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Notícias
20
jan
2011
(ECONOMIA)
Brasil é o 3º do mundo em juro alto
Apenas a taxa nominal de Venezuela e Paquistão supera a brasileira, hoje em 10,75%; em termos reais, Selic é a maior entre todos os países do mundo.
Seja qual for a decisão de hoje do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), o Brasil continuará a ser um dos campeões mundiais do juro alto. Em termos nominais, a taxa básica brasileira (Selic, em 10,75%) só perde hoje para a praticada no Paquistão (14%) e na Venezuela (18,10% ao ano).
A diferença é que, em ambos os países, a inflação é bem mais alta do que aqui. No vizinho sul-americano, os índices ao consumidor oscilam em torno de 27%. No Paquistão, estão na casa dos 20%. O IPCA, indicador oficial do Brasil, subiu 5,91% em 2010.
Por isso, o juro real (que desconta os índices de preços) brasileiro é o mais elevado do planeta. Hoje, levando-se em conta as projeções de inflação para os próximos 12 meses, o juro real está perto de 7% ao ano.
Segundo especialistas do mercado financeiro, a perspectiva é de que essa situação não mude no curto e, provavelmente, nem no médio prazo. Eles dizem que o País ainda não criou condições estruturais para ter uma taxa básica de juros mais baixa.
O debate sobre o assunto, lembra a economista-chefe do Banco Fibra, Maristela Ansanelli, é antigo. Seu colega Roberto Padovani, estrategista do banco WestLB, acrescenta. "Essa é uma discussão aberta (sem consenso) e feroz entre os economistas."
De forma geral, os especialistas que seguem a linha ortodoxa consideram que a raiz do juro alto no Brasil é, sobretudo, fiscal. "Nos últimos 15 anos, os gastos não financeiros do governo federal, incluindo as transferências para Estados e municípios, subiram de 15% do PIB (Produto Interno Bruto) para em torno de 24%", observa o economista-chefe da Gap Asset Management, Alexandre Maia.
Ele afirma que o aumento dos gastos públicos nos últimos anos, exemplificado pelo dado que apresenta, é fruto da escolha do País, a partir da Constituição de 1988, de transferir renda. "Não entro no mérito da escolha, mas o fato é que isso acaba pressionando a demanda."
Outro ponto citado por ele diz respeito à meta de inflação brasileira, uma das mais altas entre os países que adotam o sistema.
Padovani também chama a atenção para o mesmo fator. "Certa vez, em uma reunião na Alemanha, comentei que a meta aqui era de 4,5%. As pessoas que ouviram se surpreenderam, porque lá um índice aceitável é de 2% ao ano", comenta.
O outro argumento usado com frequência pelos especialistas está relacionado à demanda tradicionalmente muito forte na economia brasileira. Como lembra Maristela, no ano passado, a demanda total (que inclui consumo e investimentos) avançou cerca de 10%, segundo estimativa do Ministério da Fazenda. O PIB geral subiu estimados 7,5%.
Parafraseando o economista Eduardo Giannetti da Fonseca, Maia diz que "os juros altos são a medida da impaciência" do brasileiro em relação ao consumo.
Copom. Foi realizada ontem a primeira etapa da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sob o comando do novo presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini. A abertura para imagens fotográficas e cinematográficas para toda a imprensa é inédita.
Tombini deve promover hoje uma elevação de 0,5 ponto porcentual na Selic.
Seja qual for a decisão de hoje do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), o Brasil continuará a ser um dos campeões mundiais do juro alto. Em termos nominais, a taxa básica brasileira (Selic, em 10,75%) só perde hoje para a praticada no Paquistão (14%) e na Venezuela (18,10% ao ano).
A diferença é que, em ambos os países, a inflação é bem mais alta do que aqui. No vizinho sul-americano, os índices ao consumidor oscilam em torno de 27%. No Paquistão, estão na casa dos 20%. O IPCA, indicador oficial do Brasil, subiu 5,91% em 2010.
Por isso, o juro real (que desconta os índices de preços) brasileiro é o mais elevado do planeta. Hoje, levando-se em conta as projeções de inflação para os próximos 12 meses, o juro real está perto de 7% ao ano.
Segundo especialistas do mercado financeiro, a perspectiva é de que essa situação não mude no curto e, provavelmente, nem no médio prazo. Eles dizem que o País ainda não criou condições estruturais para ter uma taxa básica de juros mais baixa.
O debate sobre o assunto, lembra a economista-chefe do Banco Fibra, Maristela Ansanelli, é antigo. Seu colega Roberto Padovani, estrategista do banco WestLB, acrescenta. "Essa é uma discussão aberta (sem consenso) e feroz entre os economistas."
De forma geral, os especialistas que seguem a linha ortodoxa consideram que a raiz do juro alto no Brasil é, sobretudo, fiscal. "Nos últimos 15 anos, os gastos não financeiros do governo federal, incluindo as transferências para Estados e municípios, subiram de 15% do PIB (Produto Interno Bruto) para em torno de 24%", observa o economista-chefe da Gap Asset Management, Alexandre Maia.
Ele afirma que o aumento dos gastos públicos nos últimos anos, exemplificado pelo dado que apresenta, é fruto da escolha do País, a partir da Constituição de 1988, de transferir renda. "Não entro no mérito da escolha, mas o fato é que isso acaba pressionando a demanda."
Outro ponto citado por ele diz respeito à meta de inflação brasileira, uma das mais altas entre os países que adotam o sistema.
Padovani também chama a atenção para o mesmo fator. "Certa vez, em uma reunião na Alemanha, comentei que a meta aqui era de 4,5%. As pessoas que ouviram se surpreenderam, porque lá um índice aceitável é de 2% ao ano", comenta.
O outro argumento usado com frequência pelos especialistas está relacionado à demanda tradicionalmente muito forte na economia brasileira. Como lembra Maristela, no ano passado, a demanda total (que inclui consumo e investimentos) avançou cerca de 10%, segundo estimativa do Ministério da Fazenda. O PIB geral subiu estimados 7,5%.
Parafraseando o economista Eduardo Giannetti da Fonseca, Maia diz que "os juros altos são a medida da impaciência" do brasileiro em relação ao consumo.
Copom. Foi realizada ontem a primeira etapa da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sob o comando do novo presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini. A abertura para imagens fotográficas e cinematográficas para toda a imprensa é inédita.
Tombini deve promover hoje uma elevação de 0,5 ponto porcentual na Selic.
Fonte: Por Leandro Modé - O Estado de S.Paulo
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