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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Déficit de pinus pode motivar importação
Estudo da Associação Brasileira da Madeira Processada Mecanicamente (Abimci) revela que o déficit de toras de pinus no mercado nacional cresceu 50% nos últimos dois anos e deve encerrar o ano próximo de 12 milhões de metros cúbicos. O rápido desenvolvimento da indústria de base florestal, que cresceu a patamares de 7% ao ano na última década no Brasil, tem colocado em xeque a capacidade do setor madeireiro de investir em reflorestamento.
O relatório, elaborado pela consultoria STCP Engenharia de Projetos, projeta um déficit de 27 milhões de metros cúbicos em 2020, o que eqüivale ao consumo de um ano do setor de base florestal. "A indústria está utilizando os estoques futuros para suprir a demanda atual. É como se o poupador sacasse, além dos juros, parte dos recursos investidos", afirmou Marco Tuoto, consultor da Abimci e gerente de unidade de negócios da STCP Engenharia.
Inflação
A diferença entre a oferta e a demanda vem provocando forte alta no preço do pinus, que acumula valorização de 40% nos últimos 12 meses no mercado interno. "Será difícil sustentar o crescimento do setor se não pudermos plantar", prevê Odelir Battistella, presidente da Abimci.
Com preços internos tradicionalmente mais baratos do que outros produtores mundiais, o Brasil caminha para um alinhamento com o mercado internacional, segundo Tuoto. "O País deve se equiparar a Chile e Nova Zelândia", diz o empresário. Em 2004, os preços devem superar mais uma vez a inflação, com reajuste de 10% a 15%.
Alguns setores industriais começam a sentir o reflexo dessa situação. "Os preços da madeira para a indústria moveleira já começaram a subir", afirma Silvio Pinetti, diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Móveis Arapongas (PR), um dos principais pólos do setor no País. Segundo ele, o valor do aglomerado usado nos móveis já aumentou 18% em junho está previsto um novo reajuste, de 10% a 12%, em agosto.
O pinus é usado em larga escala pelas indústrias madeireiras e de celulose e papel. Junto com eucalipto, ocupa 98% da área plantada no Brasil, de 5 milhões de hectares. No País, são cerca de 3,15 mil empresas que utilizam a espécie nos seus processos produtivos. O consumo se concentra na indústria de madeira cerrada, com 48%, de celulose e papel, com 29%, e de painéis - compensados, chapas duras, MDF e OSB - com 18%.
"É uma corrida contra o tempo. Haverá um momento em que vai faltar produto no mercado", afirma Tuoto. O setor aguarda com ansiedade a implantação do Programa Nacional de Florestas. "Desde 1986 o Brasil não tem uma política de incentivo ao reflorestamento".
A situação começa a ter impacto na balança comercial. A importação nacional de madeira serrada de pinus, que em 1995 era de 6 mil metros cúbicos, saltou para 30 mil metros cúbicos em 2002 e encerrou 2003 em 50 mil metros cúbicos. O volume vem principalmente de países vizinhos que têm investido em reflorestamento, como Argentina e Uruguai.
Para Tuoto, a falta de matéria-prima pode comprometer a competitividade do setor. Nos últimos anos, o Brasil vem ganhando espaço no mercado internacional de produtos florestais. No início dos anos 90, a participação nas exportações mundiais não ultrapassava 1,7%. Em 2003, essa contribuição atingiu cerca de 4%, com as vendas externas alcançando o recorde de US$ 5,5 bilhões. O volume representou 7,5% do montante total exportado pelo Brasil.
Exportações
O País figura como o maior exportador mundial de compensado de pinus e de celulose de fibra curta de eucalipto. No caso dos produtos florestais baseados em madeiras tropicais é o terceiro maior exportador tanto de madeira serrada como de compensado.
Maior exportadora de compensados de pinus estrutural do Brasil, a Indústria de Compensados Guararapes Ltda., de Palmas (PR), tem uma área de reflorestamento de 20 mil hectares próprios. "Esse volume é suficiente para os próximos seis anos. Teremos que fazer novos investimentos para atender a demanda", admitiu José Carlos Januario, diretor comercial da empresa, que produz 30 mil metros cúbicos por mês. A Guararapes exporta 100% da produção, principalmente para os Estados Unidos.
Segundo o Tuoto, a redução da oferta de pinus no mercado deve forçar o aumento dos investimentos das empresas em ganhos de produtividade. As indústrias têm incorporado novas tecnologias para melhorar o rendimento da matéria-prima, passaram a aproveitar os resíduos ou sub-produtos (casca, costaneira, serragem) e ampliaram os canais de comercialização.
Ele diz que o rendimento das indústrias aumentou em 50% na última década, mas ainda assim o país está bem longe de padrões de grandes produtores mundiais. "Na Finlândia, o preço do pinus chega a ser três, quatro vezes maior do que no Brasil e ainda sim as empresas de lá conseguem colocar no mercado um produto mais competitivo do que o nosso", finaliza.
Fonte: Gazeta Mercantil – 26/07/2004
O relatório, elaborado pela consultoria STCP Engenharia de Projetos, projeta um déficit de 27 milhões de metros cúbicos em 2020, o que eqüivale ao consumo de um ano do setor de base florestal. "A indústria está utilizando os estoques futuros para suprir a demanda atual. É como se o poupador sacasse, além dos juros, parte dos recursos investidos", afirmou Marco Tuoto, consultor da Abimci e gerente de unidade de negócios da STCP Engenharia.
Inflação
A diferença entre a oferta e a demanda vem provocando forte alta no preço do pinus, que acumula valorização de 40% nos últimos 12 meses no mercado interno. "Será difícil sustentar o crescimento do setor se não pudermos plantar", prevê Odelir Battistella, presidente da Abimci.
Com preços internos tradicionalmente mais baratos do que outros produtores mundiais, o Brasil caminha para um alinhamento com o mercado internacional, segundo Tuoto. "O País deve se equiparar a Chile e Nova Zelândia", diz o empresário. Em 2004, os preços devem superar mais uma vez a inflação, com reajuste de 10% a 15%.
Alguns setores industriais começam a sentir o reflexo dessa situação. "Os preços da madeira para a indústria moveleira já começaram a subir", afirma Silvio Pinetti, diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Móveis Arapongas (PR), um dos principais pólos do setor no País. Segundo ele, o valor do aglomerado usado nos móveis já aumentou 18% em junho está previsto um novo reajuste, de 10% a 12%, em agosto.
O pinus é usado em larga escala pelas indústrias madeireiras e de celulose e papel. Junto com eucalipto, ocupa 98% da área plantada no Brasil, de 5 milhões de hectares. No País, são cerca de 3,15 mil empresas que utilizam a espécie nos seus processos produtivos. O consumo se concentra na indústria de madeira cerrada, com 48%, de celulose e papel, com 29%, e de painéis - compensados, chapas duras, MDF e OSB - com 18%.
"É uma corrida contra o tempo. Haverá um momento em que vai faltar produto no mercado", afirma Tuoto. O setor aguarda com ansiedade a implantação do Programa Nacional de Florestas. "Desde 1986 o Brasil não tem uma política de incentivo ao reflorestamento".
A situação começa a ter impacto na balança comercial. A importação nacional de madeira serrada de pinus, que em 1995 era de 6 mil metros cúbicos, saltou para 30 mil metros cúbicos em 2002 e encerrou 2003 em 50 mil metros cúbicos. O volume vem principalmente de países vizinhos que têm investido em reflorestamento, como Argentina e Uruguai.
Para Tuoto, a falta de matéria-prima pode comprometer a competitividade do setor. Nos últimos anos, o Brasil vem ganhando espaço no mercado internacional de produtos florestais. No início dos anos 90, a participação nas exportações mundiais não ultrapassava 1,7%. Em 2003, essa contribuição atingiu cerca de 4%, com as vendas externas alcançando o recorde de US$ 5,5 bilhões. O volume representou 7,5% do montante total exportado pelo Brasil.
Exportações
O País figura como o maior exportador mundial de compensado de pinus e de celulose de fibra curta de eucalipto. No caso dos produtos florestais baseados em madeiras tropicais é o terceiro maior exportador tanto de madeira serrada como de compensado.
Maior exportadora de compensados de pinus estrutural do Brasil, a Indústria de Compensados Guararapes Ltda., de Palmas (PR), tem uma área de reflorestamento de 20 mil hectares próprios. "Esse volume é suficiente para os próximos seis anos. Teremos que fazer novos investimentos para atender a demanda", admitiu José Carlos Januario, diretor comercial da empresa, que produz 30 mil metros cúbicos por mês. A Guararapes exporta 100% da produção, principalmente para os Estados Unidos.
Segundo o Tuoto, a redução da oferta de pinus no mercado deve forçar o aumento dos investimentos das empresas em ganhos de produtividade. As indústrias têm incorporado novas tecnologias para melhorar o rendimento da matéria-prima, passaram a aproveitar os resíduos ou sub-produtos (casca, costaneira, serragem) e ampliaram os canais de comercialização.
Ele diz que o rendimento das indústrias aumentou em 50% na última década, mas ainda assim o país está bem longe de padrões de grandes produtores mundiais. "Na Finlândia, o preço do pinus chega a ser três, quatro vezes maior do que no Brasil e ainda sim as empresas de lá conseguem colocar no mercado um produto mais competitivo do que o nosso", finaliza.
Fonte: Gazeta Mercantil – 26/07/2004
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