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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Móveis com madeira certificada chegam à Europa.
A madeira nativa amazônica aos poucos conquista o exigente mercado europeu. Depois de exportar para Inglaterra e Estados Unidos, o grupo Tramontina S.A., por intermédio da unidade em Belém, especializada em produtos de madeira de corte, conseguiu ganhar a confiança de países como a França e a Itália e fechou um grande contrato de venda de móveis de jardim. Mas a abertura só chegou após a empresa receber, em 2001, a certificação do Conselho Mundial da Floresta (Forest Stewardship Council - FSC), que avaliza ao consumidor a procedência ecologicamente correta do produto.
É a primeira vez que a Tramontina Belém, localizada no Distrito Industrial de Icoaraci, exporta para a França, que não abria mão em comprar apenas móveis certificados do Brasil. A Itália já era cliente da empresa brasileira há quatro anos, sobretudo na linha de móveis de jardim não-certificados, mas o volume de vendas foi diminuindo em virtude da exigência do mercado europeu, no cumprimento da rigorosa legislação de proteção ao meio ambiente.
Em 2002, a unidade comercializou 650 mil dólares de mercadorias para aqueles dois países. A expectativa é de que a empresa feche o ano de 2003 com um volume de vendas de US$ 2 milhões em móveis de jardim. "As primeiras avaliações com a madeira certificada foram muito positivas. Não adianta o móvel ser bonito, ter um preço interessante, mas não ser certificado. A certificação, aliada ao produto e ao preço, abriu portas para novos mercados como a França e a Alemanha que são muito exigentes com produtos de origem florestal", informa o gerente-geral da Tramontina Belém, Luiz Ongaratho.
A Alemanha foi o primeiro país a acender a luz vermelha para móveis não-certificados. Isto porque os mercados mais exigentes ainda têm um certo preconceito com a procedência da madeira da Amazônia. "Só depois de quatro anos conseguimos retomar alguns negócios com este país, como cabos e utilidades domésticas. A partir de agora só madeira certificada".
Parceria para a recuperação de áreas degradadas
Cerca de 95% da madeira que a unidade de Belém utiliza para produzir a nova linha de móveis é fornecida pela indústria Juruá, localizada no Distrito Industrial de Ananindeua. A indústria Juruá é fornecedora antiga da Tramontina e também detém a licença ambiental, exigida pelos grandes mercados.
A partir do projeto de reflorestamento desenvolvido há onze anos no município de Aurora do Pará, na região nordeste do Estado, a tendência é que a Tramontina diminua a compra de madeira e passe a consumir a sua própria matéria-prima. Realizado em parceria com algumas instituições, entre elas, a Embrapa e a Universidade Federal Rural da Amazônia, o projeto visa a recuperar as áreas degradadas pelo sistema de reflorestamento heterogêneo. A área do plantio inclui cerca de 20 espécies diferentes com crescimento rápido, médio e lento, com destaque para o mogno, paricá, jatobá, ipê e cedro.
O primeiro corte do plantio em Aurora do Pará aconteceu em abril. Técnicos fizeram o desbaste de 40% das árvores de paricá, que apresentam um crescimento rápido em relação a outras espécies, podendo ser cortadas num tempo recorde de oito a dez anos. Por esse motivo, a Tramontina resolveu mudar as regras do consórcio, aumentando o plantio de paricá para 70% e somente 30% de outras espécies. "O jatobá, pelos nossos cálculos, deve demorar de 80 a 100 anos para cortar. Para o desbaste do mogno são 25 anos. Com o reflorestamento, gradativamente vai-se diminuindo o uso da floresta nativa".
Com o apoio técnico da Universidade Federal Rural da Amazônia, também foi criado no local um campo experimental para combater a praga Epsipila Grandela, uma espécie de borboleta que ataca o caule do mogno. A solução, ainda em estudo, foi colocar mudas da espécie asiática nin ao lado de cada árvore de mogno. "A folha do nin solta um odor forte que inibe a ação da borboleta e impede que a praga atinja o mogno", explica Luiz Ongaratho. A praga atingiu 98 mil das 100 mil árvores de mogno. "Se tivéssemos plantado só mogno, tínhamos perdido tudo".
Anualmente, são plantadas 70 mil novas árvores, que além de permitir a recomposição de florestas semidestruídas, preservam as espécies nativas. O reflorestamento com espécies nobres, aliadas a espécies de crescimento rápido - para corte a cada 25 anos - oferece uma produção de 300 metros cúbicos por hectare. Em uma floresta nativa, esta produção é de aproximadamente 40 metros cúbicos por hectare em intervalos de 50 anos.
Julie Rocha
Fonte: Página 20
É a primeira vez que a Tramontina Belém, localizada no Distrito Industrial de Icoaraci, exporta para a França, que não abria mão em comprar apenas móveis certificados do Brasil. A Itália já era cliente da empresa brasileira há quatro anos, sobretudo na linha de móveis de jardim não-certificados, mas o volume de vendas foi diminuindo em virtude da exigência do mercado europeu, no cumprimento da rigorosa legislação de proteção ao meio ambiente.
Em 2002, a unidade comercializou 650 mil dólares de mercadorias para aqueles dois países. A expectativa é de que a empresa feche o ano de 2003 com um volume de vendas de US$ 2 milhões em móveis de jardim. "As primeiras avaliações com a madeira certificada foram muito positivas. Não adianta o móvel ser bonito, ter um preço interessante, mas não ser certificado. A certificação, aliada ao produto e ao preço, abriu portas para novos mercados como a França e a Alemanha que são muito exigentes com produtos de origem florestal", informa o gerente-geral da Tramontina Belém, Luiz Ongaratho.
A Alemanha foi o primeiro país a acender a luz vermelha para móveis não-certificados. Isto porque os mercados mais exigentes ainda têm um certo preconceito com a procedência da madeira da Amazônia. "Só depois de quatro anos conseguimos retomar alguns negócios com este país, como cabos e utilidades domésticas. A partir de agora só madeira certificada".
Parceria para a recuperação de áreas degradadas
Cerca de 95% da madeira que a unidade de Belém utiliza para produzir a nova linha de móveis é fornecida pela indústria Juruá, localizada no Distrito Industrial de Ananindeua. A indústria Juruá é fornecedora antiga da Tramontina e também detém a licença ambiental, exigida pelos grandes mercados.
A partir do projeto de reflorestamento desenvolvido há onze anos no município de Aurora do Pará, na região nordeste do Estado, a tendência é que a Tramontina diminua a compra de madeira e passe a consumir a sua própria matéria-prima. Realizado em parceria com algumas instituições, entre elas, a Embrapa e a Universidade Federal Rural da Amazônia, o projeto visa a recuperar as áreas degradadas pelo sistema de reflorestamento heterogêneo. A área do plantio inclui cerca de 20 espécies diferentes com crescimento rápido, médio e lento, com destaque para o mogno, paricá, jatobá, ipê e cedro.
O primeiro corte do plantio em Aurora do Pará aconteceu em abril. Técnicos fizeram o desbaste de 40% das árvores de paricá, que apresentam um crescimento rápido em relação a outras espécies, podendo ser cortadas num tempo recorde de oito a dez anos. Por esse motivo, a Tramontina resolveu mudar as regras do consórcio, aumentando o plantio de paricá para 70% e somente 30% de outras espécies. "O jatobá, pelos nossos cálculos, deve demorar de 80 a 100 anos para cortar. Para o desbaste do mogno são 25 anos. Com o reflorestamento, gradativamente vai-se diminuindo o uso da floresta nativa".
Com o apoio técnico da Universidade Federal Rural da Amazônia, também foi criado no local um campo experimental para combater a praga Epsipila Grandela, uma espécie de borboleta que ataca o caule do mogno. A solução, ainda em estudo, foi colocar mudas da espécie asiática nin ao lado de cada árvore de mogno. "A folha do nin solta um odor forte que inibe a ação da borboleta e impede que a praga atinja o mogno", explica Luiz Ongaratho. A praga atingiu 98 mil das 100 mil árvores de mogno. "Se tivéssemos plantado só mogno, tínhamos perdido tudo".
Anualmente, são plantadas 70 mil novas árvores, que além de permitir a recomposição de florestas semidestruídas, preservam as espécies nativas. O reflorestamento com espécies nobres, aliadas a espécies de crescimento rápido - para corte a cada 25 anos - oferece uma produção de 300 metros cúbicos por hectare. Em uma floresta nativa, esta produção é de aproximadamente 40 metros cúbicos por hectare em intervalos de 50 anos.
Julie Rocha
Fonte: Página 20
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