Voltar
Notícias
17
out
2011
(GERAL)
Designer gaúcho transforma tronco de pequi em arte em Nova York
A mesma motosserra que destrói as matas se transforma, nas mãos de Hugo França, em uma ferramenta que dá vida a obras de arte feitas a partir de troncos e galhos mortos de pequi.
O primeiro contato entre o designer e a árvore típica do sul da Bahia (que vive 1,2 mil anos) aconteceu na década de 1980, quando o então engenheiro de produção se mudou para Trancoso. Durante 10 anos, ele morou em uma aldeia de pescadores próximo aos índios Pataxós.
"Desse contato, nasceu o trabalho com madeira."
E foi assim também que surgiu essa mistura de escultor, garimpeiro e arqueólogo que hoje é um dos principais nomes do design brasileiro.
Os móveis e esculturas de França seguem a linha brutalista que privilegia a forma estrutural com seus sulcos e vincos. "Não queria usar formas manufaturadas como tábuas sem rachadura. Eu assisti ao extermínio da Mata Atlântica e vivi em contato com a natureza. Por isso, queria aproveitar as formas orgânicas para construir esculturas mobiliárias únicas", conta o designer. "O meu trabalho tem dupla função: é escultura e tem funcionalidade."
O processo de criação começa com o designer e cinco funcionários garimpando áreas no sul da Bahia atrás de árvores mortas. Quando encontram, usam guinchos para retirar os troncos que geralmente pesam de 1 a 20 toneladas.
"Ter feito engenharia de produção me ajuda na logística da operação. Mas sempre pode acontecer situações imprevisíveis. Me ligaram, na semana passada, para dizer que o caminhão quebrou e que ficaram parados no meio do nada até 1h da manhã."
Depois da busca, os resíduos são levados para o ateliê em Trancoso e, ali, França vê a história que cada peça quer contar.
"A ideia surge a partir das formas. As obras que mais gosto são aquelas que interfiro menos, que eu só limpo o excesso."
Depois, ele acompanha a execução por fotos do seu escritório, em São Paulo. Por mês, são produzidas de cinco a dez peças. Mas nem todas as obras são feitas espontaneamente - às vezes, França recebe encomendas. Nestes casos, recorre ao estoque e vê o que mais se assemelha à demanda.
O seu trabalho é muito apreciado nos Estados Unidos e na Europa. Não é à toa que, na semana passada, foi aberta a terceira exposição do artista, na R 20th Century, em Nova York. No Brasil, o designer está garimpando uma parceria com investidores e com a prefeitura de São Paulo para transformar as árvores que caem na cidade em obras de arte.
A ideia é que moradores e visitantes possam interagir de graça com as peças.
"Já fiz alguma coisa com as árvores do parque do Ibirapuera, mas há potencial para fazer muito mais."
Segundo França, o foco do seu trabalho é o conceito de sustentabilidade.
"A madeira é uma matéria-prima muito importante. Ela é harmonia e beleza." Mas é também parte da história do Brasil. Muitas peças que hoje estão espalhadas por museus e residências têm o dobro da idade do país. É ter um pedacinho de uma época em que os índios Pataxós não tinham que se preocupar com a extinção do pequi e que sustentabilidade era sinônimo de rotina.
O primeiro contato entre o designer e a árvore típica do sul da Bahia (que vive 1,2 mil anos) aconteceu na década de 1980, quando o então engenheiro de produção se mudou para Trancoso. Durante 10 anos, ele morou em uma aldeia de pescadores próximo aos índios Pataxós.
"Desse contato, nasceu o trabalho com madeira."
E foi assim também que surgiu essa mistura de escultor, garimpeiro e arqueólogo que hoje é um dos principais nomes do design brasileiro.
Os móveis e esculturas de França seguem a linha brutalista que privilegia a forma estrutural com seus sulcos e vincos. "Não queria usar formas manufaturadas como tábuas sem rachadura. Eu assisti ao extermínio da Mata Atlântica e vivi em contato com a natureza. Por isso, queria aproveitar as formas orgânicas para construir esculturas mobiliárias únicas", conta o designer. "O meu trabalho tem dupla função: é escultura e tem funcionalidade."
O processo de criação começa com o designer e cinco funcionários garimpando áreas no sul da Bahia atrás de árvores mortas. Quando encontram, usam guinchos para retirar os troncos que geralmente pesam de 1 a 20 toneladas.
"Ter feito engenharia de produção me ajuda na logística da operação. Mas sempre pode acontecer situações imprevisíveis. Me ligaram, na semana passada, para dizer que o caminhão quebrou e que ficaram parados no meio do nada até 1h da manhã."
Depois da busca, os resíduos são levados para o ateliê em Trancoso e, ali, França vê a história que cada peça quer contar.
"A ideia surge a partir das formas. As obras que mais gosto são aquelas que interfiro menos, que eu só limpo o excesso."
Depois, ele acompanha a execução por fotos do seu escritório, em São Paulo. Por mês, são produzidas de cinco a dez peças. Mas nem todas as obras são feitas espontaneamente - às vezes, França recebe encomendas. Nestes casos, recorre ao estoque e vê o que mais se assemelha à demanda.
O seu trabalho é muito apreciado nos Estados Unidos e na Europa. Não é à toa que, na semana passada, foi aberta a terceira exposição do artista, na R 20th Century, em Nova York. No Brasil, o designer está garimpando uma parceria com investidores e com a prefeitura de São Paulo para transformar as árvores que caem na cidade em obras de arte.
A ideia é que moradores e visitantes possam interagir de graça com as peças.
"Já fiz alguma coisa com as árvores do parque do Ibirapuera, mas há potencial para fazer muito mais."
Segundo França, o foco do seu trabalho é o conceito de sustentabilidade.
"A madeira é uma matéria-prima muito importante. Ela é harmonia e beleza." Mas é também parte da história do Brasil. Muitas peças que hoje estão espalhadas por museus e residências têm o dobro da idade do país. É ter um pedacinho de uma época em que os índios Pataxós não tinham que se preocupar com a extinção do pequi e que sustentabilidade era sinônimo de rotina.
Fonte: Brasil Economico
Notícias em destaque

Destaques do comércio de madeira e produtos de madeira (W&WP)
De acordo com o Departamento de Alfândega do Vietnã, as exportações de W&WP em maio de 2025 atingiram US$ 1,4...
(INTERNACIONAL)

Peru sedia workshop regional sobre estatísticas florestais para a América do Sul
Com a participação de representantes de treze países sul-americanos, foi realizado em Lima, em 24 de junho, um Workshop...
(INTERNACIONAL)

Alerta nas florestas: a chegada da vespa-da-madeira ameaça os pinus brasileiros
A chegada da vespa-da-madeira Sirex obesus às plantações paulistas acende um alerta nacional: mortalidade acelerada de pinus,...
(GERAL)

Nova Série H da John Deere traz colheita florestal mais rápida, econômica e confortável
A John Deere apresenta a nova Série H de máquinas florestais com maior eficiência, menor consumo de combustível e...
(MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS)

EUA impõe tarifa de 50 por cento a produtos do Brasil e pressiona indústria de celulose
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira, 9, a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos...
(MERCADO)

Silvicultura gaúcha mantém ritmo com foco no eucalipto
Madeira de eucalipto mantém alta demanda
A atividade florestal no Rio Grande do Sul segue impulsionada pela produção de...
(SILVICULTURA)