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Notícias
26
jul
2010
(SETOR FLORESTAL)
Incidência das florestas tropicais na paz e no desenvolvimento
As florestas das regiões tropicais têm um papel cada vez maior no mundo, não apenas por fornecer recursos renováveis, como também por oferecer a oportunidade de colaboração entre países, acima das fronteiras políticas. Esta é uma das premissas sobre as quais foi realizada a conferência internacional sobre conservação da biodiversidade nas florestas tropicais transfronteiriças, que reuniu na semana passada, em Quito, cem delegados de 30 países e de meia dezena de organismos.
“A confluência das características ecológicas e econômicas das florestas tropicais proporcionam oportunidades de ganhar-ganhar”, disse à IPS o paquistanês Saleem H. Ali, professor de Planejamento Ambiental da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos. “Devemos desterrar a ideia de que se trata de um jogo de resultado zero, devido ao valor de uso da terra, onde se um ganha outro tem de perder”, afirmou. “O que estamos aprendendo é que inclusive partes em conflito em áreas fronteiriças podem encontrar mecanismos de cooperação”, acrescentou.
Esta cooperação com frequência é iniciada pelas populações locais, que exercem pressão sobre seus governos para que encontrem mecanismos de colaboração na proteção da biodiversidade, e apóiem o uso racional dos recursos madeireiros e, em geral, dos bens e serviços ambientais destas florestas. Por bens e serviços ambientais entende-se as funções das florestas como captadoras de umidade e carbono, agente de melhoria do clima e custódia da biodiversidade, isto é, os parentes silvestres da comida que os seres humanos consomem.
O biólogo Roberto Ulloa, disse à IPS que a visão da América Latina e do Caribe na conservação da biodiversidade é o resultado de uma evolução no pensamento científico assumido há vários anos. “Primeiro foi o enfoque sobre as áreas protegidas, depois vimos que o problema estava um pouco mais além e começamos a apontar zonas de amortização, mais tarde nos demos conta de que se devia pensar em paisagens maiores e complexas e falamos de corredores biológicos”, disse Roberto, coordenador de Políticas Ambientais da Conservação Internacional no Equador, uma das organizações não governamentais que organizaram o evento.
“Atualmente, falamos da conservação da biodiversidade em florestas transfronteiriças porque as espécies, de flora ou fauna, não reconhecem fronteiras, assim como as ações que atentam contra elas, como a exploração ilegal de madeira ou o tráfico de animais” completou. “O objetivo desta conferência foi analisar o estado atual da biodiversidade nas áreas de conservação transfronteiriças tropicais (ACTT) e os caminhos futuros possíveis para sua conservação, manejo e financiamento”, informou à IPS, por sua vez, o brasileiro Eduardo Mansur, diretor de Reflorestamento e Ordenamento Florestal da Organização Internacional da Madeira Tropical (ITTO).
A conferência, na qual foram apresentados casos de ACTT na Ásia, África e América Latina, com sucessos e fracassos, as dificuldades encontradas e as lições aprendidas, permitiu “que os atores interessados estudassem as repercussões e os impactos sociais, econômicos e políticos dos projetos”, acrescentou Eduardo. O próprio diretor mundial da ITTO, o camaronês Emmanuel Ze Meka, explicou à IPS que, além da análise, a conferência buscou determinar as melhores estratégias para o manejo eficaz das áreas transfronteiriças na conservação de sua biodiversidade, mitigação da mudança climática e “aprimoramento dos meios de sustento locais, bem como uma melhor observância das leis e da governabilidade do setor florestal”.
Vários dos expositores dos casos enfatizaram a necessidade de contar, além da vontade política das autoridades nacionais, regionais e locais, com o compromisso das populações que vivem nestas áreas protegidas. Os projetos de conservação “devem emergir das necessidades reais para combater os problemas de magnitude binacional e não das oportunidades de financiamento”, já que no caso do segundo, os projetos “morrem quando o dinheiro acaba”, citou, como exemplo, a bióloga Blady Bohórquez, do Ministério do Meio Ambiente, Habitação e Desenvolvimento Territorial da Colômbia.
De fato, devem ser identificadas alternativas produtivas não degradantes que tornem factível economicamente o uso dos recursos renováveis pelas populações nativas destas áreas, destacou Ángel Onofa, do Ministério do Meio Ambiente do Equador, ao apresentar o caso da conservação da biodiversidade no plano trinacional que une as áreas protegidas de Güepí, no Peru, La Paya, na Colômbia, e Cuyabeno, no Equador. Para Eduardo, também é importante identificar oportunidades para aumentar o financiamento disponível para projetos de ACTT em conexão com os fundos dirigidos ao processo da mudança climática, à observância das leis florestais, dos acordos e convênios internacionais e de outras iniciativas.
A conferência, que incluiu discussões em grupos de trabalho, elaborou recomendações para melhorar a reformulação, administração e financiamento de projetos e programas de ACTT, aumentando sua visibilidade, com vistas à X Conferência das Partes do Convênio das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica, que acontecerá em outubro na cidade japonesa de Nagoya. Por isso, o desejo é aumentar o perfil das ACTT, destacando os principais problemas e desafios junto com a revisão profunda prevista para o programa de trabalho da própria Convenção da Biodiversidade sobre áreas protegidas.
“A confluência das características ecológicas e econômicas das florestas tropicais proporcionam oportunidades de ganhar-ganhar”, disse à IPS o paquistanês Saleem H. Ali, professor de Planejamento Ambiental da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos. “Devemos desterrar a ideia de que se trata de um jogo de resultado zero, devido ao valor de uso da terra, onde se um ganha outro tem de perder”, afirmou. “O que estamos aprendendo é que inclusive partes em conflito em áreas fronteiriças podem encontrar mecanismos de cooperação”, acrescentou.
Esta cooperação com frequência é iniciada pelas populações locais, que exercem pressão sobre seus governos para que encontrem mecanismos de colaboração na proteção da biodiversidade, e apóiem o uso racional dos recursos madeireiros e, em geral, dos bens e serviços ambientais destas florestas. Por bens e serviços ambientais entende-se as funções das florestas como captadoras de umidade e carbono, agente de melhoria do clima e custódia da biodiversidade, isto é, os parentes silvestres da comida que os seres humanos consomem.
O biólogo Roberto Ulloa, disse à IPS que a visão da América Latina e do Caribe na conservação da biodiversidade é o resultado de uma evolução no pensamento científico assumido há vários anos. “Primeiro foi o enfoque sobre as áreas protegidas, depois vimos que o problema estava um pouco mais além e começamos a apontar zonas de amortização, mais tarde nos demos conta de que se devia pensar em paisagens maiores e complexas e falamos de corredores biológicos”, disse Roberto, coordenador de Políticas Ambientais da Conservação Internacional no Equador, uma das organizações não governamentais que organizaram o evento.
“Atualmente, falamos da conservação da biodiversidade em florestas transfronteiriças porque as espécies, de flora ou fauna, não reconhecem fronteiras, assim como as ações que atentam contra elas, como a exploração ilegal de madeira ou o tráfico de animais” completou. “O objetivo desta conferência foi analisar o estado atual da biodiversidade nas áreas de conservação transfronteiriças tropicais (ACTT) e os caminhos futuros possíveis para sua conservação, manejo e financiamento”, informou à IPS, por sua vez, o brasileiro Eduardo Mansur, diretor de Reflorestamento e Ordenamento Florestal da Organização Internacional da Madeira Tropical (ITTO).
A conferência, na qual foram apresentados casos de ACTT na Ásia, África e América Latina, com sucessos e fracassos, as dificuldades encontradas e as lições aprendidas, permitiu “que os atores interessados estudassem as repercussões e os impactos sociais, econômicos e políticos dos projetos”, acrescentou Eduardo. O próprio diretor mundial da ITTO, o camaronês Emmanuel Ze Meka, explicou à IPS que, além da análise, a conferência buscou determinar as melhores estratégias para o manejo eficaz das áreas transfronteiriças na conservação de sua biodiversidade, mitigação da mudança climática e “aprimoramento dos meios de sustento locais, bem como uma melhor observância das leis e da governabilidade do setor florestal”.
Vários dos expositores dos casos enfatizaram a necessidade de contar, além da vontade política das autoridades nacionais, regionais e locais, com o compromisso das populações que vivem nestas áreas protegidas. Os projetos de conservação “devem emergir das necessidades reais para combater os problemas de magnitude binacional e não das oportunidades de financiamento”, já que no caso do segundo, os projetos “morrem quando o dinheiro acaba”, citou, como exemplo, a bióloga Blady Bohórquez, do Ministério do Meio Ambiente, Habitação e Desenvolvimento Territorial da Colômbia.
De fato, devem ser identificadas alternativas produtivas não degradantes que tornem factível economicamente o uso dos recursos renováveis pelas populações nativas destas áreas, destacou Ángel Onofa, do Ministério do Meio Ambiente do Equador, ao apresentar o caso da conservação da biodiversidade no plano trinacional que une as áreas protegidas de Güepí, no Peru, La Paya, na Colômbia, e Cuyabeno, no Equador. Para Eduardo, também é importante identificar oportunidades para aumentar o financiamento disponível para projetos de ACTT em conexão com os fundos dirigidos ao processo da mudança climática, à observância das leis florestais, dos acordos e convênios internacionais e de outras iniciativas.
A conferência, que incluiu discussões em grupos de trabalho, elaborou recomendações para melhorar a reformulação, administração e financiamento de projetos e programas de ACTT, aumentando sua visibilidade, com vistas à X Conferência das Partes do Convênio das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica, que acontecerá em outubro na cidade japonesa de Nagoya. Por isso, o desejo é aumentar o perfil das ACTT, destacando os principais problemas e desafios junto com a revisão profunda prevista para o programa de trabalho da própria Convenção da Biodiversidade sobre áreas protegidas.
Fonte: IPS/Envolverde
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