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Notícias
07
ago
2010
(MEIO AMBIENTE)
Florestas primárias relativamente intocadas na Amazônia são mais tolerantes à seca
Uma recente pesquisa [Seasonal and interannual variability of climate and vegetation indices across the Amazon] realizada na Amazônia mostra que as florestas relativamente intocadas são mais tolerantes à seca sazonal do que aquelas altamente degradadas. Porém, mesmo com maior capacidade de tolerar as secas, há um limite suportável além do qual a produtividade da floresta intacta se reduz. Os resultados do estudo publicado hoje na Revista PNAS, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, mostram que as respostas das florestas da Amazônia à seca envolvem processos bastante complexos que ainda não haviam sido colocados em discussão pelos cientistas e que podem afetar as conclusões sobre a vulnerabilidade dessas florestas às mudanças climáticas. O trabalho reuniu cientistas do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), da Universidade da Flórida (UF) e do Woods Hole Research Center (EUA).
O estudo indica que a maior produtividade da floresta medida com o satélite MODIS durante uma seca severa pode ser devido aos efeitos da falta de água no solo sincronizando a produção de folhas. “Esta pode ser uma explicação para os diferentes resultados entre os estudos que mediram os impactos da seca de 2005 nas florestas da Amazônia”, diz o principal autor Paulo Brando (IPAM – UF).
O estudo utilizou análises de campo e dados obtidos por sensoriamento remoto, incluindo dados de índices de vegetação (EVI) das estações secas de 2000 a 2008, do MODIS. Foram combinados dados climáticos de 1996 a 2005 registrados em 280 estações meteorológicas. Relações estatísticas entre os índices de vegetação e outras variáveis também foram analisadas para toda a Bacia Amazônica e, mais intensamente, a Bacia do rio Tapajós.
A pesquisa constatou que houve diminuição da precipitação durante a estação chuvosa, enquanto a disponibilidade de luz na estação seca aumentou, com importantes consequências para a ciclagem de carbono na região. De acordo com a pesquisa, a capacidade das florestas da Amazônia de ciclar carbono durante períodos de estiagem foi maior onde a cobertura vegetal era mais densa.
Devido ao processo de degradação florestal na Amazônia e as previsões de um clima mais seco em algumas partes da Bacia Amazônica, os autores enfatizam a necessidade de melhor integração de dados de campo e estudos de sensoriamento remoto para que se possa realmente entender como secas previstas num futuro próximo afetarão essas florestas.
Para Brando, o estudo contribui para o melhor entendimento sobre os mecanismos que controlam as variações de produtividade das florestas da Amazônia, o que por sua vez possibilita um melhor entendimento de como a Amazônia poderá ser afetada por mudanças climáticas. Além de acrescentar novos dados ao debate sobre a vulnerabilidade da vegetação seca, os pesquisadores conseguiram obter importantes padrões no clima em toda a Bacia Amazônica entre 1996 e 2005.
O lançamento do estudo coincide com demandas da comunidade científica para um melhor entendimento sobre como a floresta amazônica e outras florestas tropicais podem responder à seca relacionada à mudança do clima e uso da terra.
Scott-Goetz, co-autor do estudo explica que esta análise é a única que capta com grande detalhe como a produtividade da floresta varia de acordo com as medições meteorológicas, especialmente durante os anos de seca. “Nossos achados condizem com trabalhos anteriores, mas vão além no sentido de realmente vincular o impacto das alterações climáticas com a resposta da floresta pelo crescimento de novas folhas”, diz o pesquisador.
De acordo com Daniel Nepstad (IPAM), também co-autor, o estudo demonstra em maior profundidade que a resposta da floresta à seca é complexa. “Seria prematuro tirar conclusões definitivas sobre a suscetibilidade da floresta amazônica à seca somente com dados de sensoriamento remoto”, afirma.
O estudo indica que a maior produtividade da floresta medida com o satélite MODIS durante uma seca severa pode ser devido aos efeitos da falta de água no solo sincronizando a produção de folhas. “Esta pode ser uma explicação para os diferentes resultados entre os estudos que mediram os impactos da seca de 2005 nas florestas da Amazônia”, diz o principal autor Paulo Brando (IPAM – UF).
O estudo utilizou análises de campo e dados obtidos por sensoriamento remoto, incluindo dados de índices de vegetação (EVI) das estações secas de 2000 a 2008, do MODIS. Foram combinados dados climáticos de 1996 a 2005 registrados em 280 estações meteorológicas. Relações estatísticas entre os índices de vegetação e outras variáveis também foram analisadas para toda a Bacia Amazônica e, mais intensamente, a Bacia do rio Tapajós.
A pesquisa constatou que houve diminuição da precipitação durante a estação chuvosa, enquanto a disponibilidade de luz na estação seca aumentou, com importantes consequências para a ciclagem de carbono na região. De acordo com a pesquisa, a capacidade das florestas da Amazônia de ciclar carbono durante períodos de estiagem foi maior onde a cobertura vegetal era mais densa.
Devido ao processo de degradação florestal na Amazônia e as previsões de um clima mais seco em algumas partes da Bacia Amazônica, os autores enfatizam a necessidade de melhor integração de dados de campo e estudos de sensoriamento remoto para que se possa realmente entender como secas previstas num futuro próximo afetarão essas florestas.
Para Brando, o estudo contribui para o melhor entendimento sobre os mecanismos que controlam as variações de produtividade das florestas da Amazônia, o que por sua vez possibilita um melhor entendimento de como a Amazônia poderá ser afetada por mudanças climáticas. Além de acrescentar novos dados ao debate sobre a vulnerabilidade da vegetação seca, os pesquisadores conseguiram obter importantes padrões no clima em toda a Bacia Amazônica entre 1996 e 2005.
O lançamento do estudo coincide com demandas da comunidade científica para um melhor entendimento sobre como a floresta amazônica e outras florestas tropicais podem responder à seca relacionada à mudança do clima e uso da terra.
Scott-Goetz, co-autor do estudo explica que esta análise é a única que capta com grande detalhe como a produtividade da floresta varia de acordo com as medições meteorológicas, especialmente durante os anos de seca. “Nossos achados condizem com trabalhos anteriores, mas vão além no sentido de realmente vincular o impacto das alterações climáticas com a resposta da floresta pelo crescimento de novas folhas”, diz o pesquisador.
De acordo com Daniel Nepstad (IPAM), também co-autor, o estudo demonstra em maior profundidade que a resposta da floresta à seca é complexa. “Seria prematuro tirar conclusões definitivas sobre a suscetibilidade da floresta amazônica à seca somente com dados de sensoriamento remoto”, afirma.
Fonte: Jaime Gesisky - IPAM/Painel Florestal
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