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Notícias

19
fev
2010
(MADEIRA E PRODUTOS)
Cresce demanda por madeira certificada na arquitetura
O mercado de madeira certificada está em expansão em todo o mundo. De acordo com uma pesquisa feita pelo FSC (Forest Stewardship Council ou Conselho de Manejo Florestal), nos últimos dois anos o tamanho das áreas de floresta que contém o selo verde dobrou. Essa tendência também pode ser observada na arquitetura: a construção civil do Estado de São Paulo consome aproximadamente 80% de toda a madeira amazônica utilizada no País.

De toda a madeira consumida no Estado de São Paulo, cerca de 42% vai para estruturas de telhado, 28% para andaimes e fôrmas e 11% para forros, pisos e esquadrias. "Hoje a madeira é usada em grande escala, desde a parte bruta até nos acabamentos dos projetos", observa o arquiteto membro do grupo de trabalho de sustentabilidade da Asbea (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura), Marcio Porto.

Na visão do arquiteto, cabe aos colegas de profissão adotar uma postura 'amiga do Planeta' perante os clientes na hora de adquirir madeira. "Infelizmente nem todos os clientes concordam e assumem esta postura sustentável e a gente não pode deixar de atender essa pessoa. Temos que mostrar ao cliente que é importante realizar um projeto que cause o menor impacto possível ao meio ambiente", destaca.

Madeira legal

Madeira legal é aquela que cumpre todos os requisitos previstos na lei quanto a sua documentação. Este tipo de produto não degrada o meio ambiente e ainda contribui para o desenvolvimento social e econômico das comunidades florestais. No Brasil há mais de cinco milhões de hectares de florestas certificadas pelo selo FSC, ou seja, que possuem o selo verde.

Falta de consciência

Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Quorum, uma instituição do terceiro setor que tem como política que todos os projetos - próprios ou não - devam contemplar um foco de sustentabilidade, revela que 70% dos consumidores paulistanos desistem de comprar produtos com certificação ambiental se os mesmos itens sem certificação tiverem preço mais baixo. Outros dados mostram que 47% dos paulistanos não deixam de consumir determinados produtos mesmo cientes de que são prejudiciais à natureza.

Ainda de acordo com o relatório, a cidade de São Paulo é a principal financiadora e investidora da destruição da floresta amazônica: diariamente são retirados 68, 5 mil m³ de madeira por dia - o equivalente a 25 milhões m³ de floresta derrubada.

Estima-se que aproximadamente 90% da madeira retirada seja de maneira ilegal. A cidade de São Paulo é responsável por consumir cerca de 15% (3,75 milhões) de tudo o que é retirado da Amazônia.

Madeira na parede cria espaço aconchegante

Apesar de a madeira ser mais utilizada nos pisos e em portas, atualmente este tipo de material é bastante encontrado nas paredes das residências como forma de dar ao ambiente um toque aconchegante e sofisticado. "Hoje a tendência é utilizar a madeira em parede, mas isso muda de acordo com o tempo. Há alguns anos o forte era usar madeiras em vigas e forros", esclarece a arquiteta Evelin Sayar.

Outra possibilidade para deixar o ambiente mais acolhedor é fazer uso de madeira nas mesas, cadeiras e até mesmo em balcões. A indicação da arquiteta é apenas se atentar aos tons do produto para não errar. "O ideal é utilizar dois tons de madeira no máximo. É complicado misturar tons. Se a cor escolhida não for única deve ser muito próxima", considera.

A durabilidade do produto varia de acordo com os cuidados do proprietário. No entanto, para os interessados em utilizar madeira no projeto de casa a arquiteta alerta: é preciso ter cuidado com a madeira. "Uma vez me pediram um piso de fazenda, mas não queriam encerar. Por isso eu sempre digo que é importante saber, na hora de escolher o material, quais os cuidados são necessários para manter o produto bonito", completa.

Fonte: RD Online

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