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Notícias
28
mai
2010
(CARBONO)
Áreas protegidas na Amazônia podem evitar a emissão de 8 bilhões de toneladas de carbono até 2050
As áreas protegidas da Amazônia têm o potencial de evitar a emissão de até 8 bilhões de toneladas de carbono para a atmosfera até 2050. Isso equivale a um ano de emissões de gases do efeito estufa de todos os países juntos. É uma cifra significativa que revela o papel da proteção das florestas no fortalecimento da posição brasileira nas negociações internacionais do clima. Os dados são da pesquisa conduzida pelo professor Britaldo Silveira Soares-Filho, diretor do Centro de Sensoriamento Remoto da Universidade Federal de Minas Gerais em colaboração com 12 especialistas de várias instituições, entre elas o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, Woods Hole Research Center e WWF. Veja estudo completo em http://www.ipam.org.br .
A pesquisa foi publicada hoje na revista científica Proceedings, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. O estudo considerou todas as 595 Unidades de Conservação amazônicas (federais e estaduais), incluindo Terras Indígenas e áreas militares, como a da reserva da Serra do Cachimbo. Segundo o trabalho, essas áreas protegidas abrigam hoje 54% dos remanescentes florestais da Amazônia brasileira, estimados em 3,4 milhões de Km2. Tais áreas contêm 56% do carbono florestal disponível em forma de floresta no bioma.
REDD
Entre 2002 e 2009, houve grande expansão na criação de unidades de conservação na Amazônia brasileira. No período, a rede de áreas protegidas no bioma cresceu em torno de 700 mil Km2. Mas para que as áreas protegidas cumpram seu papel na mitigação dos gases do efeito estufa, o Brasil precisaria investir de US$ 3 a US$ 9 bilhões na implementação das áreas protegidas na Amazônia, sugere o coordenador da pesquisa, Soares-Filho.
Para ele, os custos de implementação poderiam ser parcialmente compensados por um acordo climático internacional que inclua incentivos econômicos para os países tropicais que reduzam suas emissões de carbono por desmatamento e degradação florestal. É o que prevê o mecanismo de REDD, previsto para vigorar no âmbito do novo acordo global sobre o clima. Para Soares-Filho, o esforço de se reduzir o desmatamento e conservar as florestas na Amazônia deve ser compensado pelo resto do mundo, que direta ou indiretamente se beneficia com a manutenção do bioma.
Metodologia
Para chegar aos números desta pesquisa foi preciso criar uma nova metodologia. “Não havia metodologia que desse conta de tantas variáveis como as que foram consideradas para se chegar aos resultados finais do estudo”, lembra ele.
Ao longo de dois anos, os pesquisadores fizeram uma ampla revisão da literatura e de modelos metodológicos existentes e conseguiram avançar no método de mensuração dos dados que incluísse fatores externos e internos às áreas protegidas. Isso permitiu medir a efetividade histórica de cada área em deter o desmatamento em âmbito local.
Conforme Soares-Filho, o novo método criado considera a capacidade de cada área estudada em deter o desmatamento e neutraliza as variações que poderiam mascarar os índices, fornecendo dados muito mais precisos. “Foi possível concluir, por exemplo, que a criação das áreas protegidas não deslocou o desmatamento para outras regiões – vazamento – como se achava anteriormente”. Ou seja, áreas protegidas têm um papel ativo no controle ao desmate na Amazônia.
*Participaram da pesquisa: Britaldo Soares-Filho - (UFMG); Paulo Moutinho - (IPAM); Daniel Nepstad - (Woods Hole Research Center); Anthony Anderson - (WWF); Hermann Rodrigues - (UFMG); Ricardo Garcia - (UFMG); Laura Dietzsch - (IPAM); Frank Merry - (Gordon and Betty Moore Foundation); Maria Bowmanc - (WHRC); Letícia Hissa - (UFMG); Rafaella Silvestrinia - (UFMG); Cláudio Maretti - (WWF).
*Instituições financiadoras: WWF-Brasil; WWF-USA; David and Lucile Packard Foundation; Experimento Brasileiro de Larga Escala da Biosfera; Gordon and Betty Moore Foundation; Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; US Agency for International Development; Blue Moon Foundation; Linden Trust for Conservation; Joseph H. Gleberman; Roger and Victoria Sant; William and Flora Hewlett Foundation.
A pesquisa foi publicada hoje na revista científica Proceedings, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. O estudo considerou todas as 595 Unidades de Conservação amazônicas (federais e estaduais), incluindo Terras Indígenas e áreas militares, como a da reserva da Serra do Cachimbo. Segundo o trabalho, essas áreas protegidas abrigam hoje 54% dos remanescentes florestais da Amazônia brasileira, estimados em 3,4 milhões de Km2. Tais áreas contêm 56% do carbono florestal disponível em forma de floresta no bioma.
REDD
Entre 2002 e 2009, houve grande expansão na criação de unidades de conservação na Amazônia brasileira. No período, a rede de áreas protegidas no bioma cresceu em torno de 700 mil Km2. Mas para que as áreas protegidas cumpram seu papel na mitigação dos gases do efeito estufa, o Brasil precisaria investir de US$ 3 a US$ 9 bilhões na implementação das áreas protegidas na Amazônia, sugere o coordenador da pesquisa, Soares-Filho.
Para ele, os custos de implementação poderiam ser parcialmente compensados por um acordo climático internacional que inclua incentivos econômicos para os países tropicais que reduzam suas emissões de carbono por desmatamento e degradação florestal. É o que prevê o mecanismo de REDD, previsto para vigorar no âmbito do novo acordo global sobre o clima. Para Soares-Filho, o esforço de se reduzir o desmatamento e conservar as florestas na Amazônia deve ser compensado pelo resto do mundo, que direta ou indiretamente se beneficia com a manutenção do bioma.
Metodologia
Para chegar aos números desta pesquisa foi preciso criar uma nova metodologia. “Não havia metodologia que desse conta de tantas variáveis como as que foram consideradas para se chegar aos resultados finais do estudo”, lembra ele.
Ao longo de dois anos, os pesquisadores fizeram uma ampla revisão da literatura e de modelos metodológicos existentes e conseguiram avançar no método de mensuração dos dados que incluísse fatores externos e internos às áreas protegidas. Isso permitiu medir a efetividade histórica de cada área em deter o desmatamento em âmbito local.
Conforme Soares-Filho, o novo método criado considera a capacidade de cada área estudada em deter o desmatamento e neutraliza as variações que poderiam mascarar os índices, fornecendo dados muito mais precisos. “Foi possível concluir, por exemplo, que a criação das áreas protegidas não deslocou o desmatamento para outras regiões – vazamento – como se achava anteriormente”. Ou seja, áreas protegidas têm um papel ativo no controle ao desmate na Amazônia.
*Participaram da pesquisa: Britaldo Soares-Filho - (UFMG); Paulo Moutinho - (IPAM); Daniel Nepstad - (Woods Hole Research Center); Anthony Anderson - (WWF); Hermann Rodrigues - (UFMG); Ricardo Garcia - (UFMG); Laura Dietzsch - (IPAM); Frank Merry - (Gordon and Betty Moore Foundation); Maria Bowmanc - (WHRC); Letícia Hissa - (UFMG); Rafaella Silvestrinia - (UFMG); Cláudio Maretti - (WWF).
*Instituições financiadoras: WWF-Brasil; WWF-USA; David and Lucile Packard Foundation; Experimento Brasileiro de Larga Escala da Biosfera; Gordon and Betty Moore Foundation; Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; US Agency for International Development; Blue Moon Foundation; Linden Trust for Conservation; Joseph H. Gleberman; Roger and Victoria Sant; William and Flora Hewlett Foundation.
Fonte: Envolverde/WWF Brasil
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