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Notícias
21
ago
2010
(AQUECIMENTO GLOBAL)
Espécies recém-descobertas na serra Fina estão ameaçadas pelo aquecimento
Quatro espécies recém-descobertas na serra Fina, na divisa entre Minas, Rio e São Paulo, já estão ameaçadas pelo aquecimento global. A descoberta pode incentivar estudos e iniciativas de preservação da área.
Já bastariam as belas paisagens da serra Fina, pertencente à serra da Mantiqueira, para perceber o valor da região. Mas a descoberta de novas espécies da flora mostrou que o local guarda muitas riquezas para a ciência.
Três espécies pertencem à família das margaridas (Asteraceae), e outra à família Symplocaceae.
Além dessas quatro, ainda há três espécies em processo de análise por taxonomistas, e que devem se juntar à lista das descobertas. Todas elas foram encontradas nos campos de altitude da serra durante o trabalho de doutorado do biólogo Leonardo Dias Meireles pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
De acordo com Meireles, pouco se sabia sobre a área até agora. “Os poucos dados sobre a flora haviam sido coletados em áreas mais baixas da região e são de mais cinquenta anos atrás”, diz ele.
Dúvida fértil
Em 1997, George Shepherd, orientador da tese de Meireles, esteve no local e percebeu semelhanças da vegetação com os campos e florestas de altitude do Sul do país. Semelhanças que intrigaram o biólogo. Por que a vegetação se pareceria à do Sul do país, e não à vegetação da região Sudeste?
Impulsionado pela dúvida, Meireles foi a campo e conseguiu coletar aproximadamente 393 espécies da flora. Comparando o material coletado com espécies já catalogadas, o biólogo identificou sete espécies desconhecidas.
“Estudamos sua distribuição geográfica e verificamos que elas ocorrem em poucos locais e são típicas de áreas montanhosas”, conta ele, acrescentando que pertencem a gêneros que provavelmente vieram dos Andes e se modificaram na região.
De acordo com a pesquisa, um resfriamento na temperatura durante o período Quaternário (que compreende os últimos dois milhões de anos), poderia explicar a origem da vegetação no local.
É possível que ela tenha existido em maior extensão no passado, conectando o Sul e o Sudeste. Com o aumento das temperaturas no Holoceno, período mais recente na escala de tempo geológica, teria permanecido apenas no topo de cadeias montanhosas.
Frio necessário
O avanço do aquecimento global pode colocar em risco as espécies recém-descobertas, assim como muitas outras que crescem nas temperaturas mais baixas do alto da serra. “O aquecimento global ameaça a permanência desse tipo de vegetação, que é característica de climas mais frios”, explica o biólogo.
“O aquecimento global ameaça a permanência dessa vegetação de climas mais frios”
Além de apresentar novas espécies à ciência, a pesquisa deve ajudar a valorizar mais a área. A tese deve incentivar projetos de preservação ambiental, oferecendo mais um estímulo para a criação do Parque Nacional Altos da Mantiqueira, proposta pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio).
Ele abrangeria a área entre o Parque Nacional de Itatiaia, no Rio de Janeiro, e o Parque Estadual de Campos do Jordão, em São Paulo.
Já bastariam as belas paisagens da serra Fina, pertencente à serra da Mantiqueira, para perceber o valor da região. Mas a descoberta de novas espécies da flora mostrou que o local guarda muitas riquezas para a ciência.
Três espécies pertencem à família das margaridas (Asteraceae), e outra à família Symplocaceae.
Além dessas quatro, ainda há três espécies em processo de análise por taxonomistas, e que devem se juntar à lista das descobertas. Todas elas foram encontradas nos campos de altitude da serra durante o trabalho de doutorado do biólogo Leonardo Dias Meireles pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
De acordo com Meireles, pouco se sabia sobre a área até agora. “Os poucos dados sobre a flora haviam sido coletados em áreas mais baixas da região e são de mais cinquenta anos atrás”, diz ele.
Dúvida fértil
Em 1997, George Shepherd, orientador da tese de Meireles, esteve no local e percebeu semelhanças da vegetação com os campos e florestas de altitude do Sul do país. Semelhanças que intrigaram o biólogo. Por que a vegetação se pareceria à do Sul do país, e não à vegetação da região Sudeste?
Impulsionado pela dúvida, Meireles foi a campo e conseguiu coletar aproximadamente 393 espécies da flora. Comparando o material coletado com espécies já catalogadas, o biólogo identificou sete espécies desconhecidas.
“Estudamos sua distribuição geográfica e verificamos que elas ocorrem em poucos locais e são típicas de áreas montanhosas”, conta ele, acrescentando que pertencem a gêneros que provavelmente vieram dos Andes e se modificaram na região.
De acordo com a pesquisa, um resfriamento na temperatura durante o período Quaternário (que compreende os últimos dois milhões de anos), poderia explicar a origem da vegetação no local.
É possível que ela tenha existido em maior extensão no passado, conectando o Sul e o Sudeste. Com o aumento das temperaturas no Holoceno, período mais recente na escala de tempo geológica, teria permanecido apenas no topo de cadeias montanhosas.
Frio necessário
O avanço do aquecimento global pode colocar em risco as espécies recém-descobertas, assim como muitas outras que crescem nas temperaturas mais baixas do alto da serra. “O aquecimento global ameaça a permanência desse tipo de vegetação, que é característica de climas mais frios”, explica o biólogo.
“O aquecimento global ameaça a permanência dessa vegetação de climas mais frios”
Além de apresentar novas espécies à ciência, a pesquisa deve ajudar a valorizar mais a área. A tese deve incentivar projetos de preservação ambiental, oferecendo mais um estímulo para a criação do Parque Nacional Altos da Mantiqueira, proposta pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio).
Ele abrangeria a área entre o Parque Nacional de Itatiaia, no Rio de Janeiro, e o Parque Estadual de Campos do Jordão, em São Paulo.
Fonte: Ciência Hoje On-line
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