Fibria, Suzano e Cenibra – as maiores produtoras de celulose branqueada de eucalipto (BEK) no Brasil – farão paradas de manutenção durante o terceiro trimestre, removendo do mercado um volume estimado de quase 71 mil toneladas de celulose.
De 27 de julho a 4 de agosto, a Fibria irá parar sua fábrica de Jacareí (SP), que produz 1,1 milhão de t/ano. Estima-se que a empresa reduza seu volume de celulose produzida na fábrica em cerca de 27.500 toneladas durante os nove dias de manutenção.
Durante o mês de agosto, a Suzano irá realizar a parada da linha 2 de celulose de sua planta de Mucuri (BA) e deve reduzir volumes em cerca de 16.500 toneladas.
Já a Cenibra planeja parar sua unidade de Belo Oriente (MG) em setembro. A linha 1 será paralisada entre os dias 7 e 14, reduzindo produção em cerca de 14 mil toneladas, enquanto a linha 2 ficará desativada entre os dias 19 e 26, diminuindo o volume produzido em quase 13 mil toneladas.
A Cenibra afirmou que irá conduzir atividades especiais de manutenção durante a parada anual de sua única fábrica, em Belo Oriente. "Vamos fazer modificações no gerador 1 e substituir o bobinado", disse a empresa.
Com preços de BEK estáveis em maio e junho a US$ 780-880/t – o que se deve manter em julho –, os compradores brasileiros de celulose podem ver uma redução de preços nos mercados mundiais ainda este mês. No começo da semana passada, a Fibria informou seus clientes sobre uma redução de preços para pedidos feitos a partir de 1º de julho.
A empresa anunciou uma queda de US$ 50/t para mercados-chave da Ásia, o que traz seus preços lista para US$ 730/t. Na América do Norte e Europa, a Fibria reduzirá seus preços lista em US$ 30/t, respectivamente, para US$ 900/t e US$ 850/t.
Este foi o primeiro anúncio oficial de mudança de preços no mercado mundial de fibra curta. Participantes do mercado esperam que outros grandes produtores, como Suzano e Cenibra, sigam o anúncio feito pela Fibria.
Em termos de consumo de celulose no Brasil, os últimos dados divulgados pela Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) mostram uma queda de 2,6% para 490 mil toneladas nos níveis de maio comparados ao mesmo mês do ano passado, além de uma redução de 7% sobre os níveis de abril. De janeiro a maio deste ano, o Brasil consumiu um total de 2,48 milhões de toneladas de celulose – principalmente BEK –, valor 2,1% menor do que no mesmo período de 2010.
Por Renata Mercante, Editora, PPI América Latina, rmercante@risi.com

Esta reportagem é conteúdo da PPI América Latina, uma publicação da RISI que cobre os mercados e preços de celulose e papel na América Latina. Mais informações http://www.risiinfo.com.br

Fonte: PPI América Latina