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Notícias
01
set
2011
(GERAL)
Genética pode ser aplicada na conservação de árvores do cerrado
O estudo da genética oferece ferramentas para proteger espécies antes mesmo que elas estejam, de fato, ameaçadas de extinção. É o objetivo de uma equipe da Universidade Federal de Goiás (UFG), coordenada por Mariana Telles, professora de genética de populações.
Eles estão preocupados com o futuro do cerrado, segundo maior bioma do Brasil, que só perde em extensão para a Amazônia. A vegetação é predominante no Centro-Oeste, em Minas Gerais, em Tocantins e em algumas partes do Nordeste.
O baru é uma árvore típica da região e sofre com o extrativismo – a semente é consumida como uma iguaria, o que afeta a reprodução da planta. Ela ainda está longe da extinção, mas foi escolhida para um estudo dos especialistas da UFG.
Eles pesquisaram populações de barus ao longo de toda a área do cerrado, observando as características de cada uma delas. Essas características são predeterminadas por variantes genéticas – os alelos. Então, eles decidiram juntar as populações com a maior diversidade possível desses alelos e colocar numa só população as características de toda uma espécie.
“A ideia é usar ferramentas da genética molecular para entender o processo evolutivo, isso é a genética de populações”, explicou a professora. “Só que a genética de populações tem se comunicado com outras áreas, como a ecologia e a agronomia e, nesse sentido, auxiliado não só no entendimento desses processos evolutivos, mas como isso pode ser usado para a conservação”, completou.
Dessa forma, eles escolheram sete populações de barus de diferentes pontos, englobando características diversas e levaram para Goiânia. O número de populações coletadas tem que ser pequeno para que o projeto seja viável.
Política pública – “Se a gente pensar em política pública, por exemplo, os recursos são limitados, não dá para conservar todas [as populações]. A gente precisa de estratégias para minimizar custos sem perder nada em termos de conservação”, reconheceu Telles.
Essa pesquisa em si não traz resultados tão significativos para a preservação da espécie, mas serve de exemplo, mostra que as ferramentas já existem. “A gente (UFG), enquanto instituição, não tem condições de decidir nada, mas a gente tem argumentos para ajudar numa decisão”, disse a professora.
O Centro-Oeste depende economicamente da agropecuária, que, em vários casos, invade as áreas do cerrado e descaracteriza o bioma original. Porém, tratar os fazendeiros como inimigos não é uma opção. “A gente precisa da soja, então é um desafio conseguir equalizar essas duas coisas”, lembrou a pesquisadora.
“Se a gente tiver algum sistema de incentivo para um empresário manter as áreas que preservam um bioma qualquer, acho que é uma moeda de troca interessante para ele, que não tem essa visão romântica de conservação”, sugeriu Telles, pensando nos incentivos fiscais como alternativa para o futuro do cerrado.
“Eu acho que o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério da Ciência e Tecnologia [e Inovação] e o Ministério da Agricultura precisam conversar efetivamente e planejar em conjunto”, completou.
Eles estão preocupados com o futuro do cerrado, segundo maior bioma do Brasil, que só perde em extensão para a Amazônia. A vegetação é predominante no Centro-Oeste, em Minas Gerais, em Tocantins e em algumas partes do Nordeste.
O baru é uma árvore típica da região e sofre com o extrativismo – a semente é consumida como uma iguaria, o que afeta a reprodução da planta. Ela ainda está longe da extinção, mas foi escolhida para um estudo dos especialistas da UFG.
Eles pesquisaram populações de barus ao longo de toda a área do cerrado, observando as características de cada uma delas. Essas características são predeterminadas por variantes genéticas – os alelos. Então, eles decidiram juntar as populações com a maior diversidade possível desses alelos e colocar numa só população as características de toda uma espécie.
“A ideia é usar ferramentas da genética molecular para entender o processo evolutivo, isso é a genética de populações”, explicou a professora. “Só que a genética de populações tem se comunicado com outras áreas, como a ecologia e a agronomia e, nesse sentido, auxiliado não só no entendimento desses processos evolutivos, mas como isso pode ser usado para a conservação”, completou.
Dessa forma, eles escolheram sete populações de barus de diferentes pontos, englobando características diversas e levaram para Goiânia. O número de populações coletadas tem que ser pequeno para que o projeto seja viável.
Política pública – “Se a gente pensar em política pública, por exemplo, os recursos são limitados, não dá para conservar todas [as populações]. A gente precisa de estratégias para minimizar custos sem perder nada em termos de conservação”, reconheceu Telles.
Essa pesquisa em si não traz resultados tão significativos para a preservação da espécie, mas serve de exemplo, mostra que as ferramentas já existem. “A gente (UFG), enquanto instituição, não tem condições de decidir nada, mas a gente tem argumentos para ajudar numa decisão”, disse a professora.
O Centro-Oeste depende economicamente da agropecuária, que, em vários casos, invade as áreas do cerrado e descaracteriza o bioma original. Porém, tratar os fazendeiros como inimigos não é uma opção. “A gente precisa da soja, então é um desafio conseguir equalizar essas duas coisas”, lembrou a pesquisadora.
“Se a gente tiver algum sistema de incentivo para um empresário manter as áreas que preservam um bioma qualquer, acho que é uma moeda de troca interessante para ele, que não tem essa visão romântica de conservação”, sugeriu Telles, pensando nos incentivos fiscais como alternativa para o futuro do cerrado.
“Eu acho que o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério da Ciência e Tecnologia [e Inovação] e o Ministério da Agricultura precisam conversar efetivamente e planejar em conjunto”, completou.
Fonte: Tadeu Meniconi/ G1
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