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Notícias
05
out
2011
(GERAL)
Estudo revela potencial produtivo de óleo-resina de copaíba
A pesquisa, realizada na Província Petrolífera de Urucu (Coari), revela que em 2009 a copaíba movimentou cerca de R$ 4,15 milhões na economia brasileira, totalizando uma produção de 538 toneladas.
A copaíba tem grande importância cultural para toda a região amazônica.
Quem nunca recebeu a indicação de usar o óleo-resina da copaíba como remédio para curar uma infecção? O aluno do Programa de Pós-Graduação em Ciências de Florestas Tropicais do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Gustavo Naressi de Azeredo, cujo estudo foi financiado pela Rede CT-Petro Amazônia, realizou pesquisas com o óleo-resina da copaíba para descobrir seu valor potencial.
Além disso, confirmar botanicamente as espécies de copaíba selecionadas na região de Urucu, no município de Coari (Am), se são semelhantes às encontradas em outras regiões da Amazônia e a partir disso verificar se elas tinham algum potencial de óleo-resina em termos de quantidade, se produziam mais ou menos ou não produziam se comparados com a mesma espécie noutras áreas de ocorrência. Esses foram parte dos objetivos da dissertação de mestrado do bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Como muitas árvores da Amazônia a copaíba tem ganhado mercado e o seu óleo-resina tem se tornado um produto cobiçado pela indústria de perfumes, cosméticos e farmacêutica. Suas principais funções são como medicinal (cicatrizante e antiflamatório), como fixador na indústria de perfumes e cosméticos e componentes de tintas e vernizes. A copaíba também tem um potencial de uso como fonte de biodiesel, podendo ser empregada como combustível renovável. No entanto essa alternativa, nos moldes de extração realizados atualmente, não é viável devido à baixa produtividade média das árvores, e ao pequeno valor agregado.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano de 2009 a comercialização de óleo-resina de copaíba movimentou cerca de R$ 4,15 milhões na economia brasileira, totalizando uma produção de 538 toneladas, tornando-se importante fonte de renda para as populações tradicionais da região amazônica.
Praticamente todo o óleo-resina comercializado na região Norte provém da exploração de florestas naturais, e a exemplo de outras espécies, se o manejo deste recurso se dá de forma irracional, pode resultar em danos aos indivíduos a toda à população da espécie.
Produtividade – No trabalho orientado pelo pesquisador do Inpa, Paulo de Tarso Barbosa Sampaio, foram perfuradas 81 árvores de copaíba da espécie Copaifera multijuga Hayne. Gustavo diz que todas estas copaíbas foram selecionadas através do inventário florestal e observação visual nas margens de estradas, clareiras, jazidas, e mata auxiliar do Rio Urucu.
Após serem perfuradas pelo método racional, essas copaíbas foram classificadas como produtivas, com vestígio de óleo-resina, sem produção de óleo-resina e árvores ocas. Do total perfurado, 36 copaíbas produziram óleo-resina em quantidade superior a 10 ml, 14 apresentaram somente vestígio de óleo-resina e 11 estavam com interior do tronco oco. As 20 árvores restantes estavam secas, ou para estas o método de extração se mostrou ineficiente. “A produção total obtida foi 6.990 ml de óleo-resina nas 36 copaíbas produtivas”, diz Azeredo.
Quando comparados com pesquisas realizadas em outras regiões da bacia amazônica com a mesma espécie, a produtividade média e total de óleo-resina foi menor devido principalmente ao diâmetro das copaíbas produtivas. “Nos estudos realizados na Amazônia Central e no médio Juruá, árvores com diâmetro (DAP) superior a 50 cm renderam grande quantidade de óleo-resina. Já nas copaíbas perfuradas em urucu, apenas sete possuíam DAP superior a 50 cm, nenhuma destas produziu óleo-resina e a maioria apresentou interior do tronco oco” acrescenta o pesquisador.
Confirmando esta afirmativa, a produtividade observada em urucu foi semelhante à mensurada em C. multijuga em Rondônia (RO), devido às copaíbas virgens produtivas deste estudo apresentarem diâmetros semelhantes às perfuradas em Urucu.
Segundo Gustavo as árvores com maior produtividade renderam 1.030ml e 955 ml de óleo-resina. Ele explica ainda que outra característica importante é que copaíbas com diâmetros inferiores a 40 cm renderam uma média de 147,2ml de óleo-resina por árvore produtiva, volume superior ao encontrado em outros estudos com a espécie.
Portanto para Azeredo, a produção total obtida de óleo-resina está relacionada com o diâmetro das copaíbas perfuradas. Assim sendo o diâmetro das árvores na área de estudo é um fator determinante na produtividade de óleo-resina devendo ser considerado o manejo deste produto florestal não-madeireiro na região.
Curiosidade – A resina da Copaíba foi registrada pela primeira vez na medicina europeia em 1625 (trazido do novo mundo pelos jesuítas, por isso é também chamada de Bálsamo dos Jesuítas) e já foi usada do tratamento da cistite crônica, bronquite e diarréia. Nos Estados Unidos, foi uma droga oficial na Farmacopéia americana em 1820 e 1910.
O óleo de copaíba e suas propriedades medicinais eram bastante difundidos entre os índios latino-americanos na época em que chegaram os primeiros exploradores europeus no século XVI. Este conhecimento, tudo indica, veio da observação do comportamento de certos animais que, quando feridos, esfregavam-se nos troncos das copaibeiras para cicatrizarem suas feridas.
A copaíba tem grande importância cultural para toda a região amazônica.
Quem nunca recebeu a indicação de usar o óleo-resina da copaíba como remédio para curar uma infecção? O aluno do Programa de Pós-Graduação em Ciências de Florestas Tropicais do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Gustavo Naressi de Azeredo, cujo estudo foi financiado pela Rede CT-Petro Amazônia, realizou pesquisas com o óleo-resina da copaíba para descobrir seu valor potencial.
Além disso, confirmar botanicamente as espécies de copaíba selecionadas na região de Urucu, no município de Coari (Am), se são semelhantes às encontradas em outras regiões da Amazônia e a partir disso verificar se elas tinham algum potencial de óleo-resina em termos de quantidade, se produziam mais ou menos ou não produziam se comparados com a mesma espécie noutras áreas de ocorrência. Esses foram parte dos objetivos da dissertação de mestrado do bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Como muitas árvores da Amazônia a copaíba tem ganhado mercado e o seu óleo-resina tem se tornado um produto cobiçado pela indústria de perfumes, cosméticos e farmacêutica. Suas principais funções são como medicinal (cicatrizante e antiflamatório), como fixador na indústria de perfumes e cosméticos e componentes de tintas e vernizes. A copaíba também tem um potencial de uso como fonte de biodiesel, podendo ser empregada como combustível renovável. No entanto essa alternativa, nos moldes de extração realizados atualmente, não é viável devido à baixa produtividade média das árvores, e ao pequeno valor agregado.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano de 2009 a comercialização de óleo-resina de copaíba movimentou cerca de R$ 4,15 milhões na economia brasileira, totalizando uma produção de 538 toneladas, tornando-se importante fonte de renda para as populações tradicionais da região amazônica.
Praticamente todo o óleo-resina comercializado na região Norte provém da exploração de florestas naturais, e a exemplo de outras espécies, se o manejo deste recurso se dá de forma irracional, pode resultar em danos aos indivíduos a toda à população da espécie.
Produtividade – No trabalho orientado pelo pesquisador do Inpa, Paulo de Tarso Barbosa Sampaio, foram perfuradas 81 árvores de copaíba da espécie Copaifera multijuga Hayne. Gustavo diz que todas estas copaíbas foram selecionadas através do inventário florestal e observação visual nas margens de estradas, clareiras, jazidas, e mata auxiliar do Rio Urucu.
Após serem perfuradas pelo método racional, essas copaíbas foram classificadas como produtivas, com vestígio de óleo-resina, sem produção de óleo-resina e árvores ocas. Do total perfurado, 36 copaíbas produziram óleo-resina em quantidade superior a 10 ml, 14 apresentaram somente vestígio de óleo-resina e 11 estavam com interior do tronco oco. As 20 árvores restantes estavam secas, ou para estas o método de extração se mostrou ineficiente. “A produção total obtida foi 6.990 ml de óleo-resina nas 36 copaíbas produtivas”, diz Azeredo.
Quando comparados com pesquisas realizadas em outras regiões da bacia amazônica com a mesma espécie, a produtividade média e total de óleo-resina foi menor devido principalmente ao diâmetro das copaíbas produtivas. “Nos estudos realizados na Amazônia Central e no médio Juruá, árvores com diâmetro (DAP) superior a 50 cm renderam grande quantidade de óleo-resina. Já nas copaíbas perfuradas em urucu, apenas sete possuíam DAP superior a 50 cm, nenhuma destas produziu óleo-resina e a maioria apresentou interior do tronco oco” acrescenta o pesquisador.
Confirmando esta afirmativa, a produtividade observada em urucu foi semelhante à mensurada em C. multijuga em Rondônia (RO), devido às copaíbas virgens produtivas deste estudo apresentarem diâmetros semelhantes às perfuradas em Urucu.
Segundo Gustavo as árvores com maior produtividade renderam 1.030ml e 955 ml de óleo-resina. Ele explica ainda que outra característica importante é que copaíbas com diâmetros inferiores a 40 cm renderam uma média de 147,2ml de óleo-resina por árvore produtiva, volume superior ao encontrado em outros estudos com a espécie.
Portanto para Azeredo, a produção total obtida de óleo-resina está relacionada com o diâmetro das copaíbas perfuradas. Assim sendo o diâmetro das árvores na área de estudo é um fator determinante na produtividade de óleo-resina devendo ser considerado o manejo deste produto florestal não-madeireiro na região.
Curiosidade – A resina da Copaíba foi registrada pela primeira vez na medicina europeia em 1625 (trazido do novo mundo pelos jesuítas, por isso é também chamada de Bálsamo dos Jesuítas) e já foi usada do tratamento da cistite crônica, bronquite e diarréia. Nos Estados Unidos, foi uma droga oficial na Farmacopéia americana em 1820 e 1910.
O óleo de copaíba e suas propriedades medicinais eram bastante difundidos entre os índios latino-americanos na época em que chegaram os primeiros exploradores europeus no século XVI. Este conhecimento, tudo indica, veio da observação do comportamento de certos animais que, quando feridos, esfregavam-se nos troncos das copaibeiras para cicatrizarem suas feridas.
Fonte: Jornal da Ciência/SBPC
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