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Notícias
17
abr
2010
(SETOR FLORESTAL)
Floresta Plantada: cultura de múltiplos usos
O 2° Fórum Internacional do Agronegócio Florestal, realizado em Gramado (RS), junto com a 2ª Feira da Floresta, reserva para a sexta-feira painéis que discutirão os temas relativos à legislação trabalhista e ambiental, ao cenário para serviços e logística junto ao setor florestal e à questão climática pautam os debates do evento promovido pela Embrapa Florestas, Associação Gaúcha de Empresas Florestais (AGEFLOR) e Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF), com patrocínio de BRDE, CaixaRS, CMPC Celulose Riograndense e Fibraplac.Voltada para a promoção do setor de florestas plantadas e sua cadeia de base produtiva, a 2ª Feira da Floresta encerra nesta sexta-feira, 16 de abril, nos pavilhões da ExpoGramado, na cidade de Gramado (RS). A entrada para visitação da feira é franca.
No primeiro painel da quinta-feira, o tema abordado foi os usos múltiplos das florestas, produtos madeireiros e não-madeireiros. A explosão econômica chinesa tende a gerar oportunidades no mercado de extração de resina de pinus em florestas brasileiras. Atualmente, a atividade é realizada em apenas aproximadamente 20 mil, dos cerca de 1 milhão de hectares plantados com a espécie no país, informou o consultor Alejandro Cunningham.
Nos últimos seis meses, os preços do breu, produto feito da resina e utilizado principalmente na fabricação de tintas e adesivos, explodiram no mercado internacional, tornando economicamente vantajosa a produção fora da China. O país asiático responde por 74% da produção da resina, enquanto o Brasil, por 9%. De acordo com Cunningham, uma das vantagens brasileiras é que sua produtividade chega a 5 toneladas de resina por hectare por ano, ante 1,8 toneladas na China.
Já o gerente da Granflor - Gestão de Empreendimentos Florestais, Sandro Dalla Corte, relatou em sua palestra o modelo de negócios da empresa, com consórcio de pecuária e silvicultura. A empresa tem 200 mil hectares no país, sendo cerca de 40 mil já plantados. Durante o projeto, vem realizando experiências agrossilvipastoris. O consórcio de árvores com plantações de grãos não apresentou bons resultados nas áreas testadas, porém o gado será utilizado em toda a área. "Não foi o sistema (de consórcio de árvores e lavouras de grãos) que não funcionou. Na verdade, tivemos uma limitação da região, com solos arenosos e déficit hídrico", ponderou Dalla Corte.
Com relação à pecuária, ela é realizada entre as linhas de árvores, espaçadas em cinco metros umas das outras. A conclusão da empresa foi de que, devido à característica de uma área florestal, o melhor manejo é na fase da recria. Raças europeias também se adaptaram melhor ao consórcio, por serem mais dóceis, o que evita que danifiquem as árvores, problema registrado com o zebu. A rentabilidade com a pecuária ficou entre 2% e 3% ao ano, não muito distante da média de campos abertos, mas a atividade representa outros benefícios para atividade sillvícola, aponta o representante da Granflor. Um deles é a redução de riscos de incêndio, uma vez que o gado, ao pastar, reduz a massa de pasto da área.
Outro palestrante da manhã foi o representante da construtora Braengel, Euclésio Finatti. Ele lembrou que atualmente menos de 1% da madeira brasileira é direcionada à construção civil. E defendeu a disseminação de casas com estrutura de madeira de florestas manejadas, por serem ambientalmente sustentáveis, à medida que a atividade florestal sequestra carbono da atmosfera. Além disso, considera esse modelo, largamente utilizado na América do Norte e Europa, é mais racional.
Já o diretor técnico do Instituto Nacional da Erva-Mate argentino, Raul Escalada, falou dos benefícios do produto e relatou o consórcio de ervateiras com espécies maiores de reflorestamento. E o representante da Danzer, Hermann Hampel, relatou experiências silviculturais e comerciais com espécies não tradicionais.
Argentina planta espécies não-tradicionais
Espécies não-tradicionais têm sido a principal opção utilizada pela Danfor, do grupo Danzer, na Argentina. Dos cerca de 10 mil hectares plantados pela empresa no país vizinho, 40% é de pinus e 60% de árvores como cinamomo, carvalho-sedoso ou cedro australiano.
Esta última é a mais valorizada pelo mercado, explicou Hermann Hamper, presidente da Danfor, palestrante do 2º Fórum Internacional do Agronegócio Florestal. O custo de implantação do cedro australiano é cerca de 50% mais caro do que o do pinus, porém, a madeira vale de duas a cinco vezes mais, comparou. A empresa trabalha com projeção de corte em período semelhante para as duas espécies, aos 22 anos.
Para demonstrar o aproveitamento do cedro australiano, Hermann apresentou uma fina chapa, usada em aglomerados. Um metro cúbico de madeira rende 700 metros quadrados dessa chapa padrão. "O cedro australiano pode se adaptar ao Brasil, provavelmente não no Rio Grande do Sul porque ele é sensível ao frio. Mas no Paraná pode funcionar", projetou Hermann.
Mais qualidade nos plantios
O controle da qualidade de plantios florestais também esteve na pauta do 2º Fórum Internacional do Agronegócio Florestal, em Gramado (RS), na tarde desta quinta-feira. O engenheiro Edson Martini afirmou que as auditorias são fundamentais para manter o setor florestal atrativo para os investidores. Já o consultor Celso Trindade acrescentou que o controle de qualidade é uma importante ferramenta para aumento da produtividade e redução de desperdício e de retrabalho.
Ficou a cargo do professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Mauro Schumacher a tarefa de desmistificar a afirmação de que o plantio de florestas e especialmente de eucaliptos exaure os recursos hídricos. "É verdade que a copa das árvores servem como anteparo à precipitação. De 10% a 30% da água fica retida na copa. Mas a árvore não consome, a água volta para o ciclo de evapotranspiração", afirmou.
No primeiro painel da quinta-feira, o tema abordado foi os usos múltiplos das florestas, produtos madeireiros e não-madeireiros. A explosão econômica chinesa tende a gerar oportunidades no mercado de extração de resina de pinus em florestas brasileiras. Atualmente, a atividade é realizada em apenas aproximadamente 20 mil, dos cerca de 1 milhão de hectares plantados com a espécie no país, informou o consultor Alejandro Cunningham.
Nos últimos seis meses, os preços do breu, produto feito da resina e utilizado principalmente na fabricação de tintas e adesivos, explodiram no mercado internacional, tornando economicamente vantajosa a produção fora da China. O país asiático responde por 74% da produção da resina, enquanto o Brasil, por 9%. De acordo com Cunningham, uma das vantagens brasileiras é que sua produtividade chega a 5 toneladas de resina por hectare por ano, ante 1,8 toneladas na China.
Já o gerente da Granflor - Gestão de Empreendimentos Florestais, Sandro Dalla Corte, relatou em sua palestra o modelo de negócios da empresa, com consórcio de pecuária e silvicultura. A empresa tem 200 mil hectares no país, sendo cerca de 40 mil já plantados. Durante o projeto, vem realizando experiências agrossilvipastoris. O consórcio de árvores com plantações de grãos não apresentou bons resultados nas áreas testadas, porém o gado será utilizado em toda a área. "Não foi o sistema (de consórcio de árvores e lavouras de grãos) que não funcionou. Na verdade, tivemos uma limitação da região, com solos arenosos e déficit hídrico", ponderou Dalla Corte.
Com relação à pecuária, ela é realizada entre as linhas de árvores, espaçadas em cinco metros umas das outras. A conclusão da empresa foi de que, devido à característica de uma área florestal, o melhor manejo é na fase da recria. Raças europeias também se adaptaram melhor ao consórcio, por serem mais dóceis, o que evita que danifiquem as árvores, problema registrado com o zebu. A rentabilidade com a pecuária ficou entre 2% e 3% ao ano, não muito distante da média de campos abertos, mas a atividade representa outros benefícios para atividade sillvícola, aponta o representante da Granflor. Um deles é a redução de riscos de incêndio, uma vez que o gado, ao pastar, reduz a massa de pasto da área.
Outro palestrante da manhã foi o representante da construtora Braengel, Euclésio Finatti. Ele lembrou que atualmente menos de 1% da madeira brasileira é direcionada à construção civil. E defendeu a disseminação de casas com estrutura de madeira de florestas manejadas, por serem ambientalmente sustentáveis, à medida que a atividade florestal sequestra carbono da atmosfera. Além disso, considera esse modelo, largamente utilizado na América do Norte e Europa, é mais racional.
Já o diretor técnico do Instituto Nacional da Erva-Mate argentino, Raul Escalada, falou dos benefícios do produto e relatou o consórcio de ervateiras com espécies maiores de reflorestamento. E o representante da Danzer, Hermann Hampel, relatou experiências silviculturais e comerciais com espécies não tradicionais.
Argentina planta espécies não-tradicionais
Espécies não-tradicionais têm sido a principal opção utilizada pela Danfor, do grupo Danzer, na Argentina. Dos cerca de 10 mil hectares plantados pela empresa no país vizinho, 40% é de pinus e 60% de árvores como cinamomo, carvalho-sedoso ou cedro australiano.
Esta última é a mais valorizada pelo mercado, explicou Hermann Hamper, presidente da Danfor, palestrante do 2º Fórum Internacional do Agronegócio Florestal. O custo de implantação do cedro australiano é cerca de 50% mais caro do que o do pinus, porém, a madeira vale de duas a cinco vezes mais, comparou. A empresa trabalha com projeção de corte em período semelhante para as duas espécies, aos 22 anos.
Para demonstrar o aproveitamento do cedro australiano, Hermann apresentou uma fina chapa, usada em aglomerados. Um metro cúbico de madeira rende 700 metros quadrados dessa chapa padrão. "O cedro australiano pode se adaptar ao Brasil, provavelmente não no Rio Grande do Sul porque ele é sensível ao frio. Mas no Paraná pode funcionar", projetou Hermann.
Mais qualidade nos plantios
O controle da qualidade de plantios florestais também esteve na pauta do 2º Fórum Internacional do Agronegócio Florestal, em Gramado (RS), na tarde desta quinta-feira. O engenheiro Edson Martini afirmou que as auditorias são fundamentais para manter o setor florestal atrativo para os investidores. Já o consultor Celso Trindade acrescentou que o controle de qualidade é uma importante ferramenta para aumento da produtividade e redução de desperdício e de retrabalho.
Ficou a cargo do professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Mauro Schumacher a tarefa de desmistificar a afirmação de que o plantio de florestas e especialmente de eucaliptos exaure os recursos hídricos. "É verdade que a copa das árvores servem como anteparo à precipitação. De 10% a 30% da água fica retida na copa. Mas a árvore não consome, a água volta para o ciclo de evapotranspiração", afirmou.
Fonte: Assessoria de Imprensa/Feira da Floresta
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