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Notícias
15
jun
2010
(SETOR FLORESTAL)
Das florestas nativas às florestas plantadas
A história florestal corretamente entendida é, em todo o planeta, uma história de exploração e destruição. A floresta exuberante, reflexo da qualidade do solo, era sempre preferida. Satisfeita a necessidade do uso da madeira, o fogo foi a ferramenta capaz de transformar em apta a área para a produção agrícola.
Assim, "sustentamos" os ciclos econômicos do pau-brasil, do açúcar, da borracha e especiarias, da pecuária e do café, alimentando inclusive a mineração. Um belo dia, um visionário consciente e preparado conseguiu o apoio de uma companhia pioneira. Era o ano de 1904, e Edmundo Navarro de Andrade começou a estudar e a plantar florestas. Ali se iniciou uma caminhada de sucesso.
Começamos a fazer florestas, a melhorá-las, a adaptá-las, a fazer fomento. Outras empresas seguiram os mesmos passos. Foram passos pioneiros para a silvicultura. Por esse registro, já se pode perceber a existência de "sonhadores", quando sobrava madeira de qualidade e "mata era mato". O Brasil já estava sendo abençoado, talvez até pela força do nome.
Ao atingirmos a década de 1960, que considero a de ouro para o reflorestamento, na esteira do desenvolvimento acelerado do País, o setor recebeu o seu maior impulso.
Senão, vejamos: Em 1961, sediamos a II Conferência Mundial do Eucalipto, em São Paulo, e ganhamos a 2ª edição do O Eucalipto, joia rara da literatura na silvicultura brasileira, em edição melhorada. Na mesma década, apareceu a Escola de Engenharia Florestal, a primeira, em Viçosa/MG, depois transferida para Curitiba.
O núcleo inicial permaneceu e floresceu. As escolas de agronomia ajustaram seus cursos de silvicultura e nasceram novos de engenharia florestal. O grande impulso das atividades de florestas plantadas, entretanto, deve-se à criação dos incentivos fiscais ao reflorestamento, em meados de 1966.
Houve, então, uma revolução do ensino e desenvolvimento florestal no País, garantindo as atividades de transformação da madeira plantada, inclusive, abrindo as portas das exportações através das ISO. Nessa década, concretizou-se a fabulosa ideia da ação cooperativa universidade-empresa. Ao "mestre milagreiro", prof. Helládio do Amaral Mello, cabe a honra, e às seis empresas pioneiras, Champion, Duratex, Rigesa, Madeirit, Olinkraft e Cia. Suzano, as nossas homenagens agradecidas, na imagem de seus comandantes: Lock Craig, Laerte Setúbal Filho, Fernando Abreu Ribeiro, Ruben de Mello e Leon Feffer.
A todos esses ilustres benfeitores, fica devendo, e muito, o setor de florestas plantadas, como um marco divisor - antes e depois do IPEF -, com uma homenagem muito especial ao mestre Helládio. Ao meu ver, não poderia estar melhor representado o pioneirismo corajoso, inteligente, patriótico e criativo, que já nos legou imensos frutos e vai garantir o avanço tecnológico do amanhã. Mestres e pesquisadores de alta formação estão prontos e se aperfeiçoam continuamente para garantir a continuidade dos avanços florestais por todo o País. Estágios dirigidos aceleram a adaptação e aprendizado. Na área de biotecnologia, estribada na transgenia, reside a certeza esperançosa do contínuo avanço do desenvolvimento sustentável. Nos híbridos promissores, também, através do melhoramento clássico.
O número de profissionais especializados e o contínuo investimento, a transferência de tecnologia, a inovação, o desenvolvimento de máquinas e equipamentos, a riqueza e sofisticação dos insumos básicos, garantirão, tenho certeza e fé, o contínuo desenvolvimento da área florestal. Inclusive no manejo das florestas nativas, estudo do uso racional da riqueza natural, preservação, introdução e aclimatação de espécies ou variedades, o sucesso está garantido.
Basta visitar viveiro para produção de mudas das empresas líderes, quase um fitotron completo, para sentir a pujança, riqueza mesmo, dos recursos disponíveis e técnicas apuradas. As necessidades de qualidade e características das fibras, num perfeito entrosamento entre empresas transformadoras e os processos de melhoramento e criação de variedades específicas, são outro campo extraordinário e em andamento acelerado.
Quem são os nossos sucessores? O tempo dirá, mas acredito piamente que o sucesso virá. Acredito na nossa gente jovem, bem conduzida pelos mais experientes, para continuarmos líderes na área de floresta plantada, regidos pelos princípios que nos trouxeram até aqui. Tenho a certeza de que as sementes foram muito boas. É só saber usá-las. Assim, "sustentamos" os ciclos econômicos do pau-brasil, do açúcar, da borracha e especiarias, da pecuária e do café, alimentando inclusive a mineração. Um belo dia, um visionário consciente e preparado conseguiu o apoio de uma companhia pioneira. Era o ano de 1904, e Edmundo Navarro de Andrade começou a estudar e a plantar florestas. Ali se iniciou uma caminhada de sucesso.
Começamos a fazer florestas, a melhorá-las, a adaptá-las, a fazer fomento. Outras empresas seguiram os mesmos passos. Foram passos pioneiros para a silvicultura. Por esse registro, já se pode perceber a existência de "sonhadores", quando sobrava madeira de qualidade e "mata era mato". O Brasil já estava sendo abençoado, talvez até pela força do nome.
Ao atingirmos a década de 1960, que considero a de ouro para o reflorestamento, na esteira do desenvolvimento acelerado do País, o setor recebeu o seu maior impulso.
Senão, vejamos: Em 1961, sediamos a II Conferência Mundial do Eucalipto, em São Paulo, e ganhamos a 2ª edição do O Eucalipto, joia rara da literatura na silvicultura brasileira, em edição melhorada. Na mesma década, apareceu a Escola de Engenharia Florestal, a primeira, em Viçosa/MG, depois transferida para Curitiba.
O núcleo inicial permaneceu e floresceu. As escolas de agronomia ajustaram seus cursos de silvicultura e nasceram novos de engenharia florestal. O grande impulso das atividades de florestas plantadas, entretanto, deve-se à criação dos incentivos fiscais ao reflorestamento, em meados de 1966.
Houve, então, uma revolução do ensino e desenvolvimento florestal no País, garantindo as atividades de transformação da madeira plantada, inclusive, abrindo as portas das exportações através das ISO. Nessa década, concretizou-se a fabulosa ideia da ação cooperativa universidade-empresa. Ao "mestre milagreiro", prof. Helládio do Amaral Mello, cabe a honra, e às seis empresas pioneiras, Champion, Duratex, Rigesa, Madeirit, Olinkraft e Cia. Suzano, as nossas homenagens agradecidas, na imagem de seus comandantes: Lock Craig, Laerte Setúbal Filho, Fernando Abreu Ribeiro, Ruben de Mello e Leon Feffer.
A todos esses ilustres benfeitores, fica devendo, e muito, o setor de florestas plantadas, como um marco divisor - antes e depois do IPEF -, com uma homenagem muito especial ao mestre Helládio. Ao meu ver, não poderia estar melhor representado o pioneirismo corajoso, inteligente, patriótico e criativo, que já nos legou imensos frutos e vai garantir o avanço tecnológico do amanhã. Mestres e pesquisadores de alta formação estão prontos e se aperfeiçoam continuamente para garantir a continuidade dos avanços florestais por todo o País. Estágios dirigidos aceleram a adaptação e aprendizado. Na área de biotecnologia, estribada na transgenia, reside a certeza esperançosa do contínuo avanço do desenvolvimento sustentável. Nos híbridos promissores, também, através do melhoramento clássico.
O número de profissionais especializados e o contínuo investimento, a transferência de tecnologia, a inovação, o desenvolvimento de máquinas e equipamentos, a riqueza e sofisticação dos insumos básicos, garantirão, tenho certeza e fé, o contínuo desenvolvimento da área florestal. Inclusive no manejo das florestas nativas, estudo do uso racional da riqueza natural, preservação, introdução e aclimatação de espécies ou variedades, o sucesso está garantido.
Basta visitar viveiro para produção de mudas das empresas líderes, quase um fitotron completo, para sentir a pujança, riqueza mesmo, dos recursos disponíveis e técnicas apuradas. As necessidades de qualidade e características das fibras, num perfeito entrosamento entre empresas transformadoras e os processos de melhoramento e criação de variedades específicas, são outro campo extraordinário e em andamento acelerado.
Fonte: Antônio Sebastião Rensi - Consultor Florestal Independente/Revista Opiniçoes/Painel Florestal
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