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Notícias
30
mar
2010
(COMÉRCIO EXTERIOR)
Minério e celulose impõem viés de alta para exportações brasileiras
As exportações brasileiras em 2010 devem ser maiores do que o esperado inicialmente. Com o possível reajuste dos preços do minério de ferro vendido pela Vale acima das expectativas e após os terremotos ocorridos no Chile mês passado, as receitas de exportação brasileiras com minério e celulose devem aumentar consideravelmente. Pelo lado do minério, caso o reajuste de 114%, divulgado na imprensa, se confirme, podemos ter uma receita adicional de até US$ 3,6 bilhões frente às projeções vigentes. Somado a isso, as receitas de celulose devem aumentar em US$ 1,4 bilhão frente o que era esperado antes da ocorrência do terremoto no Chile. Apesar de ainda haver incertezas sobre o valor do reajuste no minério e se os preços se manterão até o final do ano, e qual será a velocidade e retomada de produção de celulose no Chile, existe um viés positivo para as projeções de exportações brasileiras no acumulado de 2010.
Mesmo com este viés de alta para as exportações destes itens, não alteramos, por enquanto, nossas projeções para o saldo da balança comercial brasileira agregada em 2010, que permanece em US$ 19,95 bilhões. Isso porque o ritmo de importações no geral têm sido superior às nossas estimativas, o que também deve motivar alguma revisão positiva em nossas projeções. Uma revisão oficial das projeções de balança comercial da Tendências ocorrerão na próxima edição do monitor cambial trimestral, a ser divulgado no início de maio.
Minério - O suposto reajuste de 114% no preço do minério de ferro da Vale, anunciado pela imprensa, mas ainda não confirmado pela empresa, traria forte impacto sobre as exportações brasileiras. Tendo em vista nossa expectativa de embarque de 301 milhões de toneladas do insumo no ano, a elevação de US$ 54/t para US$ 122/t, que passaria a vigorar a partir de abril, pode resultar em receita de US$ 26 bilhões para a balança comercial do País, caso o preço se mantenha até dezembro.
É preciso destacar que, ainda que a Vale obtenha definitivamente este aumento no porcentual anunciado pela imprensa e caso adote um novo sistema de preços atrelado ao mercado spot, é possível que os US$ 122/t não se sustente ao longo de todo o ano.
No entanto, como a Vale ainda confirmou os novos valores e a possível adoção de um novo sistema de reajustes, mantivemos nossa projeção para as exportações nacionais do setor em US$ 22,4 bilhões, mas com viés de alta e no aguardo de maiores informações. Esse número contempla um reajuste de 80% nos contratos de longo prazo (benchmark) da companhia, sustentado pela firme trajetória ascendente do preço spot do minério de ferro na China, que chegou a US$ 130/t, indicando uma demanda efetivamente aquecida no mercado local.
Com um aumento de 80%, o preço de referência do minério de ferro do tipo fino da Vale vendido ao mercado asiático passaria dos atuais US$ 54 para US$ 97 por tonelada. Esse valor superaria o patamar dos US$ 85 verificados em 2008, antes da crise, o que pode ser explicado também pelo comportamento do frete. Ao contrário de 2009, quando os custos do transporte limitaram a alta no preço spot do minério de ferro da Vale, o comportamento moderado dos custos do frete marítimo deverá beneficiar a mineradora brasileira neste ano. Em fevereiro, o custo girava em torno dos US$ 25 por tonelada do produto, bem abaixo dos US$ 80/t registrados entre o final de 2007 e início de 2008, segundo dados da Simpson Spence & Young – diferença que tende a ser absorvida pela Vale nas negociações deste ano.
Celulose - O terremoto ocorrido no Chile no final de fevereiro terá grandes impactos no mercado mundial de celulose. Além de uma maior pressão nos preços internacionais, que já se refletiu em novos anúncios de altas para abril, a demanda externa pelo produto brasileiro deve ter um adicional de 5% a 10% no ano com a paralisação temporária da produção chilena. Esta queda na oferta de celulose agrava ainda mais a situação do abastecimento mundial, que já sofria com um balanço de oferta e demanda apertado. Nossas projeções para os preços da celulose de fibra curta, que apontavam para uma alta de 33% na média anual agora indicam aumento de 47%.
Essas revisões para cima de preço e quantidade implicam uma contribuição adicional de US$ 1,4 bilhão nas exportações de celulose neste ano, que deverão alcançar US$ 5,6 bilhões contra US$ 4,1 bilhões antes da revisão e US$ 3,3 bilhões em 2009. A revisão da projeção da Tendências sobre a balança comercial, contudo, levará em conta também a evolução recente de outros segmentos, principalmente do minério de ferro, assim como a trajetória recente das importações.
Após os tremores ocorridos no mês passado, as duas empresas produtoras de celulose no Chile, Arauco e CMPC, paralisaram totalmente suas operações. A dez unidades produtivas destas companhias têm foco nas exportações e se concentram justamente nas áreas mais afetadas pelo terremoto. A capacidade anual de produção total das plantas é de 4,6 milhões de toneladas ou 3% da capacidade mundial, sendo aproximadamente 2,6 milhões de toneladas de celulose de fibra longa e 2 milhões de toneladas de celulose de fibra curta.
A expectativa é de que todas as unidades continuem sem operar até o fim de março, retomando gradualmente as atividades nos próximos meses. Ainda não é possível precisar, no entanto, quanto tempo levará até que as plantas estejam funcionando novamente em plena capacidade. Além de eventuais danos às unidades produtivas, as empresas também enfrentarão problemas de logística para voltar a exportar celulose, já que estradas e portos também foram afetados pelo terremoto.
Em termos práticos, a paralisação da produção chilena deve deslocar uma demanda adicional de aproximadamente 500 mil toneladas para o Brasil até o final do primeiro semestre, o que representa 5,8% das exportações nacionais em 2009. No entanto, caso os problemas ocorridos nas unidades da Arauco e CMPC se mostrem mais graves do que esperado inicialmente, esta demanda adicional, proveniente principalmente da China, pode chegar a 10% de todo o volume embarcado pelo Brasil no ano passado.
Mesmo com este viés de alta para as exportações destes itens, não alteramos, por enquanto, nossas projeções para o saldo da balança comercial brasileira agregada em 2010, que permanece em US$ 19,95 bilhões. Isso porque o ritmo de importações no geral têm sido superior às nossas estimativas, o que também deve motivar alguma revisão positiva em nossas projeções. Uma revisão oficial das projeções de balança comercial da Tendências ocorrerão na próxima edição do monitor cambial trimestral, a ser divulgado no início de maio.
Minério - O suposto reajuste de 114% no preço do minério de ferro da Vale, anunciado pela imprensa, mas ainda não confirmado pela empresa, traria forte impacto sobre as exportações brasileiras. Tendo em vista nossa expectativa de embarque de 301 milhões de toneladas do insumo no ano, a elevação de US$ 54/t para US$ 122/t, que passaria a vigorar a partir de abril, pode resultar em receita de US$ 26 bilhões para a balança comercial do País, caso o preço se mantenha até dezembro.
É preciso destacar que, ainda que a Vale obtenha definitivamente este aumento no porcentual anunciado pela imprensa e caso adote um novo sistema de preços atrelado ao mercado spot, é possível que os US$ 122/t não se sustente ao longo de todo o ano.
No entanto, como a Vale ainda confirmou os novos valores e a possível adoção de um novo sistema de reajustes, mantivemos nossa projeção para as exportações nacionais do setor em US$ 22,4 bilhões, mas com viés de alta e no aguardo de maiores informações. Esse número contempla um reajuste de 80% nos contratos de longo prazo (benchmark) da companhia, sustentado pela firme trajetória ascendente do preço spot do minério de ferro na China, que chegou a US$ 130/t, indicando uma demanda efetivamente aquecida no mercado local.
Com um aumento de 80%, o preço de referência do minério de ferro do tipo fino da Vale vendido ao mercado asiático passaria dos atuais US$ 54 para US$ 97 por tonelada. Esse valor superaria o patamar dos US$ 85 verificados em 2008, antes da crise, o que pode ser explicado também pelo comportamento do frete. Ao contrário de 2009, quando os custos do transporte limitaram a alta no preço spot do minério de ferro da Vale, o comportamento moderado dos custos do frete marítimo deverá beneficiar a mineradora brasileira neste ano. Em fevereiro, o custo girava em torno dos US$ 25 por tonelada do produto, bem abaixo dos US$ 80/t registrados entre o final de 2007 e início de 2008, segundo dados da Simpson Spence & Young – diferença que tende a ser absorvida pela Vale nas negociações deste ano.
Celulose - O terremoto ocorrido no Chile no final de fevereiro terá grandes impactos no mercado mundial de celulose. Além de uma maior pressão nos preços internacionais, que já se refletiu em novos anúncios de altas para abril, a demanda externa pelo produto brasileiro deve ter um adicional de 5% a 10% no ano com a paralisação temporária da produção chilena. Esta queda na oferta de celulose agrava ainda mais a situação do abastecimento mundial, que já sofria com um balanço de oferta e demanda apertado. Nossas projeções para os preços da celulose de fibra curta, que apontavam para uma alta de 33% na média anual agora indicam aumento de 47%.
Essas revisões para cima de preço e quantidade implicam uma contribuição adicional de US$ 1,4 bilhão nas exportações de celulose neste ano, que deverão alcançar US$ 5,6 bilhões contra US$ 4,1 bilhões antes da revisão e US$ 3,3 bilhões em 2009. A revisão da projeção da Tendências sobre a balança comercial, contudo, levará em conta também a evolução recente de outros segmentos, principalmente do minério de ferro, assim como a trajetória recente das importações.
Após os tremores ocorridos no mês passado, as duas empresas produtoras de celulose no Chile, Arauco e CMPC, paralisaram totalmente suas operações. A dez unidades produtivas destas companhias têm foco nas exportações e se concentram justamente nas áreas mais afetadas pelo terremoto. A capacidade anual de produção total das plantas é de 4,6 milhões de toneladas ou 3% da capacidade mundial, sendo aproximadamente 2,6 milhões de toneladas de celulose de fibra longa e 2 milhões de toneladas de celulose de fibra curta.
A expectativa é de que todas as unidades continuem sem operar até o fim de março, retomando gradualmente as atividades nos próximos meses. Ainda não é possível precisar, no entanto, quanto tempo levará até que as plantas estejam funcionando novamente em plena capacidade. Além de eventuais danos às unidades produtivas, as empresas também enfrentarão problemas de logística para voltar a exportar celulose, já que estradas e portos também foram afetados pelo terremoto.
Em termos práticos, a paralisação da produção chilena deve deslocar uma demanda adicional de aproximadamente 500 mil toneladas para o Brasil até o final do primeiro semestre, o que representa 5,8% das exportações nacionais em 2009. No entanto, caso os problemas ocorridos nas unidades da Arauco e CMPC se mostrem mais graves do que esperado inicialmente, esta demanda adicional, proveniente principalmente da China, pode chegar a 10% de todo o volume embarcado pelo Brasil no ano passado.
Fonte: Tendências Consultoria Integrada
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