Voltar
Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Eucalipto transgênico produz mais celulose
Embora a legislação brasileira que trata dos organismos geneticamente modificados (OGM) ainda seja confusa e o seu plantio comercial - no caso de vegetais - esteja proibido, as pesquisas não param. Um exemplo vem dos cientistas do Departamento de Genética da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, que acabam de desenvolver um eucalipto transgênico, no qual foi inserido um gene de ervilha. Espera-se com isso que a nova planta produza mais biomassa e, portanto, mais celulose.
Feito em parceria com a Companhia Suzano de Papel e Celulose e com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o projeto, coordenado pelo engenheiro agrônomo Carlos Alberto Labate, tem dois objetivos básicos. "O primeiro é desenvolver uma metodologia de transformação genética do eucalipto", explica Labate. "O segundo, é introduzir um gene na planta, que melhore seu desempenho fotossintético, isto é, sua capacidade de captar luz, e com isso aumente sua bioamassa."
Para isso, ele usou a bactéria Agrobacterium tumefaciens, que funciona como um veículo para a transferência de genes, pois ela tem a capacidade natural de transferir parte de seu material genético para o genoma da planta. Os pesquisadores inseriram em plasmídeos - moléculas circulares de DNA, que, junto ao DNA cromossômico, compõem o genoma da bactéria - o material genético que queriam transferir para o eucalipto.
Patente - De acordo com Labate o primeiro objetivo do projeto já foi atingido e resultou no pedido de registro de uma patente da metodologia de transformação genética do eucalipto. Quanto ao segundo, os trabalhos estão adiantados. "Já temos as primeiras plantas transgênicas", afirma Labate. "Agora, estamos avaliando todas as característiscas fisiológicas e bioquímica dessas plantas transgênicas que obtivemos."
O objetivo é verificar se o gene da ervilha produz no eucalipto os mesmos efeitos que causou no tabaco, planta na qual já vem sendo usado há algum tempo. "Plantas transgênicas de tabaco e de petúnia, nas quais foi inserido o mesmo gene de ervilha, apresentaram folhas mais largas e maior capacidade fotossintética em condições de baixa luminosidade", explica. "Acreditamos que conseguiremos o mesmo com o eucalipto."
Segundo Labate, os próximos passos do trabalho, depois de concluída a atual fase de testes em laboratório e na casa-de-vegetação, onde as plantas crescem em ambiente controlado, será transferir as mudas para o campo. "É o chamado processo produtivo, que deve ocorrer dentro de um ou dois anos", informa. "É bom ressaltar que faremos isso seguindo todas as normas da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que fiscaliza este tipo de pesquisa. Nenhuma planta transgênica será introduzida no campo sem a aprovação da CTNBio."
Dinamismo - O domínio de uma nova tecnologia não foi tudo o que esse projeto desenvolvido em parceria com a Suzano trouxe para a Esalq. "A empresa trouxe também dinamismo para nosso laboratório", entusiasma-se Labate. "A cobrança da empresa é intensa e com isso ganhamos muito mais agilidade. Além disso, o investimento permitiu que comprássemos vários novos equipamentos, como centrífugas, freezers e câmaras de crescimento controlado."
Para a empresa, a parceria também é vantajosa. Segundo Labate, ela estava interessada no domínio dessa tecnologia, mas teria que fazer investimento muito alto para equipar seu departamento de pesquisa para esse fim. Então optou pela parceria. "A Suzano adotou assim um sistema de interação com a universidade, que é comum em países com maior produção científica e tecnológica", diz o pesquisador.
Segundo ele, os primeiros contatos com a Suzano foram feitos em 1997, quando um engenheiro da empresa esteve na Esalq em busca de informações sobre os avanços na área de engenharia genética. O que mostra que o desenvolvimento dessa tecnologia é estratégico para as indústrias do setor. E para o País também. Hoje, o Brasil é o maior produtor de fibra curta (de eucalipto) do mundo, mas vem sofrendo uma concorrência cada vez mais feroz de países como Malásia, Indonésia, Filipinas e China, que progridem rapidamente. Daí a importância de parcerias como essa.
Fonte: ABTCP – 05/08/2004
Feito em parceria com a Companhia Suzano de Papel e Celulose e com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o projeto, coordenado pelo engenheiro agrônomo Carlos Alberto Labate, tem dois objetivos básicos. "O primeiro é desenvolver uma metodologia de transformação genética do eucalipto", explica Labate. "O segundo, é introduzir um gene na planta, que melhore seu desempenho fotossintético, isto é, sua capacidade de captar luz, e com isso aumente sua bioamassa."
Para isso, ele usou a bactéria Agrobacterium tumefaciens, que funciona como um veículo para a transferência de genes, pois ela tem a capacidade natural de transferir parte de seu material genético para o genoma da planta. Os pesquisadores inseriram em plasmídeos - moléculas circulares de DNA, que, junto ao DNA cromossômico, compõem o genoma da bactéria - o material genético que queriam transferir para o eucalipto.
Patente - De acordo com Labate o primeiro objetivo do projeto já foi atingido e resultou no pedido de registro de uma patente da metodologia de transformação genética do eucalipto. Quanto ao segundo, os trabalhos estão adiantados. "Já temos as primeiras plantas transgênicas", afirma Labate. "Agora, estamos avaliando todas as característiscas fisiológicas e bioquímica dessas plantas transgênicas que obtivemos."
O objetivo é verificar se o gene da ervilha produz no eucalipto os mesmos efeitos que causou no tabaco, planta na qual já vem sendo usado há algum tempo. "Plantas transgênicas de tabaco e de petúnia, nas quais foi inserido o mesmo gene de ervilha, apresentaram folhas mais largas e maior capacidade fotossintética em condições de baixa luminosidade", explica. "Acreditamos que conseguiremos o mesmo com o eucalipto."
Segundo Labate, os próximos passos do trabalho, depois de concluída a atual fase de testes em laboratório e na casa-de-vegetação, onde as plantas crescem em ambiente controlado, será transferir as mudas para o campo. "É o chamado processo produtivo, que deve ocorrer dentro de um ou dois anos", informa. "É bom ressaltar que faremos isso seguindo todas as normas da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que fiscaliza este tipo de pesquisa. Nenhuma planta transgênica será introduzida no campo sem a aprovação da CTNBio."
Dinamismo - O domínio de uma nova tecnologia não foi tudo o que esse projeto desenvolvido em parceria com a Suzano trouxe para a Esalq. "A empresa trouxe também dinamismo para nosso laboratório", entusiasma-se Labate. "A cobrança da empresa é intensa e com isso ganhamos muito mais agilidade. Além disso, o investimento permitiu que comprássemos vários novos equipamentos, como centrífugas, freezers e câmaras de crescimento controlado."
Para a empresa, a parceria também é vantajosa. Segundo Labate, ela estava interessada no domínio dessa tecnologia, mas teria que fazer investimento muito alto para equipar seu departamento de pesquisa para esse fim. Então optou pela parceria. "A Suzano adotou assim um sistema de interação com a universidade, que é comum em países com maior produção científica e tecnológica", diz o pesquisador.
Segundo ele, os primeiros contatos com a Suzano foram feitos em 1997, quando um engenheiro da empresa esteve na Esalq em busca de informações sobre os avanços na área de engenharia genética. O que mostra que o desenvolvimento dessa tecnologia é estratégico para as indústrias do setor. E para o País também. Hoje, o Brasil é o maior produtor de fibra curta (de eucalipto) do mundo, mas vem sofrendo uma concorrência cada vez mais feroz de países como Malásia, Indonésia, Filipinas e China, que progridem rapidamente. Daí a importância de parcerias como essa.
Fonte: ABTCP – 05/08/2004
Fonte:
Notícias em destaque

Exportações brasileiras de produtos madeireiros (exceto celulose e papel) diminuíram 12 por cento em valo
Em maio de 2025, as exportações brasileiras de produtos madeireiros (exceto celulose e papel) diminuíram 12% em valor em...
(MERCADO)

Suzano e SEST/SENAT impulsionam qualificação profissional e geração de empregos no setor florestal em Três Lagoas (MS)
Programa Escola de Motoristas já formou 57 motoristas, dos(as) quais 47,37% foram contratados pelas operações florestais da...
(GERAL)

As exportações de madeira da Malásia podem ganhar vantagem competitiva nos EUA?
As exportações de madeira da Malásia podem ganhar vantagem competitiva no mercado americano devido às tarifas mais...
(INTERNACIONAL)

Onde está localizada a maior árvore do mundo? Sua altura supera a do Cristo Redentor
Com um tamanho gigantesco, essas árvores podem ser consideradas verdadeiros arranha-céus verdes. Algumas delas têm o dobro da...
(GERAL)

O Brasil se tornou o maior fornecedor de aglomerados de madeira da China
De acordo com a Alfândega da China, as importações de aglomerados de madeira da Tailândia caíram 51% no primeiro...
(MADEIRA E PRODUTOS)

Governo de Ontário lança "Plano de Ação para Construção Avançada em Madeira"
O governo de Ontário lançou o Plano de Ação para Construção Avançada em Madeira para aumentar a...
(GERAL)