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Notícias
11
abr
2011
(GERAL)
Goeldi pesquisa ferrugens das plantas da Amazônia
As ferrugens de plantas são causadas por fungos da ordem Pucciniales (Uredinales) e têm sua importância reconhecida por constituírem um grupo de fitopatógenos mais devastadores e com ampla variedade de hospedeiros. Causam doenças em muitas culturas vegetais importantes – como o café, a soja, jambú, mandioca e o trigo - Esses fungos comumente denominados de “ferrugem”, devido à coloração apresentada em algumas plantas atacadas e que remete ao ferro oxidado, foram foco de estudo de bolsistas de iniciação científica do Museu Paraense Emílio Goeldi em 2010.
A investigação, orientada pela dra. Helen Sotão, é de autoria de Fabiano Brito e Fernanda Mendonça e tem como metas conhecer a riqueza, a composição e a especificidade das espécies de Pucciniales da Floresta Nacional (Flona) do Amapá, incluindo a grade de estudo do Programa de Biodiversidade da Amazônia (PPBio). “Assim, as pesquisas contribuíram para a ampliação do conhecimento sobre a biodiversidade do bioma Amazônia e o enriquecimento das coleções dos herbários do Instituto de Pesquisa Científicas e tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA) e do Goeldi”, conta Fabiano Brito em seu relatório.
Prova disso é que todas as espécies de fungos identificadas pelos bolsistas representam os primeiros registros para a área estudada, incluindo espécies registradas pela primeira vez no Amapá e na Amazônia e uma nova espécie ainda não reconhecida pela ciência.
Continuidade
Os estudos de ambos os bolsistas de IC terão prosseguimento na medida em que haverá artigos publicados, participação em congressos e a continuidade desses alunos nas pesquisas sobre o Reino Fungi, impulsionados pelos bons resultados dos trabalhos no Amapá – realizados entre os anos de 2009 e 2010.
No estudo de Fernanda Mendonça – que teve como local de coleta a área da grade de estudo do PPBio – foram identificadas 10 espécies de quatro famílias dos fungos da ordem Pucciniales, parasitando cinco famílias vegetais. Já Fabiano Brito identificou 12 espécies classificadas em três famílias de ferrugens, parasitando 12 gêneros vegetais em áreas extragrade PPBio. Estes resultados apontam alta especificidade das ferrugens da área de estudo em relação aos gêneros de plantas hospedeiras.
“Foram inúmeras as contribuições que eu obtive durante o estudo, e dentre elas posso destacar as práticas laboratoriais, o funcionamento do herbário onde são guardados os espécimes, práticas taxonômicas usadas na identificação dos espécimes e outros conhecimentos que me fizeram crescer tanto no âmbito pessoal quanto o profissional”, conta Fabiano Brito.
No nosso dia-a-dia
Além disso, os fungos representam parte significativa na biodiversidade do planeta, necessitando assim de estudos específicos principalmente na área taxonômica para que se possa conhecer cada vez mais espécies e quantificar assim, sua riqueza e importância. Isso é o que diz Fernanda Mendonça, ressaltando ainda a carência de estudos de micologia na região amazônica, com poucos profissionais nos institutos de pesquisa e universidades.
Mesmo com a carência de pesquisas e pessoal, porém, Fabiano Brito destaca a importância dos fungos para a sustentabilidade e conservação do planeta e como esses estudos podem contribuir com dados de diversidade e riqueza das espécies. Além disso, o bolsista também lembra da relevância econômica dos fungos, já que atuam na indústria, na fermentação do pão, na produção da cerveja, na medicina, tanto os patógenos como os utilizados na produção de antibióticos e na agricultura – uma vez que alguns fungos como os causadores de ferrugem são parasitas de culturas vegetais, representando, muitas vezes, grandes perdas na produção de alimentos.
E por essa diversidade do reino que a orientadora dos trabalhos, Helen Sotão, subdividiu seus bolsistas em várias áreas ou grupos de fungos de forma a otimizar os recursos, a formação de recursos humanos e o conhecimento do reino. Atualmente, além dos alunos Fabiano e Fernanda, outros alunos participam do projeto: Adriene Mayra Soares desenvolve um trabalho de conclusão de curso (TCC) com os fungos macroscópicos (Polyporales); Ronan Gomes Furtado aluno dede mestrado que desenvolve sua dissertação também com as ferrugens e Carla Castro bolsista PCI com os fungos microscópicos Hyphomycetes; todos, vinculados ao protocolo de fungos do PPBio, trabalhando com espécimes da Flona do Amapá e buscando desvendar a riqueza dos fungos da Amazônia.
Floresta Nacional do Amapá e a grade do PPBio
Criada em 1989, a Flona do Amapá é uma unidade de conservação de 412 mil hectares. Está localizada nos municípios de Amapá, Ferreira Gomes e Pracuúba, no estado do Amapá, e é limitada a pelos rios Falsino, Araguaia, rio Mutum e Araguarí. Nos extremo norte e leste emergem cadeias de montanhas de altitude significativa e a sua cobertura vegetal é predominantemente do tipo floresta ombrófila densa.
No interior da Flona está implantada uma grade de estudo do Programa de Biodiversidade da Amazônia (PPBio/Amazônia), com 25 km². Nessa área estão sendo desenvolvidos vários estudos bióticos e abióticos da diversidade biológica, entre eles as pesquisas de Fabiano Brito e Fernanda Mendonça.
VANESSA BRASIL (*)
contato@agenciaamazonia.com.br
A investigação, orientada pela dra. Helen Sotão, é de autoria de Fabiano Brito e Fernanda Mendonça e tem como metas conhecer a riqueza, a composição e a especificidade das espécies de Pucciniales da Floresta Nacional (Flona) do Amapá, incluindo a grade de estudo do Programa de Biodiversidade da Amazônia (PPBio). “Assim, as pesquisas contribuíram para a ampliação do conhecimento sobre a biodiversidade do bioma Amazônia e o enriquecimento das coleções dos herbários do Instituto de Pesquisa Científicas e tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA) e do Goeldi”, conta Fabiano Brito em seu relatório.
Prova disso é que todas as espécies de fungos identificadas pelos bolsistas representam os primeiros registros para a área estudada, incluindo espécies registradas pela primeira vez no Amapá e na Amazônia e uma nova espécie ainda não reconhecida pela ciência.
Continuidade
Os estudos de ambos os bolsistas de IC terão prosseguimento na medida em que haverá artigos publicados, participação em congressos e a continuidade desses alunos nas pesquisas sobre o Reino Fungi, impulsionados pelos bons resultados dos trabalhos no Amapá – realizados entre os anos de 2009 e 2010.
No estudo de Fernanda Mendonça – que teve como local de coleta a área da grade de estudo do PPBio – foram identificadas 10 espécies de quatro famílias dos fungos da ordem Pucciniales, parasitando cinco famílias vegetais. Já Fabiano Brito identificou 12 espécies classificadas em três famílias de ferrugens, parasitando 12 gêneros vegetais em áreas extragrade PPBio. Estes resultados apontam alta especificidade das ferrugens da área de estudo em relação aos gêneros de plantas hospedeiras.
“Foram inúmeras as contribuições que eu obtive durante o estudo, e dentre elas posso destacar as práticas laboratoriais, o funcionamento do herbário onde são guardados os espécimes, práticas taxonômicas usadas na identificação dos espécimes e outros conhecimentos que me fizeram crescer tanto no âmbito pessoal quanto o profissional”, conta Fabiano Brito.
No nosso dia-a-dia
Além disso, os fungos representam parte significativa na biodiversidade do planeta, necessitando assim de estudos específicos principalmente na área taxonômica para que se possa conhecer cada vez mais espécies e quantificar assim, sua riqueza e importância. Isso é o que diz Fernanda Mendonça, ressaltando ainda a carência de estudos de micologia na região amazônica, com poucos profissionais nos institutos de pesquisa e universidades.
Mesmo com a carência de pesquisas e pessoal, porém, Fabiano Brito destaca a importância dos fungos para a sustentabilidade e conservação do planeta e como esses estudos podem contribuir com dados de diversidade e riqueza das espécies. Além disso, o bolsista também lembra da relevância econômica dos fungos, já que atuam na indústria, na fermentação do pão, na produção da cerveja, na medicina, tanto os patógenos como os utilizados na produção de antibióticos e na agricultura – uma vez que alguns fungos como os causadores de ferrugem são parasitas de culturas vegetais, representando, muitas vezes, grandes perdas na produção de alimentos.
E por essa diversidade do reino que a orientadora dos trabalhos, Helen Sotão, subdividiu seus bolsistas em várias áreas ou grupos de fungos de forma a otimizar os recursos, a formação de recursos humanos e o conhecimento do reino. Atualmente, além dos alunos Fabiano e Fernanda, outros alunos participam do projeto: Adriene Mayra Soares desenvolve um trabalho de conclusão de curso (TCC) com os fungos macroscópicos (Polyporales); Ronan Gomes Furtado aluno dede mestrado que desenvolve sua dissertação também com as ferrugens e Carla Castro bolsista PCI com os fungos microscópicos Hyphomycetes; todos, vinculados ao protocolo de fungos do PPBio, trabalhando com espécimes da Flona do Amapá e buscando desvendar a riqueza dos fungos da Amazônia.
Floresta Nacional do Amapá e a grade do PPBio
Criada em 1989, a Flona do Amapá é uma unidade de conservação de 412 mil hectares. Está localizada nos municípios de Amapá, Ferreira Gomes e Pracuúba, no estado do Amapá, e é limitada a pelos rios Falsino, Araguaia, rio Mutum e Araguarí. Nos extremo norte e leste emergem cadeias de montanhas de altitude significativa e a sua cobertura vegetal é predominantemente do tipo floresta ombrófila densa.
No interior da Flona está implantada uma grade de estudo do Programa de Biodiversidade da Amazônia (PPBio/Amazônia), com 25 km². Nessa área estão sendo desenvolvidos vários estudos bióticos e abióticos da diversidade biológica, entre eles as pesquisas de Fabiano Brito e Fernanda Mendonça.
VANESSA BRASIL (*)
contato@agenciaamazonia.com.br
Fonte: Agência Museu Goeldi
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