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Notícias
20
set
2011
(SETOR FLORESTAL)
A importância das florestas originais
Recuperar a variedade de plantas e animais de uma floresta é muito mais difícil do que se imaginava. Isso se, de fato, for realmente possível. Há décadas pesquisadores de vários países tentam descobrir o que seria mais eficiente para manter a biodiversidade: focar as iniciativas na preservação das florestas primárias, com o mínimo possível de alterações pelas atividades humanas, ou recuperar áreas que já sofreram alguma modificação pelo homem, entre elas as florestas secundárias. Para quem não é especialista, a resposta mais óbvia seria: nada substitui as florestas primárias em termos de biodiversidade. Mas, pesquisadores tinham dúvidas. Estudos sugeriam que as florestas secundárias pudessem conter uma variedade de espécies tão relevante quanto às originais. Porém, uma pesquisa publicada ontem (14/09) no site da revista Nature reforça a ideia de que as áreas de floresta primária são mais ricas em biodiversidade.
A pesquisa analisou 2.200 comparações entre florestas primárias e secundárias feitas anteriormente em 28 países da América, Ásia, África e Oceania. Essa avaliação, possivelmente a mais ampla sobre o assunto, concluiu que as florestas primárias tropicais são praticamente insuperáveis em biodiversidade. “Esse padrão depende muito do histórico de perturbação e da paisagem onde as manchas de mata primária estão inseridas”, explica Carlos Peres, brasileiro radicado na Universidade de East Anglia, no Reino Unido, e um dos autores do estudo da Nature.
Com base nesse raciocínio, a primeira escolha, em um mundo em que os recursos financeiros são limitados, seria manter as áreas de florestas primárias. Segundo Peres, investir na regeneração de mata secundária seria um bônus. “Reflorestar garantiria a sobrevivência de muitas espécies e a manutenção de serviços de ecossistemas como foi feito com a Floresta da Tijuca, área de mata atlântica, no Rio de Janeiro”, conta o norte-americano Thomas Lovejoy, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), no Brasil, e do Centro H. John Heinz III para Ciência, Economia e Meio Ambiente, nos Estados Unidos, outro autor do estudo feito em parceria com pesquisadores de outros países, entre eles o indiano Navjot Sodhi, que morreu de câncer antes da pesquisa ser publicada.
Regiões degradadas podem se recuperar sozinhas, mas reflorestar usando espécies nativas ou de outros ambientes é um trabalho lento, que pode durar séculos. “Áreas de mata atlântica secundárias com cerca de 400 anos no Paraná ainda não têm o perfil de espécies de plantas de regiões primárias”, alerta o pesquisador. A região do Petén, no norte da Guatemala, sofre do mesmo problema. “Quando os espanhóis chegaram, o local era tomado por milharais do Império Maia. Hoje, mais de 500 anos depois, uma mata vigorosa tomou o lugar, mas em termos de biodiversidade não chega nem perto do que poderia ser uma floresta primária da América Central”, afirma.
As atividades humanas interferem de modo diferente em regiões distintas. De acordo com o trabalho, as florestas tropicais da Ásia são mais sensíveis às transformações impostas pelo homem do as matas das Américas. Os diferentes grupos de animais, igualmente, respondem de forma distinta: os mamíferos, de modo geral, são mais resistentes às mudanças, ao passo que as aves são sensíveis.
Foram analisados 12 tipos de interferências humanas que afetam de modo diferente os ambientes. A prática mais agressiva é o uso do fogo, muitas vezes para abrir espaço para a agricultura, enquanto a que oferece menos risco para a biodiversidade é o corte seletivo. A retirada de apenas 3% das árvores de uma floresta já afeta a variedade de espécies do local. A monocultura de árvores de crescimento rápido, como o eucalipto, outra perturbação causada pelo ser humano ao ambiente, também é um problema para a biodiversidade, principalmente em locais como a Ásia e o Brasil.
O problema é mundial. O estudo da Nature reflete uma escassez de informações sobre a maior parte da biodiversidade tropical. “Praticamente não há pesquisas sobre florestas de vários países africanos e asiáticos”, diz Peres. De acordo com o estudo, também faltam trabalhos sobre grupos de plantas, invertebrados e vertebrados em mosaicos de floresta primária e áreas adjacentes de floresta degradada.
A pesquisa analisou 2.200 comparações entre florestas primárias e secundárias feitas anteriormente em 28 países da América, Ásia, África e Oceania. Essa avaliação, possivelmente a mais ampla sobre o assunto, concluiu que as florestas primárias tropicais são praticamente insuperáveis em biodiversidade. “Esse padrão depende muito do histórico de perturbação e da paisagem onde as manchas de mata primária estão inseridas”, explica Carlos Peres, brasileiro radicado na Universidade de East Anglia, no Reino Unido, e um dos autores do estudo da Nature.
Com base nesse raciocínio, a primeira escolha, em um mundo em que os recursos financeiros são limitados, seria manter as áreas de florestas primárias. Segundo Peres, investir na regeneração de mata secundária seria um bônus. “Reflorestar garantiria a sobrevivência de muitas espécies e a manutenção de serviços de ecossistemas como foi feito com a Floresta da Tijuca, área de mata atlântica, no Rio de Janeiro”, conta o norte-americano Thomas Lovejoy, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), no Brasil, e do Centro H. John Heinz III para Ciência, Economia e Meio Ambiente, nos Estados Unidos, outro autor do estudo feito em parceria com pesquisadores de outros países, entre eles o indiano Navjot Sodhi, que morreu de câncer antes da pesquisa ser publicada.
Regiões degradadas podem se recuperar sozinhas, mas reflorestar usando espécies nativas ou de outros ambientes é um trabalho lento, que pode durar séculos. “Áreas de mata atlântica secundárias com cerca de 400 anos no Paraná ainda não têm o perfil de espécies de plantas de regiões primárias”, alerta o pesquisador. A região do Petén, no norte da Guatemala, sofre do mesmo problema. “Quando os espanhóis chegaram, o local era tomado por milharais do Império Maia. Hoje, mais de 500 anos depois, uma mata vigorosa tomou o lugar, mas em termos de biodiversidade não chega nem perto do que poderia ser uma floresta primária da América Central”, afirma.
As atividades humanas interferem de modo diferente em regiões distintas. De acordo com o trabalho, as florestas tropicais da Ásia são mais sensíveis às transformações impostas pelo homem do as matas das Américas. Os diferentes grupos de animais, igualmente, respondem de forma distinta: os mamíferos, de modo geral, são mais resistentes às mudanças, ao passo que as aves são sensíveis.
Foram analisados 12 tipos de interferências humanas que afetam de modo diferente os ambientes. A prática mais agressiva é o uso do fogo, muitas vezes para abrir espaço para a agricultura, enquanto a que oferece menos risco para a biodiversidade é o corte seletivo. A retirada de apenas 3% das árvores de uma floresta já afeta a variedade de espécies do local. A monocultura de árvores de crescimento rápido, como o eucalipto, outra perturbação causada pelo ser humano ao ambiente, também é um problema para a biodiversidade, principalmente em locais como a Ásia e o Brasil.
O problema é mundial. O estudo da Nature reflete uma escassez de informações sobre a maior parte da biodiversidade tropical. “Praticamente não há pesquisas sobre florestas de vários países africanos e asiáticos”, diz Peres. De acordo com o estudo, também faltam trabalhos sobre grupos de plantas, invertebrados e vertebrados em mosaicos de floresta primária e áreas adjacentes de floresta degradada.
Fonte: Fapesp
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