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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
A diversidade é o segredo e o remédio.
Tecnologias de reflorestamento com eucalipto são adaptadas para nativas, com um componente extra, que faz toda a diferença: a diversidade.
Os incentivos fiscais para plantio de florestas comerciais ajudaram a elevar a produtividade do eucalipto de 15 para 45 metros cúbicos por hectare por ano, num período de 20 anos de pesquisas. Isso foi até o final dos anos 80, quando então os incentivos foram eliminados, a monocultura florestal passou a andar com as próprias pernas e praticamente se manteve com a mesma produtividade. Sem esquecer o que funcionou com o eucalipto, o pesquisador Paulo Kageyama, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), de Piracicaba, no interior de São Paulo, passou a buscar modelos de plantio de árvores nativas mais eficientes e baratos.
“A diversidade natural, nas matas paulistas, fica em torno de 100 a 200 espécies de árvore por hectare, o que seria nosso ideal”, observa Kageyama. Não há condições objetivas, nem recursos financeiros, para investir no melhoramento de cada espécie, para acelerar seu crescimento ou aumentar a produtividade, do mesmo modo como foi feito com o eucalipto. Mas várias tecnologias de plantio, adubação, sombreamento e manutenção puderam ser adaptadas.
“Reduzimos o custo em 4 vezes e encurtamos, de 7 para 2 anos, o período de espera para que o reflorestamento de nativas ‘feche’, ou seja, deixe de exigir a limpeza de manutenção”, resume o pesquisador. A mortalidade das mudas também foi reduzida, para menos de 10¨% do total plantado. O segredo é combinar a diversidade de espécies mais a diversidade genética no plantio, que segue a mesma lógica de sucessão vegetal da renovação natural das matas.
Conforme detalha Kageyama, as espécies nativas são classificadas em 4 tipos, de acordo com sua função na floresta: pioneiras (crescem rápido e fornecem sombra às outras), secundárias precoces e secundárias tardias (de crescimento intermediário, também fornecem sombra, além de serem dispersadas pela fauna) ou climácicas (de crescimento lento, mais perenes e de madeira mais densa).
“Quando as pioneiras estão com 2 anos, já formam uma vegetação fechada, onde não crescem capins e a ação das plantas invasoras é reduzida”, conta o pesquisador. “E o ataque de pragas ou ocorrência de doenças praticamente não existe, nem mesmo de formigas, que entram em equilíbrio depois de 2 anos. A diversidade é o melhor remédio para tudo isso, ela engana o inimigo e não deixa que chegue ao nível de dano, característico das monoculturas”.
Enriquecimento natural
As aves comuns são as primeiras a colonizar a mata em formação e trazem, “de carona”, bromélias, orquídeas, lianas e epífitas. Aos poucos, à medida em que a nova mata fornece abrigo e alimento, vai surgindo a fauna mais especializada: aves mais raras, anfíbios, répteis, mamíferos maiores e predadores. Se a área ainda contém sementes dormentes no solo, as novas condições - de microclima, sombreamento e atividade da fauna – favorecem a quebra de dormência e nascem espontaneamente outras espécies de plantas, enriquecendo ainda mais o reflorestamento.
“Com o modelo desenvolvido, no fim das contas, temos obtido 10m3/ha/ano de árvores sombreadoras e 5m3/ha/ano de sombreadas, ou seja, 15 m3/ha/ano, que era a produtividade obtida com o eucalipto antes do melhoramento genético”, conclui Paulo Kageyama. “Se tivermos um pouco mais de incentivo, acho que podemos mudar nossa paisagem rural”.
Liana John
Fonte: Estadão
Os incentivos fiscais para plantio de florestas comerciais ajudaram a elevar a produtividade do eucalipto de 15 para 45 metros cúbicos por hectare por ano, num período de 20 anos de pesquisas. Isso foi até o final dos anos 80, quando então os incentivos foram eliminados, a monocultura florestal passou a andar com as próprias pernas e praticamente se manteve com a mesma produtividade. Sem esquecer o que funcionou com o eucalipto, o pesquisador Paulo Kageyama, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), de Piracicaba, no interior de São Paulo, passou a buscar modelos de plantio de árvores nativas mais eficientes e baratos.
“A diversidade natural, nas matas paulistas, fica em torno de 100 a 200 espécies de árvore por hectare, o que seria nosso ideal”, observa Kageyama. Não há condições objetivas, nem recursos financeiros, para investir no melhoramento de cada espécie, para acelerar seu crescimento ou aumentar a produtividade, do mesmo modo como foi feito com o eucalipto. Mas várias tecnologias de plantio, adubação, sombreamento e manutenção puderam ser adaptadas.
“Reduzimos o custo em 4 vezes e encurtamos, de 7 para 2 anos, o período de espera para que o reflorestamento de nativas ‘feche’, ou seja, deixe de exigir a limpeza de manutenção”, resume o pesquisador. A mortalidade das mudas também foi reduzida, para menos de 10¨% do total plantado. O segredo é combinar a diversidade de espécies mais a diversidade genética no plantio, que segue a mesma lógica de sucessão vegetal da renovação natural das matas.
Conforme detalha Kageyama, as espécies nativas são classificadas em 4 tipos, de acordo com sua função na floresta: pioneiras (crescem rápido e fornecem sombra às outras), secundárias precoces e secundárias tardias (de crescimento intermediário, também fornecem sombra, além de serem dispersadas pela fauna) ou climácicas (de crescimento lento, mais perenes e de madeira mais densa).
“Quando as pioneiras estão com 2 anos, já formam uma vegetação fechada, onde não crescem capins e a ação das plantas invasoras é reduzida”, conta o pesquisador. “E o ataque de pragas ou ocorrência de doenças praticamente não existe, nem mesmo de formigas, que entram em equilíbrio depois de 2 anos. A diversidade é o melhor remédio para tudo isso, ela engana o inimigo e não deixa que chegue ao nível de dano, característico das monoculturas”.
Enriquecimento natural
As aves comuns são as primeiras a colonizar a mata em formação e trazem, “de carona”, bromélias, orquídeas, lianas e epífitas. Aos poucos, à medida em que a nova mata fornece abrigo e alimento, vai surgindo a fauna mais especializada: aves mais raras, anfíbios, répteis, mamíferos maiores e predadores. Se a área ainda contém sementes dormentes no solo, as novas condições - de microclima, sombreamento e atividade da fauna – favorecem a quebra de dormência e nascem espontaneamente outras espécies de plantas, enriquecendo ainda mais o reflorestamento.
“Com o modelo desenvolvido, no fim das contas, temos obtido 10m3/ha/ano de árvores sombreadoras e 5m3/ha/ano de sombreadas, ou seja, 15 m3/ha/ano, que era a produtividade obtida com o eucalipto antes do melhoramento genético”, conclui Paulo Kageyama. “Se tivermos um pouco mais de incentivo, acho que podemos mudar nossa paisagem rural”.
Liana John
Fonte: Estadão
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