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Notícias
30
jun
2011
(MEIO AMBIENTE)
Mercado de biodiversidade ultrapassou os US$ 2,4 bi
A conscientização da importância de garantir o fornecimento dos recursos naturais somada a popularização de temas como conservação e sustentabilidade fizeram que empresas de todo o mundo buscassem como nunca antes programas para minimizar suas pegadas ambientais.
Foi o que demonstrou o estudo “2011 Update: State of Biodiversity Markets” (2011 Update: Estado dos Mercados de Biodiversidade), que identificou que o conjunto de iniciativas de mitigação e compensação ambiental – que pode ser chamado de mercado da biodiversidade – atingiu um volume recorde em 2010, alcançando um valor entre US$ 2,4 bilhões a US$ 4 bilhões.
Essas quantias podem ser ainda bem maiores na realidade, já que cerca de 80% das transações nesse setor não divulgam valores. De qualquer forma, já é possível notar um grande crescimento com relação a 2009, quando o mercado foi avaliado entre US$ 1,8 bilhões a US$ 2,9 bilhões.
Divulgado pelo Ecosystem Marketplace, o documento conseguiu dados de 45 iniciativas ao redor do mundo, abrangendo desde esquemas de ‘reservas de habitat’ (habitats banking) até o pagamento para comunidades rurais evitarem o uso irracional de florestas.
“O maior interesse na preservação mostra o fortalecimento da noção de que somos dependentes da biodiversidade e que ela possui um valor econômico”, afirmou Susie Brownie, da consultoria deVilliers Brownlie Associates.
Bancos de Mitigação e a Iniciativa privada
A maior parte do volume do mercado vem das reservas de habitat, quando uma área é restaurada ou conservada em troca de créditos. Nos Estados Unidos, onde existe uma legislação que obriga indústrias e empreendimentos imobiliários a comprarem créditos para compensarem seus danos ambientais, esse tipo de iniciativa já está consolidada e movimenta bilhões a cada ano.
Porém, o que nasceu como uma obrigação começou a ser vista como uma oportunidade por desenvolvedores privados, que adquirem áreas e as transformam em reservas naturais para ganhar créditos que são vendidos para as empresas. Atualmente, 70% dos bancos de biodiversidade norte-americanos são administrados pela iniciativa privada.
Também dos EUA vem o exemplo do Wal-Mart, que criou o programa “Acres for America”, pelo qual a empresa compensa a pegada ambiental de suas milhares de lojas através da preservação de regiões intocadas. Mais de 88 mil hectares protegidos estão sob o gerenciamento da companhia.
A Austrália aparece como um novo pólo para o mercado de biodiversidade, com alguns estados adotando iniciativas regionais para preservar até 20 mil hectares.
Já a Europa deseja reduzir a perda de biodiversidade causada pelas empresas do continente para próximo de zero até 2015 através de mecanismos de compensação. Países como a Alemanha, Reino Unido e França já possuem seus próprios bancos nacionais de biodiversidade.
Brasil
Na América latina em geral os pagamentos por serviços ecossistêmicos (PES) continuam sendo a ferramenta mais utilizada. Aqui no Brasil, os estados do Acre e o Amazonas já estabeleceram leis que regulamentam esse tipo de mecanismo.
No final do ano passado, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a consultoria PricewaterhouseCoopers divulgaram o “Habitat Banking in Latin America and Caribbean: A Feasibility Assessment”, que demonstra o potencial do Brasil, Costa Rica, Chile e México para o desenvolvimento de ‘reservas de habitat’ sem prejudicar o crescimento econômico.
O relatório reconhece uma série de adaptações necessárias ao mecanismo, examinando, por exemplo, o potencial para um sistema parecido com o REDD+, o “habitat banking- plus”, que garantiria os direitos das comunidades locais e permitiria atividades econômicas sustentáveis.
O “2011 Update: State of Biodiversity Markets” critica a proposta de mudança do código florestal brasileiro, que reduziria o rigor da legislação ambiental e permitiria o avanço da agropecuária em regiões que antes eram proibidas, como topos de colinas e margens de rios.
Tendência
Apesar da crise econômica ainda ser uma realidade em diversos países, incluindo os Estados Unidos, o mercado de biodiversidade continuou crescendo, o que o Ecosystem Marketplace considera como a tendência para os próximos anos.
Ainda existem muitos obstáculos, como a falta de transparência, a corrupção e até o temor de muitos que consideram toda a forma de ferramenta de mercado como sendo a “privatização das florestas”. Mas de uma maneira geral, o cenário é positivo.
Problemas como a falta de uniformização podem ser ultrapassados em breve, com iniciativas como a Earthmind’s Green Development Initiative (GDI) desenvolvendo uma unidade comum de biodiversidade que poderia ser negociada globalmente.
A ONU escolheu 2010 como o “Ano Internacional da Biodiversidade” e apesar de não ter sido marcado por grandes realizações, pelo menos as empresas parecem ter se mostrado mais interessadas em ações de preservação, mesmo que no fim objetivem o lucro.
Foi o que demonstrou o estudo “2011 Update: State of Biodiversity Markets” (2011 Update: Estado dos Mercados de Biodiversidade), que identificou que o conjunto de iniciativas de mitigação e compensação ambiental – que pode ser chamado de mercado da biodiversidade – atingiu um volume recorde em 2010, alcançando um valor entre US$ 2,4 bilhões a US$ 4 bilhões.
Essas quantias podem ser ainda bem maiores na realidade, já que cerca de 80% das transações nesse setor não divulgam valores. De qualquer forma, já é possível notar um grande crescimento com relação a 2009, quando o mercado foi avaliado entre US$ 1,8 bilhões a US$ 2,9 bilhões.
Divulgado pelo Ecosystem Marketplace, o documento conseguiu dados de 45 iniciativas ao redor do mundo, abrangendo desde esquemas de ‘reservas de habitat’ (habitats banking) até o pagamento para comunidades rurais evitarem o uso irracional de florestas.
“O maior interesse na preservação mostra o fortalecimento da noção de que somos dependentes da biodiversidade e que ela possui um valor econômico”, afirmou Susie Brownie, da consultoria deVilliers Brownlie Associates.
Bancos de Mitigação e a Iniciativa privada
A maior parte do volume do mercado vem das reservas de habitat, quando uma área é restaurada ou conservada em troca de créditos. Nos Estados Unidos, onde existe uma legislação que obriga indústrias e empreendimentos imobiliários a comprarem créditos para compensarem seus danos ambientais, esse tipo de iniciativa já está consolidada e movimenta bilhões a cada ano.
Porém, o que nasceu como uma obrigação começou a ser vista como uma oportunidade por desenvolvedores privados, que adquirem áreas e as transformam em reservas naturais para ganhar créditos que são vendidos para as empresas. Atualmente, 70% dos bancos de biodiversidade norte-americanos são administrados pela iniciativa privada.
Também dos EUA vem o exemplo do Wal-Mart, que criou o programa “Acres for America”, pelo qual a empresa compensa a pegada ambiental de suas milhares de lojas através da preservação de regiões intocadas. Mais de 88 mil hectares protegidos estão sob o gerenciamento da companhia.
A Austrália aparece como um novo pólo para o mercado de biodiversidade, com alguns estados adotando iniciativas regionais para preservar até 20 mil hectares.
Já a Europa deseja reduzir a perda de biodiversidade causada pelas empresas do continente para próximo de zero até 2015 através de mecanismos de compensação. Países como a Alemanha, Reino Unido e França já possuem seus próprios bancos nacionais de biodiversidade.
Brasil
Na América latina em geral os pagamentos por serviços ecossistêmicos (PES) continuam sendo a ferramenta mais utilizada. Aqui no Brasil, os estados do Acre e o Amazonas já estabeleceram leis que regulamentam esse tipo de mecanismo.
No final do ano passado, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a consultoria PricewaterhouseCoopers divulgaram o “Habitat Banking in Latin America and Caribbean: A Feasibility Assessment”, que demonstra o potencial do Brasil, Costa Rica, Chile e México para o desenvolvimento de ‘reservas de habitat’ sem prejudicar o crescimento econômico.
O relatório reconhece uma série de adaptações necessárias ao mecanismo, examinando, por exemplo, o potencial para um sistema parecido com o REDD+, o “habitat banking- plus”, que garantiria os direitos das comunidades locais e permitiria atividades econômicas sustentáveis.
O “2011 Update: State of Biodiversity Markets” critica a proposta de mudança do código florestal brasileiro, que reduziria o rigor da legislação ambiental e permitiria o avanço da agropecuária em regiões que antes eram proibidas, como topos de colinas e margens de rios.
Tendência
Apesar da crise econômica ainda ser uma realidade em diversos países, incluindo os Estados Unidos, o mercado de biodiversidade continuou crescendo, o que o Ecosystem Marketplace considera como a tendência para os próximos anos.
Ainda existem muitos obstáculos, como a falta de transparência, a corrupção e até o temor de muitos que consideram toda a forma de ferramenta de mercado como sendo a “privatização das florestas”. Mas de uma maneira geral, o cenário é positivo.
Problemas como a falta de uniformização podem ser ultrapassados em breve, com iniciativas como a Earthmind’s Green Development Initiative (GDI) desenvolvendo uma unidade comum de biodiversidade que poderia ser negociada globalmente.
A ONU escolheu 2010 como o “Ano Internacional da Biodiversidade” e apesar de não ter sido marcado por grandes realizações, pelo menos as empresas parecem ter se mostrado mais interessadas em ações de preservação, mesmo que no fim objetivem o lucro.
Fonte: Instituto CarbonoBrasil
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