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Notícias
08
ago
2010
(GERAL)
Má restauração de floresta pode ser pior que manter área devastada
Obrigar agricultores a recuperarem áreas devastadas em grandes propriedades (com mais de quatro módulos agrícolas), como propõe o novo Código Florestal, pode ter impactos desastrosos ao meio ambiente.
Isso porque nem todas as recuperações de áreas ambientais são feitas com vegetação nativa e adequada para as características do bioma.
"Já vi plantio de árvores em regiões com pouca água que acabaram morrendo por competição. A região ficou sem vegetação e a morte das árvores gerou carbono", exemplificou a engenheira florestal Giselda Durigan, do Instituto Florestal do Estado de São Paulo.
O plantio de vegetação exótica (não nativa) é outro problema comum nas recuperações florestais promovidas por agricultores. "Ao tentar restaurar uma área, um agricultor pode destruir um ecossistema", diz Durigan.
O novo Código Florestal determina que no máximo 50% das áreas recuperadas podem ser compostas por espécies exóticas.
"Mas não está claro qual é a riqueza da flora que deve ser plantada, alternando plantas exóticas e nativas. Posso plantar só café e peroba na minha reserva?", questiona-se o biólogo Sergius Gandolfi, da USP de Piracicaba.
PLANO B
Uma alternativa à recuperação de uma área devastada, para Durigan, do Instituto Florestal, pode ser a compensação, ou seja, a compra ou doação à União de área preservada de mesma proporção do que foi devastado pelo agricultor.
Para o biólogo Otávio Marques, do Instituto Butantan, no entanto, a compensação florestal não resolve o impacto ambiental da fauna.
"Não se pode tirar um réptil de uma área e colocar em outra região distante. Espécies diferentes não vivem em regiões distintas", explica.
O novo Código Florestal obriga grandes agricultores --donos de 80% da área rural do país-- a restaurarem APPs (áreas de proteção permanente) desmatadas e dá incentivos econômicos para proprietários as restaurarem.
Gandolfi, da USP, é contra incentivos para preservação de florestas em propriedades agrícolas. "Não há incentivos para que as fábricas não emitam poluentes na atmosfera", compara.
A discussão sobre o novo Código Florestal aconteceu nesta terça-feira (3), na Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), em uma reunião de cientistas organizada pela coordenação do projeto Biota/Fapesp.
O novo Código Florestal, proposto pelo deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), foi aprovado no mês passado por uma comissão do Câmara, e ainda precisa ser votado no Congresso.
Isso porque nem todas as recuperações de áreas ambientais são feitas com vegetação nativa e adequada para as características do bioma.
"Já vi plantio de árvores em regiões com pouca água que acabaram morrendo por competição. A região ficou sem vegetação e a morte das árvores gerou carbono", exemplificou a engenheira florestal Giselda Durigan, do Instituto Florestal do Estado de São Paulo.
O plantio de vegetação exótica (não nativa) é outro problema comum nas recuperações florestais promovidas por agricultores. "Ao tentar restaurar uma área, um agricultor pode destruir um ecossistema", diz Durigan.
O novo Código Florestal determina que no máximo 50% das áreas recuperadas podem ser compostas por espécies exóticas.
"Mas não está claro qual é a riqueza da flora que deve ser plantada, alternando plantas exóticas e nativas. Posso plantar só café e peroba na minha reserva?", questiona-se o biólogo Sergius Gandolfi, da USP de Piracicaba.
PLANO B
Uma alternativa à recuperação de uma área devastada, para Durigan, do Instituto Florestal, pode ser a compensação, ou seja, a compra ou doação à União de área preservada de mesma proporção do que foi devastado pelo agricultor.
Para o biólogo Otávio Marques, do Instituto Butantan, no entanto, a compensação florestal não resolve o impacto ambiental da fauna.
"Não se pode tirar um réptil de uma área e colocar em outra região distante. Espécies diferentes não vivem em regiões distintas", explica.
O novo Código Florestal obriga grandes agricultores --donos de 80% da área rural do país-- a restaurarem APPs (áreas de proteção permanente) desmatadas e dá incentivos econômicos para proprietários as restaurarem.
Gandolfi, da USP, é contra incentivos para preservação de florestas em propriedades agrícolas. "Não há incentivos para que as fábricas não emitam poluentes na atmosfera", compara.
A discussão sobre o novo Código Florestal aconteceu nesta terça-feira (3), na Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), em uma reunião de cientistas organizada pela coordenação do projeto Biota/Fapesp.
O novo Código Florestal, proposto pelo deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), foi aprovado no mês passado por uma comissão do Câmara, e ainda precisa ser votado no Congresso.
Fonte: Folha Online
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