Voltar

Notícias

13
jul
2010
(COMÉRCIO EXTERIOR)
BNDES tem mais R$ 14 bilhões para exportações
Programa de Sustentação do Investimento (PSI) será usado para financiar vendas de máquinas, equipamentos e bens de consumo.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve liberar R$ 14 bilhões em crédito para exportação no segundo semestre deste ano sob as condições especiais do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Além de novo orçamento de R$ 7,3 bilhões para a exportação de bens de capital, o banco já começou a operar uma nova linha de R$ 7 bilhões para bens de consumo.

As linhas para exportação do PSI são do tipo pré-embarque, que financia a produção do exportador. Apesar de os primeiros R$ 7,5 bilhões destinados pelo BNDES para a exportação de bens de capital pelo PSI, com juros reduzidos a 4,5% ao ano, terem se esgotado rapidamente nos três primeiros meses do programa, entre julho e setembro de 2009, só no dia 11 de junho um novo montante foi autorizado e as operações reiniciaram.

Apenas R$ 800 milhões foram liberados em junho, ainda sob as condições de 2009, mas a expectativa da superintendente da Área de Comércio Exterior do BNDES, Luciene Machado, é que os recursos se esgotem no terceiro trimestre de 2010, a exemplo do que aconteceu em 2009. A partir deste mês, a taxa sobe para 5,5%, mas continua competitiva em relação à média do mercado, estimada em 7% pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

"Há uma demanda reprimida. As empresas ficaram durante todo o primeiro semestre esperando a segunda tranche (parte) da linha", disse Luciene, em entrevista ao Estado. Segundo ela, muitos bancos repassadores dos recursos já tinham empréstimos pré-operacionalizados, o que deve acelerar as liberações.

Exportações. A executiva espera que as liberações via PSI impulsionem o desembolso total do BNDES para exportação, fechando o ano em cerca de R$ 20 bilhões. Em 2009, foram pouco mais de R$ 15 bilhões. No primeiro semestre, o banco liberou cerca de R$ 5 bilhões nas linhas convencionais de exportação, que incluem a modalidade pós-embarque, que financia o importador de produtos brasileiros. O desempenho foi quase 40% acima do mesmo período de 2009.

"O aumento dos pedidos, principalmente nas linhas pré-embarque, mostra que o financiamento de baixo custo como forma de garantir a competitividade externa é hoje um fator crítico para as empresas desses segmentos", diz Luciene.

As linhas do PSI, cuja maior parte é direcionada para o financiamento de bens de capital no mercado interno, têm sofrido críticas pelo custo fiscal que geram ao oferecer taxas de juros abaixo das praticadas pelo BNDES com base na Taxa de Juros de Longo Prazo (6%). O Tesouro Nacional cobre a diferença com recursos captados pela taxa básica, a Selic, hoje em 10,25%.

A vertente de exportação foi incluída no PSI em 2009 para recuperar a produção de máquinas e equipamentos após a crise. O setor começou a reagir já no primeiro mês. Entre janeiro e maio deste ano, a produção de bens de capital acumulou alta de 30,6%. Mesmo assim, o BNDES repetirá o subsídio às exportações este ano, além de uma linha para bens de consumo. Mas nesse caso, a taxa é diferente: sobe 7% para 8% ao ano este mês.

Segundo o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, os grandes exportadores não têm encontrado dificuldades para obter no mercado crédito para exportação, mas diz que as condições mais favoráveis do BNDES são bem-vindas.

"O mercado continua líquido para os grandes exportadores, mas o juros do BNDES são fixos, mais baixos e não têm o risco cambial. Em ano de eleição, qualquer suspiro no câmbio é um problema e as empresas ficam mais cautelosas. E pode ajudar o combalido setor de manufaturados", diz Castro.

Alexandre Rodrigues

Fonte: O Estado de São Paulo

ITTO Sindimadeira_rs