Voltar
Notícias
15
set
2010
(GERAL)
Fundos passam a investir em florestas
A necessidade de matéria-prima para suprir a produção do setor de base florestal vem atraindo cada vez mais a atuação de grandes fundos de investimento, especialmente estrangeiros.
As chamadas “timos” (do inglês Timberland Investment Management Organizations), gestoras de fundos principalmente americanos e europeus, desembarcaram no Brasil em 2001, atraídas pela alta produtividade e o avanço genético nas florestas nacionais. Estima-se que estejam em negociação hoje, pelos fundos, 250 mil hectares de áreas, dos quais 50 mil no Paraná.
Um dos primeiros a entrar nesse mercado no Brasil foi o Global Forest Partners (GFP), que no início da década comprou as florestas da Norske Skog Pisa, em Jaguariaíva, e hoje tem negócios, além do Paraná, na Bahia, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Há dois anos, o grupo Zugman, que é dono das madeireiras Lavrasul, Bras-comp e Lavrama e tem sede em Curitiba, vendeu áreas para a americana Resource Management Services (RMS).
Na esteira da chegada dos fundos, várias indústrias vêm estabelecendo parcerias com fundos para viabilizar investimentos em florestas. No ano passado, a fabricante chilena de painéis de madeira Masisa, que tem fábricas em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, e em Montenegro (RS), anunciou uma parceria com o fundo Hancock para a compra de 40 mil hectares de terras para o plantio, com foco no Brasil. A Klabin, a Suzano e a Irani também têm parcerias com fundos para ampliar a base florestal. Para as empresas, a vantagem está em concentrar atenção e investimento em áreas que são seu foco, como a fabricação e a venda dos seus produtos.
Além dos estrangeiros, os fundos de investimento em florestas nacionais também estão se multiplicando, capitaneados por grandes grupos e fundos de investimento. O Petros, fundo de previdência da Petrobras, e a Funcef, da Caixa Econômica Federal, colocaram recursos no fundo Flores¬tal Brasil, que tem ainda entre os sócios o grupo que controla o JBS Friboi. A Vale, por sua vez, criou a Vale Florestar, que está atuando em parceria com a Suzano. Segundo Marcelo Wiecheteck, gerente da área de economia e mercado da STCP Engenharia de Projetos, os fundos florestais também vêm diversificando os ativos, com investimentos em outras espécies de madeira, além do pínus e do eucalipto. É o caso da teka, muito comum no sudeste da Ásia, e que começou a ser cultivada em maior escala há alguns anos no Brasil. De acordo com ele, a rentabilidade média dos fundos em operação hoje no país varia de 12% a 15% ao ano.
Legislação - Limite para compra de terras desafia estrangeiros
Apesar do potencial dos negócios na área florestal, tudo indica que o capital estrangeiro terá mais dificuldade para investir nesse mercado, com a decisão do governo federal de limitar a compra de terras por estrangeiros e empresas brasileiras controladas por grupos internacionais. Um parecer da Advocacia Geral da União (AGU) que passou a valer a partir de 23 de agosto restringe as aquisições de imóveis rurais por empresas que têm pelo menos 51% de seu capital votante nas mãos de pessoas que não são brasileiras.
“A medida vai inibir os investimentos estrangeiros no setor. Mas o principal problema é a questão da insegurança institucional. Muitos fundos que poderiam colocar recursos aqui provavelmente não o farão mais”, diz Tarcísio Araújo Kroetz, do escritório Hapner e Kroetz Advogados e especialista em setor florestal. Segundo ele, somente o seu escritório estava assessorando “meia dúzia” de fundos estrangeiros interessados no Brasil. “Todos estão estudando medidas jurídicas para contornar essas novas medidas, mas no frigir dos ovos o investidor fica muito desanimado com o mercado brasileiro”, analisa.
Para Ederson de Almeida, diretor da Consufor, o setor recebeu muito mal a medida. “Ela veio em um péssimo momento, justamente quando o setor vai precisar de investimento”, acrescenta. No entanto, Almeida acha que, por se tratar de um ano de transição de governo, é preciso cautela, já que o parecer pode ser modificado no futuro. Pelo texto, empresas sob controle estrangeiro não poderão adquirir imóvel rural que tenha mais de 50 módulos de exploração indefinida. No Paraná, esse limite é de 250 hectares. A medida, no entanto, não tem efeito retroativo.
As chamadas “timos” (do inglês Timberland Investment Management Organizations), gestoras de fundos principalmente americanos e europeus, desembarcaram no Brasil em 2001, atraídas pela alta produtividade e o avanço genético nas florestas nacionais. Estima-se que estejam em negociação hoje, pelos fundos, 250 mil hectares de áreas, dos quais 50 mil no Paraná.
Um dos primeiros a entrar nesse mercado no Brasil foi o Global Forest Partners (GFP), que no início da década comprou as florestas da Norske Skog Pisa, em Jaguariaíva, e hoje tem negócios, além do Paraná, na Bahia, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Há dois anos, o grupo Zugman, que é dono das madeireiras Lavrasul, Bras-comp e Lavrama e tem sede em Curitiba, vendeu áreas para a americana Resource Management Services (RMS).
Na esteira da chegada dos fundos, várias indústrias vêm estabelecendo parcerias com fundos para viabilizar investimentos em florestas. No ano passado, a fabricante chilena de painéis de madeira Masisa, que tem fábricas em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, e em Montenegro (RS), anunciou uma parceria com o fundo Hancock para a compra de 40 mil hectares de terras para o plantio, com foco no Brasil. A Klabin, a Suzano e a Irani também têm parcerias com fundos para ampliar a base florestal. Para as empresas, a vantagem está em concentrar atenção e investimento em áreas que são seu foco, como a fabricação e a venda dos seus produtos.
Além dos estrangeiros, os fundos de investimento em florestas nacionais também estão se multiplicando, capitaneados por grandes grupos e fundos de investimento. O Petros, fundo de previdência da Petrobras, e a Funcef, da Caixa Econômica Federal, colocaram recursos no fundo Flores¬tal Brasil, que tem ainda entre os sócios o grupo que controla o JBS Friboi. A Vale, por sua vez, criou a Vale Florestar, que está atuando em parceria com a Suzano. Segundo Marcelo Wiecheteck, gerente da área de economia e mercado da STCP Engenharia de Projetos, os fundos florestais também vêm diversificando os ativos, com investimentos em outras espécies de madeira, além do pínus e do eucalipto. É o caso da teka, muito comum no sudeste da Ásia, e que começou a ser cultivada em maior escala há alguns anos no Brasil. De acordo com ele, a rentabilidade média dos fundos em operação hoje no país varia de 12% a 15% ao ano.
Legislação - Limite para compra de terras desafia estrangeiros
Apesar do potencial dos negócios na área florestal, tudo indica que o capital estrangeiro terá mais dificuldade para investir nesse mercado, com a decisão do governo federal de limitar a compra de terras por estrangeiros e empresas brasileiras controladas por grupos internacionais. Um parecer da Advocacia Geral da União (AGU) que passou a valer a partir de 23 de agosto restringe as aquisições de imóveis rurais por empresas que têm pelo menos 51% de seu capital votante nas mãos de pessoas que não são brasileiras.
“A medida vai inibir os investimentos estrangeiros no setor. Mas o principal problema é a questão da insegurança institucional. Muitos fundos que poderiam colocar recursos aqui provavelmente não o farão mais”, diz Tarcísio Araújo Kroetz, do escritório Hapner e Kroetz Advogados e especialista em setor florestal. Segundo ele, somente o seu escritório estava assessorando “meia dúzia” de fundos estrangeiros interessados no Brasil. “Todos estão estudando medidas jurídicas para contornar essas novas medidas, mas no frigir dos ovos o investidor fica muito desanimado com o mercado brasileiro”, analisa.
Para Ederson de Almeida, diretor da Consufor, o setor recebeu muito mal a medida. “Ela veio em um péssimo momento, justamente quando o setor vai precisar de investimento”, acrescenta. No entanto, Almeida acha que, por se tratar de um ano de transição de governo, é preciso cautela, já que o parecer pode ser modificado no futuro. Pelo texto, empresas sob controle estrangeiro não poderão adquirir imóvel rural que tenha mais de 50 módulos de exploração indefinida. No Paraná, esse limite é de 250 hectares. A medida, no entanto, não tem efeito retroativo.
Fonte: Gazeta do Povo
Notícias em destaque

Exportações de celulose do Brasil mantêm competitividade diante de incertezas globais
Moody’s destaca vantagens do setor no país, mesmo com tensões comerciais e menor demanda da China
As exportadoras de...
(MERCADO)

Árvores da Amazônia revelam cenário preocupante no bioma
Análises feitas em duas espécies de árvores revelaram mudanças importantes no ciclo de chuvas na Amazônia nos...
(GERAL)

Forro de madeira: como ele transforma ambientes com charme, conforto e personalidade
Uma solução versátil que une estética natural, isolamento térmico e valorização do projeto...
(MADEIRA E PRODUTOS)

Por que as bancadas de madeira estão conquistando projetos de alto padrão?
Com beleza natural e múltiplas aplicações, elas são protagonistas no design de interiores contemporâneo
A...
(MADEIRA E PRODUTOS)

O que a seringueira produz? Conheça mais sobre a árvore amazônica
Na natureza, a seringueira produz látex como mecanismo de defesa contra ferimentos, insetos e microrganismos
A seringueira, conhecida...
(MADEIRA E PRODUTOS)

Queimadas atingiram 30 milhões de hectares no país em 2024
O ano de 2024 registrou 30 milhões de hectares do território nacional atingidos por queimadas. Essa foi a segunda maior...
(QUEIMADAS)