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Notícias
19
set
2010
(GERAL)
Plantio de fava-d’anta pode recompor áreas degradadas do cerrado
Conhecida popularmente como fava-d’anta, a Dimorphandra mollis Benth. tem propriedades medicinais reconhecidas, e é amplamente explorada por laboratórios nacionais e estrangeiros. Seu principal princípio ativo, a rutina, age no fortalecimento de vasos capilares. Mas no Norte de Minas, este não é o único valor da planta, que vem sendo avaliada para a regeneração de áreas degradadas do cerrado. Esse é o foco da pesquisa realizada pelo engenheiro agrônomo Manoel Ferreira de Souza, que originou dissertação defendida em agosto passado, dentro do programa de mestrado em Ciências Agrárias do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFMG.
O experimento foi desenvolvido em área de cerrado em regeneração na comunidade de Olhos d´Água, no município de Montes Claros, onde muitas famílias de agricultores buscam renda adicional na extração do fruto da planta – também conhecida como favela, no Norte de Minas, além de falso-barbatimão, canafístula, cinzeiro, farinheiro ou faveira, em outras regiões. A pesquisa avaliou a sobrevivência e o crescimento da fava-d´anta em semeadura direta em área de cerrado – e não em casas de vegetação, como acontece com a maior parte dos experimentos do tipo. “Nosso principal objetivo é contribuir para o plantio da fava-d´anta direto no campo”, justifica o pesquisador.
As plantas foram adubadas com esterco bovino e fosfato natural, de origem orgânica, o que condiz com o sistema de produção agroecológica, foco das pesquisas desenvolvidas pelo mestrado em Ciências Agrárias. Além disso, esses adubos são bastante acessíveis aos pequenos produtores locais.
Entre dezembro de 2008 e dezembro de 2009, foram testados quatro tratamentos: com esterco, com fosfato, com os dois adubos juntos e sem adubação. O crescimento das plantas foi avaliado em termos de altura, diâmetro do colo (base do caule) e quantidade de folhas. Além de comparar os quatro tratamentos, o estudo avaliou o desempenho de cada cultivo em quatro períodos de três meses.
“Apesar de ser uma planta do cerrado, acostumada a solos pobres, a fava-d´anta mostrou bom desenvolvimento com a adubação”, comenta Manoel. Os melhores resultados foram obtidos com a associação de esterco e fosfato. A adubação, no entanto, não influenciou a sobrevivência das mudas.
Segundo o pesquisador, o objetivo é devolver esses resultados à comunidade e mostrar que a fava d´anta semeada diretamente no campo com adubação é boa alternativa para a recuperação de áreas degradadas de cerrado. “A domesticação da espécie seria uma alternativa para a sua utilização sustentável”, observa.
Ação predatória
As áreas do cerrado norte-mineiro que hoje se pretende regenerar foram degradadas principalmente pela atividade agrícola e pecuária, na busca de novas áreas para cultivar e criar os rebanhos, e pelo extrativismo predatório de plantas como a fava-d´anta. A quebra dos galhos na hora da coleta do fruto é exemplo de ação deletéria que já foi muito praticada pelos habitantes locais.
“Hoje, o comportamento do pessoal tem mudado bastante, principalmente por causa do trabalho de orientação e capacitação que vem sendo realizado em relação ao manejo correto das plantas”, comenta Manoel. O extrativismo é responsável, também, pela coleta dos frutos antes de amadurecerem, o que também prejudica a sobrevivência da espécie a longo prazo, porque as sementes são removidas do ambiente natural ou não têm tempo para se formar adequadamente dentro dos frutos.
A madeira da fava-d´anta – árvore que leva de seis a sete anos para atingir 14 metros, sua altura máxima – também já esteve na mira das comunidades locais, sendo utilizada para construção de postes e cercas e para a produção de carvão vegetal. No entanto, o engenheiro agrônomo explica que a derrubada das árvores para esses fins também diminuiu bastante nos últimos anos.
O experimento foi desenvolvido em área de cerrado em regeneração na comunidade de Olhos d´Água, no município de Montes Claros, onde muitas famílias de agricultores buscam renda adicional na extração do fruto da planta – também conhecida como favela, no Norte de Minas, além de falso-barbatimão, canafístula, cinzeiro, farinheiro ou faveira, em outras regiões. A pesquisa avaliou a sobrevivência e o crescimento da fava-d´anta em semeadura direta em área de cerrado – e não em casas de vegetação, como acontece com a maior parte dos experimentos do tipo. “Nosso principal objetivo é contribuir para o plantio da fava-d´anta direto no campo”, justifica o pesquisador.
As plantas foram adubadas com esterco bovino e fosfato natural, de origem orgânica, o que condiz com o sistema de produção agroecológica, foco das pesquisas desenvolvidas pelo mestrado em Ciências Agrárias. Além disso, esses adubos são bastante acessíveis aos pequenos produtores locais.
Entre dezembro de 2008 e dezembro de 2009, foram testados quatro tratamentos: com esterco, com fosfato, com os dois adubos juntos e sem adubação. O crescimento das plantas foi avaliado em termos de altura, diâmetro do colo (base do caule) e quantidade de folhas. Além de comparar os quatro tratamentos, o estudo avaliou o desempenho de cada cultivo em quatro períodos de três meses.
“Apesar de ser uma planta do cerrado, acostumada a solos pobres, a fava-d´anta mostrou bom desenvolvimento com a adubação”, comenta Manoel. Os melhores resultados foram obtidos com a associação de esterco e fosfato. A adubação, no entanto, não influenciou a sobrevivência das mudas.
Segundo o pesquisador, o objetivo é devolver esses resultados à comunidade e mostrar que a fava d´anta semeada diretamente no campo com adubação é boa alternativa para a recuperação de áreas degradadas de cerrado. “A domesticação da espécie seria uma alternativa para a sua utilização sustentável”, observa.
Ação predatória
As áreas do cerrado norte-mineiro que hoje se pretende regenerar foram degradadas principalmente pela atividade agrícola e pecuária, na busca de novas áreas para cultivar e criar os rebanhos, e pelo extrativismo predatório de plantas como a fava-d´anta. A quebra dos galhos na hora da coleta do fruto é exemplo de ação deletéria que já foi muito praticada pelos habitantes locais.
“Hoje, o comportamento do pessoal tem mudado bastante, principalmente por causa do trabalho de orientação e capacitação que vem sendo realizado em relação ao manejo correto das plantas”, comenta Manoel. O extrativismo é responsável, também, pela coleta dos frutos antes de amadurecerem, o que também prejudica a sobrevivência da espécie a longo prazo, porque as sementes são removidas do ambiente natural ou não têm tempo para se formar adequadamente dentro dos frutos.
A madeira da fava-d´anta – árvore que leva de seis a sete anos para atingir 14 metros, sua altura máxima – também já esteve na mira das comunidades locais, sendo utilizada para construção de postes e cercas e para a produção de carvão vegetal. No entanto, o engenheiro agrônomo explica que a derrubada das árvores para esses fins também diminuiu bastante nos últimos anos.
Fonte: Envolverde/UFMG
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