e o que ainda posso ter. Releio sempre os livros que tenho sobre espécies do Brasil”, garante o agricultor.
E não é difícil ver Amirto conversando com suas plantas enquanto cuida das sementes, ou remexendo a terra. “Eu falo com as plantas e elas dizem o que precisam. É como se cada uma fosse uma filha”, explica Amirtão. E quando questionado sobre qual o seu sonho para a propriedade onde mora, ele responde: “eu quero andar somente no escuro da sombra das árvores e pisar no macio das folhas que vão caindo das copas. Quero ver cada pedacinho do meu sítio plantado, e as pessoas chegando para pegar mais mudas”.
Saber Tradicional X Saber Científico
Atualmente, Amirto Machado está inserido no projeto de Pesquisa-Ação, realizado pelo Programa Pacto Federativo, desenvolvido pela parceria EBDA, Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), executado pela EBDA. O agricultor faz parte do projeto como Pesquisador Local (PL), uma modalidade de participação que possibilita envolver o público-alvo no processo de construção da pesquisa-ação.
Segundo a coordenadora do projeto, no Território Irecê, Sandra Amim, os pesquisadores locais são parte fundamental no andamento das ações do projeto, pois são pessoas que estão inseridas na comunidade e que têm a sensibilidade dos problemas enfrentados pelos agricultores familiares. “O pesquisador local é, também, uma porta de entrada na comunidade, é um agente de interlocução do conhecimento”, afirma Amim.
Na propriedade de Amirto, a previsão é de que o local se torne uma Unidade Demonstrativa (UD), para servir de referencia para os agricultores na produção de mudas, em toda a Bahia. “Vamos começar fazendo um mapeamento do sítio, juntamente com o senhor Amirtão. Em seguida, iremos catalogar as espécies e analisar as tecnologias usadas para produzir as mudas e sementes”, aponta Sandra Amim. A coordenadora ainda esclarece que a intenção é articular os saberes tradicionais do agricultor com os saberes científicos desenvolvidos pela empresa. “Estes pesquisadores são a expressão do saber tradiconal, que tem muito valor para este projeto de pesquisa”, conclui Amim.
Para Amirto Machado, o Pacto Federativo foi uma grande oportunidade de poder se dedicar mais ao que gosta de fazer: estudar as suas plantas. “Hoje eu tenho mais tranqüilidade para ficar no meu sítio e cuidar das sementes e das mudas. Estou até conseguindo produzir mais”, assegura Amirtão.
Umburana, Guaiambira, Acácia, Barriguda, Buriti, Geroba e Buriti são algumas das mais de 100 espécies cultivadas por Amirto, no sítio “Rancho Fundo”, de sua propriedade. Em um passeio rápido, na entrada da propriedade, o agricultor mostra mais de 50 espécies de plantas que, atualmente, está produzindo mudas; entre elas, a maioria de plantas nativas do sertão, mas, também, espécies da região amazônica, como o Angelim, o Jatobá, o Ingá e o Açaí, e do sul do Brasil, como o Ipê e a Araucária, e ainda plantas típicas do cerrado, a exemplo do Pequi e do Angico.
A rotina de acordar às cinco horas da manhã para cuidar das suas plantas, perdura desde 1976, quando Amirtão trocou uma casa que tinha, na sede do município de Uibaí, pelo sítio em que mora hoje. “Na época, eu estava tão inquieto vendo o desmatamento, que pensei: eu posso plantar e botar esse povo daqui para plantar também”, afirma o agricultor. Quando começou com o sítio, foi apenas uma questão de tempo para reflorestar a área e atrair a atenção de vizinhos e pessoas interessadas em restaurar a flora da região.
A influência do sentimento que Amirto tem com a natureza, veio da família. “Minha mãe, desde sempre queria plantar árvores, e me pedia para ajudar a procurar algumas espécies na redondeza”, explica. Hoje, a paixão pelo meio ambiente é alimentada por livros técnicos, pesquisas e cursos. “Passo uma boa parte do tempo lendo e pesquisando sobre as plantas que tenho aqui e o que ainda posso ter. Releio sempre os livros que tenho sobre espécies do Brasil”, garante o agricultor.
E não é difícil ver Amirto conversando com suas plantas enquanto cuida das sementes, ou remexendo a terra. “Eu falo com as plantas e elas dizem o que precisam. É como se cada uma fosse uma filha”, explica Amirtão. E quando questionado sobre qual o seu sonho para a propriedade onde mora, ele responde: “eu quero andar somente no escuro da sombra das árvores e pisar no macio das folhas que vão caindo das copas. Quero ver cada pedacinho do meu sítio plantado, e as pessoas chegando para pegar mais mudas”.
Saber Tradicional X Saber Científico
Atualmente, Amirto Machado está inserido no projeto de Pesquisa-Ação, realizado pelo Programa Pacto Federativo, desenvolvido pela parceria EBDA, Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), executado pela EBDA. O agricultor faz parte do projeto como Pesquisador Local (PL), uma modalidade de participação que possibilita envolver o público-alvo no processo de construção da pesquisa-ação.
Segundo a coordenadora do projeto, no Território Irecê, Sandra Amim, os pesquisadores locais são parte fundamental no andamento das ações do projeto, pois são pessoas que estão inseridas na comunidade e que têm a sensibilidade dos problemas enfrentados pelos agricultores familiares. “O pesquisador local é, também, uma porta de entrada na comunidade, é um agente de interlocução do conhecimento”, afirma Amim.
Na propriedade de Amirto, a previsão é de que o local se torne uma Unidade Demonstrativa (UD), para servir de referencia para os agricultores na produção de mudas, em toda a Bahia. “Vamos começar fazendo um mapeamento do sítio, juntamente com o senhor Amirtão. Em seguida, iremos catalogar as espécies e analisar as tecnologias usadas para produzir as mudas e sementes”, aponta Sandra Amim. A coordenadora ainda esclarece que a intenção é articular os saberes tradicionais do agricultor com os saberes científicos desenvolvidos pela empresa. “Estes pesquisadores são a expressão do saber tradiconal, que tem muito valor para este projeto de pesquisa”, conclui Amim.
Para Amirto Machado, o Pacto Federativo foi uma grande oportunidade de poder se dedicar mais ao que gosta de fazer: estudar as suas plantas. “Hoje eu tenho mais tranqüilidade para ficar no meu sítio e cuidar das sementes e das mudas. Estou até conseguindo produzir mais”, assegura Amirtão.
Fonte: EBDA - EMPRESA BAIANA DE DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA
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