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Notícias
13
jul
2010
(MADEIRA E PRODUTOS)
Restrições para comércio de madeira não terão tanto impacto
Mercado mundial de madeira tropical é suprido pela Ásia. Mas, para Philip Fearnside, medida é estratégica para coibir a exploração ilegal no País.
A decisão da União Européia (UE) de proibir, em seu território, o comércio de madeira obtida a partir do corte ilegal, não terá grande impacto econômico no Brasil agora, mas pode ser “um incentivo a mais para a legalização da exploração de madeira das florestas brasileiras visando o futuro”. A opinião é do cientista Philip Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Segundo ele, apesar de a maior parte da madeira brasileira atender o mercado doméstico, a exportação já está aumentando e deverá ser intensificada nas próximas décadas, quando a produção asiática – maior fornecedor – se esgotar. “Aí, sim, a situação vai mudar, e a pressão pela exportação da madeira tropical da floresta amazônica pelo mercado mundial vai aumentar”, alerta.
Nesse sentido, o cientista acredita que a medida da UE é muito positiva. Para Fearnside, mais do que o fator econômico, que em termos imediatos não é tão significativo, a imposição do mercado europeu pode contribuir para uma nova postura dos exploradores de madeira no Brasil.
“Haverá algum impacto econômico, claro. Mas o principal é que a medida pode ser mais uma estratégia para coibir a exploração ilegal. Desde já, as serrarias se verão obrigadas a se enquadrar na lei, se quiserem atender às demandas mundiais no futuro. Isso já ocorre em outros países. Dá para fazer aqui também, não é impossível. Mas tem que haver a motivação econômica”, diz.
O mercado mundial de madeira tropical é suprido pela Ásia, por várias razões, segundo Fearnside. A floresta possui quase todas as árvores da mesma família botânica das brasileiras, com a vantagem de que, em média, são espécies “mais valiosas” porque possuem cor clara, que têm mais aceitação na Europa.
Outro fator que contribui é a logística de exportação. Fearnside explica que é mais barato sair da Ásia para a Europa. O problema é que, com a grande demanda de madeiras duras tropicais pelos países desenvolvidos, as florestas da Malásia e da Indonésia estão próximas da exaustão.
O cientista afirma categoricamente que a floresta da Ásia vai acabar. “A floresta da África praticamente acabou. Eu não tenho dúvida de que a [floresta] da Ásia também vai acabar. Com isso, é esperado que o mercado futuro de exportação da Amazônia cresça, e temos que estar preparados”, afirma.
Mesmo sendo mantido o ritmo de desmatamento atual, a floresta amazônica ainda terá mais fôlego do que as asiáticas (da Mata Atlântica restam menos de 10%). O Greenpeace afirma que pelo menos 25 companhias européias, americanas e asiáticas têm investimentos na indústria madeireira da Amazônia. Apesar disso, como explicou Fearnside, a exportação não é, ainda, o principal destino da produção de madeira do Brasil. “É questão de tempo”, concluiu.
Sanções para infratores
A União Europeia (UE) anunciou sua decisão nesta quarta-feira, durante reunião Parlamento Europeu em Estrasburgo (França). Com a lei, os importadores e outros intermediários deverão comprovar a origem legal dos produtos, assim como informar aos governos europeus os compradores e quem vai vendê-los.
A UE quer não apenas proibir o comércio de madeira e seus produtos derivados (incluindo móveis) procedentes do corte ilegal, mas também abrir caminho para sanções aos importadores que não a cumprirem. A proibição abrangerá os 27 países da UE, mas será competência de cada governo estabelecer as sanções econômicas para quem violar a lei.
Pioneira no continente, a nova lei, que começará a ser aplicada dentro de dois anos, é mais uma tentativa de frear o desmate em zonas vulneráveis como a Amazônia e as consequentes implicações no clima global do planeta devido a emissão de queimadas.
A decisão da União Européia (UE) de proibir, em seu território, o comércio de madeira obtida a partir do corte ilegal, não terá grande impacto econômico no Brasil agora, mas pode ser “um incentivo a mais para a legalização da exploração de madeira das florestas brasileiras visando o futuro”. A opinião é do cientista Philip Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Segundo ele, apesar de a maior parte da madeira brasileira atender o mercado doméstico, a exportação já está aumentando e deverá ser intensificada nas próximas décadas, quando a produção asiática – maior fornecedor – se esgotar. “Aí, sim, a situação vai mudar, e a pressão pela exportação da madeira tropical da floresta amazônica pelo mercado mundial vai aumentar”, alerta.
Nesse sentido, o cientista acredita que a medida da UE é muito positiva. Para Fearnside, mais do que o fator econômico, que em termos imediatos não é tão significativo, a imposição do mercado europeu pode contribuir para uma nova postura dos exploradores de madeira no Brasil.
“Haverá algum impacto econômico, claro. Mas o principal é que a medida pode ser mais uma estratégia para coibir a exploração ilegal. Desde já, as serrarias se verão obrigadas a se enquadrar na lei, se quiserem atender às demandas mundiais no futuro. Isso já ocorre em outros países. Dá para fazer aqui também, não é impossível. Mas tem que haver a motivação econômica”, diz.
O mercado mundial de madeira tropical é suprido pela Ásia, por várias razões, segundo Fearnside. A floresta possui quase todas as árvores da mesma família botânica das brasileiras, com a vantagem de que, em média, são espécies “mais valiosas” porque possuem cor clara, que têm mais aceitação na Europa.
Outro fator que contribui é a logística de exportação. Fearnside explica que é mais barato sair da Ásia para a Europa. O problema é que, com a grande demanda de madeiras duras tropicais pelos países desenvolvidos, as florestas da Malásia e da Indonésia estão próximas da exaustão.
O cientista afirma categoricamente que a floresta da Ásia vai acabar. “A floresta da África praticamente acabou. Eu não tenho dúvida de que a [floresta] da Ásia também vai acabar. Com isso, é esperado que o mercado futuro de exportação da Amazônia cresça, e temos que estar preparados”, afirma.
Mesmo sendo mantido o ritmo de desmatamento atual, a floresta amazônica ainda terá mais fôlego do que as asiáticas (da Mata Atlântica restam menos de 10%). O Greenpeace afirma que pelo menos 25 companhias européias, americanas e asiáticas têm investimentos na indústria madeireira da Amazônia. Apesar disso, como explicou Fearnside, a exportação não é, ainda, o principal destino da produção de madeira do Brasil. “É questão de tempo”, concluiu.
Sanções para infratores
A União Europeia (UE) anunciou sua decisão nesta quarta-feira, durante reunião Parlamento Europeu em Estrasburgo (França). Com a lei, os importadores e outros intermediários deverão comprovar a origem legal dos produtos, assim como informar aos governos europeus os compradores e quem vai vendê-los.
A UE quer não apenas proibir o comércio de madeira e seus produtos derivados (incluindo móveis) procedentes do corte ilegal, mas também abrir caminho para sanções aos importadores que não a cumprirem. A proibição abrangerá os 27 países da UE, mas será competência de cada governo estabelecer as sanções econômicas para quem violar a lei.
Pioneira no continente, a nova lei, que começará a ser aplicada dentro de dois anos, é mais uma tentativa de frear o desmate em zonas vulneráveis como a Amazônia e as consequentes implicações no clima global do planeta devido a emissão de queimadas.
Fonte: D24am
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