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Notícias
21
jul
2010
(QUEIMADAS)
Incêndios estão destruindo áreas protegidas
De janeiro até agora foram registrados 4.045 focos de queimadas.
A Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins perdeu cerca de 400 quilômetros quadrados em queimadas neste ano - área equivalente à cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo. Trata-se da região que mais sofreu com o fogo entre todas as Unidades de Conservação (UCs) do País, contando localidades federais e estaduais.
Os incêndios em áreas ambientalmente protegidas, como parques e reservas, têm preocupado autoridades, cientistas e ONGs. Foram 4.045 focos desde janeiro - um aumento de 124,3% em relação ao mesmo período de 2009. Os terrenos próximos dos limites das unidades, chamados de áreas de amortecimento, também são monitorados, pois o fogo pode começar fora do parque e se alastrar dentro dele.
No quadro geral do Brasil, o aumento de focos foi de 28% (de 9.279 em 2009 para 11.918 em 2010). Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A queima quase sempre é provocada pelo homem - principalmente em razão de atividades agropecuárias.
No caso das UCs, a situação em Tocantins é a que mais preocupa, segundo Paulo Carneiro, coordenador-geral de Proteção Ambiental do Instituto Chico Mendes (ICMBio, órgão do Ministério do Meio Ambiente).
Entre as cinco áreas protegidas que mais tiveram focos de queimadas em 2010, quatro estão no Estado - além de Serra Geral, com 429 focos, aparecem o Parque Nacional do Araguaia (361), a Área de Proteção Ambiental do Jalapão (205) e a Área de Proteção Ambiental Ilha do Bananal/Cantão (185). O coordenador diz que o Araguaia, por exemplo, teve queimados cerca de 150 quilômetros quadrados - área semelhante à de Cubatão.
"Já imaginávamos que as queimadas aumentariam porque o ano passado foi atípico, teve mais umidade. Mas estamos receosos com a situação atual", diz Carneiro. Por isso foi criada pela primeira vez uma base aérea em Mateiros (TO) para atender às unidades da região. O trabalho envolve um avião que faz o monitoramento e outro, apelidado de pipa, que joga água para apagar os incêndios.
Segundo ele, das 310 UCs federais, 96 possuem equipes de brigadistas contratadas temporariamente para o período da seca. "Cada uma delas recebe no mínimo sete e no máximo 42 brigadistas. Serra Geral, por exemplo, tem 35", explica.
Uma das dificuldades para conter o fogo é a logística. Há quatro analistas na unidade, mas uma está de férias e outra, de licença. Para Ricardo Abad, coordenador de geotecnologias do Instituto Centro de Vida (ICV), "não há justificativa para haver queimada em Unidade de Conservação. Algo está errado." O ICV, que atua em Mato Grosso, publicou recentemente um estudo sobre as queimadas no Estado.
Abad diz ainda que a situação em terras indígenas muitas vezes é ainda mais complicada, pois elas não recebem tanta atenção dos órgãos ambientais. Foram 3.563 focos de queimadas neste ano, contra 968 do ano anterior. "Os índios utilizam fogo para caça, para rituais, faz parte da tradição", diz Abad. Segundo o Ibama, desde março deste ano a Funai realiza o monitoramento de focos de calor em terras indígenas com base nas informações do Inpe.
Total
No quadro geral, que não inclui somente as Unidades de Conservação, o Estado líder é Mato Grosso, com 2.681 focos. Na sequência, aparecem Tocantins (1.418) e Bahia (1.205).
Alberto Setzer, pesquisador do Inpe, ressalta que "ainda estamos no início da temporada de queimadas" - o período crítico é de julho a outubro. Por isso, é difícil fazer uma avaliação. "O que detectamos do início do ano até agora corresponde a algo entre 5% e 10% de tudo que ainda será queimado. De qualquer forma, o início de 2010 está sendo preocupante. "Para Setzer, "alguns Estados estão particularmente ativos no uso do fogo", entre eles Tocantins (385% a mais), Distrito Federal (414%) e Piauí (184%).
A Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins perdeu cerca de 400 quilômetros quadrados em queimadas neste ano - área equivalente à cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo. Trata-se da região que mais sofreu com o fogo entre todas as Unidades de Conservação (UCs) do País, contando localidades federais e estaduais.
Os incêndios em áreas ambientalmente protegidas, como parques e reservas, têm preocupado autoridades, cientistas e ONGs. Foram 4.045 focos desde janeiro - um aumento de 124,3% em relação ao mesmo período de 2009. Os terrenos próximos dos limites das unidades, chamados de áreas de amortecimento, também são monitorados, pois o fogo pode começar fora do parque e se alastrar dentro dele.
No quadro geral do Brasil, o aumento de focos foi de 28% (de 9.279 em 2009 para 11.918 em 2010). Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A queima quase sempre é provocada pelo homem - principalmente em razão de atividades agropecuárias.
No caso das UCs, a situação em Tocantins é a que mais preocupa, segundo Paulo Carneiro, coordenador-geral de Proteção Ambiental do Instituto Chico Mendes (ICMBio, órgão do Ministério do Meio Ambiente).
Entre as cinco áreas protegidas que mais tiveram focos de queimadas em 2010, quatro estão no Estado - além de Serra Geral, com 429 focos, aparecem o Parque Nacional do Araguaia (361), a Área de Proteção Ambiental do Jalapão (205) e a Área de Proteção Ambiental Ilha do Bananal/Cantão (185). O coordenador diz que o Araguaia, por exemplo, teve queimados cerca de 150 quilômetros quadrados - área semelhante à de Cubatão.
"Já imaginávamos que as queimadas aumentariam porque o ano passado foi atípico, teve mais umidade. Mas estamos receosos com a situação atual", diz Carneiro. Por isso foi criada pela primeira vez uma base aérea em Mateiros (TO) para atender às unidades da região. O trabalho envolve um avião que faz o monitoramento e outro, apelidado de pipa, que joga água para apagar os incêndios.
Segundo ele, das 310 UCs federais, 96 possuem equipes de brigadistas contratadas temporariamente para o período da seca. "Cada uma delas recebe no mínimo sete e no máximo 42 brigadistas. Serra Geral, por exemplo, tem 35", explica.
Uma das dificuldades para conter o fogo é a logística. Há quatro analistas na unidade, mas uma está de férias e outra, de licença. Para Ricardo Abad, coordenador de geotecnologias do Instituto Centro de Vida (ICV), "não há justificativa para haver queimada em Unidade de Conservação. Algo está errado." O ICV, que atua em Mato Grosso, publicou recentemente um estudo sobre as queimadas no Estado.
Abad diz ainda que a situação em terras indígenas muitas vezes é ainda mais complicada, pois elas não recebem tanta atenção dos órgãos ambientais. Foram 3.563 focos de queimadas neste ano, contra 968 do ano anterior. "Os índios utilizam fogo para caça, para rituais, faz parte da tradição", diz Abad. Segundo o Ibama, desde março deste ano a Funai realiza o monitoramento de focos de calor em terras indígenas com base nas informações do Inpe.
Total
No quadro geral, que não inclui somente as Unidades de Conservação, o Estado líder é Mato Grosso, com 2.681 focos. Na sequência, aparecem Tocantins (1.418) e Bahia (1.205).
Alberto Setzer, pesquisador do Inpe, ressalta que "ainda estamos no início da temporada de queimadas" - o período crítico é de julho a outubro. Por isso, é difícil fazer uma avaliação. "O que detectamos do início do ano até agora corresponde a algo entre 5% e 10% de tudo que ainda será queimado. De qualquer forma, o início de 2010 está sendo preocupante. "Para Setzer, "alguns Estados estão particularmente ativos no uso do fogo", entre eles Tocantins (385% a mais), Distrito Federal (414%) e Piauí (184%).
Fonte: O Estado de São Paulo/Ceulose Online
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