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Notícias
08
nov
2011
(MÓVEIS)
Barreiras na fronteira
As exportações gaúchas de móveis para a Argentina entre janeiro e setembro deste ano encolheram 17,7% em comparação com o mesmo período de 2010. E mais: nas indústrias do setor, as vendas para o país vizinho estão em queda há, pelo menos, dois anos. As medidas protecionistas impostas pelo governo argentino se refletem em licenças de produção e importação que demoram bem mais do que os 60 dias previstos pela Organização Mundial do Comércio (OMC) para serem liberadas.
A Kappesberg Móveis, com sede em Tupandi, é uma das empresas que enfrenta dificuldades. Conforme o diretor-presidente da companhia, Carlos Luiz Sost, as licenças têm demorado cerca de 200 dias, ou seja, mais de seis meses para sair. Há pedidos encaminhados em novembro do ano passado que ainda não foram liberados. O argumento são erros no registro.
A Kappesberg já deixou de faturar R$ 10 milhões em função desses entraves. Para contornar o prejuízo, Sost explica que as matérias-primas que seriam destinadas às remessas argentinas foram reposicionadas. No passado, as exportações para Argentina representaram 7% do faturamento total da empresa. Hoje, estão na casa dos 2,39%. Antes da crise, o país vizinho representava 60% dos móveis enviados para fora das fronteiras nacionais. Agora, a Argentina foi ultrapassada por países como Cuba, Uruguai e Venezuela.
– A um curto espaço de tempo, não estamos esperando melhora. Não acredito que a reeleição da presidente Cristina Kirchner traga um cenário diferente. Ela fez uma campanha voltada para o desenvolvimento da indústria e deve endurecer a entrada de produtos para a Argentina – acredita Sost.
O presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do RS (Movergs), Ivo Cansan, é menos pessimista. Ele acredita que as medidas protecionistas adotadas com mais rigor ao longo dos dois últimos anos serão afrouxadas:
– Com a reeleição, o governo deve voltar à realidade. Se temos um acordo bilateral e o Brasil respeita, eles devem respeitar também. A gente entende que é um questão mais política. Ela queria se reeleger e tomou essas medidas protecionistas. Mas esperamos que a tendência seja se normalizar. Porque hoje não temos solução – entende Cansan.
Há pelo menos 15 dias, a entidade levou suas demandas ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Além disso, remeteu ofícios aos deputados federais Renato Molling (PP) e Pepe Vargas (PT), aos deputados estaduais João Fisher (PP) e Mano Changes (PP), além da senadora Ana Amélia Lemos (PP) solicitando auxílio. Na opinião de Cansan, o governo deve pensar em medidas drásticas, inclusive retaliação, se a Argentina não mudar a orientação.
kelly.pelisser@pioneiro.com
KELLY ISIS PELISSER
A Kappesberg Móveis, com sede em Tupandi, é uma das empresas que enfrenta dificuldades. Conforme o diretor-presidente da companhia, Carlos Luiz Sost, as licenças têm demorado cerca de 200 dias, ou seja, mais de seis meses para sair. Há pedidos encaminhados em novembro do ano passado que ainda não foram liberados. O argumento são erros no registro.
A Kappesberg já deixou de faturar R$ 10 milhões em função desses entraves. Para contornar o prejuízo, Sost explica que as matérias-primas que seriam destinadas às remessas argentinas foram reposicionadas. No passado, as exportações para Argentina representaram 7% do faturamento total da empresa. Hoje, estão na casa dos 2,39%. Antes da crise, o país vizinho representava 60% dos móveis enviados para fora das fronteiras nacionais. Agora, a Argentina foi ultrapassada por países como Cuba, Uruguai e Venezuela.
– A um curto espaço de tempo, não estamos esperando melhora. Não acredito que a reeleição da presidente Cristina Kirchner traga um cenário diferente. Ela fez uma campanha voltada para o desenvolvimento da indústria e deve endurecer a entrada de produtos para a Argentina – acredita Sost.
O presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do RS (Movergs), Ivo Cansan, é menos pessimista. Ele acredita que as medidas protecionistas adotadas com mais rigor ao longo dos dois últimos anos serão afrouxadas:
– Com a reeleição, o governo deve voltar à realidade. Se temos um acordo bilateral e o Brasil respeita, eles devem respeitar também. A gente entende que é um questão mais política. Ela queria se reeleger e tomou essas medidas protecionistas. Mas esperamos que a tendência seja se normalizar. Porque hoje não temos solução – entende Cansan.
Há pelo menos 15 dias, a entidade levou suas demandas ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Além disso, remeteu ofícios aos deputados federais Renato Molling (PP) e Pepe Vargas (PT), aos deputados estaduais João Fisher (PP) e Mano Changes (PP), além da senadora Ana Amélia Lemos (PP) solicitando auxílio. Na opinião de Cansan, o governo deve pensar em medidas drásticas, inclusive retaliação, se a Argentina não mudar a orientação.
kelly.pelisser@pioneiro.com
KELLY ISIS PELISSER
Fonte: Jornal Pioneiro
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