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Notícias

29
jan
2010
(COMÉRCIO EXTERIOR)
Mercado madeireiro recupera o fôlego

Setor revela recuperação gradativa a partir do segundo semestre de 2009 e aposta em crescimento neste ano.

A crise internacional que se acentuou no final de 2008 parece ter dado uma trégua ao comércio de exportação de madeira no Pará. Dados divulgados pela Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Pará (Aimex), com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), revelam que o mês de dezembro do ano passado alcançou um índice de mais de US$ 36 milhões em valor exportado e mais de 37 mil toneladas em quantidade de madeira enviadas ao exterior. Os dados foram considerados o maior resultado do ano.

O valor chegou próximo ao do mesmo período do ano anterior, quando foram comercializados US$ 38 milhões. A venda externa de madeira nos últimos seis meses de 2009 movimentou U$ 172.687.257. Embora o dado indique queda de 34,41 % em relação ao valor exportado no mesmo período de 2008, quando o número foi de U$ 263.299.590 – revela a retomada do mercado diante da crise econômica mundial.

Outro índice observado mostra que em 2009 a retração do valor exportado foi de 45% e da quantidade exportada foi de 44% da verificada em 2008. Mesmo sendo um dado negativo, no geral, o estudo demonstra que o comércio de madeira melhorou sensivelmente a partir do segundo semestre, indicando uma recuperação gradativa crescente. Para se ter uma ideia, julho de 2009 foi o mês em que as exportações alcançaram o menor valor - cerca de US$ 21 milhões - no comércio de exportação; já em agosto, esse índice subiu para US$ 26 milhões – o que representa um crescimento de 24% em valor, e 32% em quantidade exportada, em relação a julho. Houve uma retração no mês de setembro para pouco mais de US$ 25 milhões. Porém, nos meses subsequentes, os valores somente aumentaram, alcançando, já no final do ano, mais de 37 mil toneladas de madeira exportada.

A exportação de madeira do Pará alcançou, no ano inteiro de 2009, o valor de US$ 346 milhões em madeira exportada e cerca de 360 mil toneladas. “A crise, de fato, foi determinante para a vertiginosa queda verificada em relação a 2008, quando alcançamos perto de 793 milhões de dólares em madeira comercializada; mas o mercado começou a se aquecer a partir de agosto, o que revela que o segmento acompanha o movimento do mercado internacional”, comenta Justiniano Netto, diretor executivo da Aimex.

Derivados da madeira - No item de exportação de madeiras para quartos de dormir e outros móveis, o setor obteve, de janeiro a dezembro do ano passado, uma variação em valor de menos 50% em assentos estofados, com armação de madeira; e de menos 22% em móveis para cozinha. Considerando a quantidade exportada, esses dois índices representaram cerca de 54% e 35% para menos, respectivamente.

Entre os produtos derivados da madeira que apresentaram maior retração, estão o compensado - que caiu em torno de 62% no valor comercializado; já nos objetos de ornamentação e madeira marchetada, a queda foi de 98%; cabides, utensílios para uso doméstico, carretéis caíram em torno de 67,5 % nesse mesmo indicativo. Há também produtos de elevado valor comercial que caíram 100%, como molduras e painéis de partículas de madeira aglomerada, esta última a única fabrica existente no Pará encerrou suas atividades em decorrência da crise.

O diretor técnico da Aimex, Guilherme Carvalho, avalia que, embora o dado geral tenha sido negativo em relação a 2008 – constatado pela variação de menos 45% de valores comercializados -, “o segundo semestre de 2009 foi responsável pelo reaquecimento do mercado e aponta para um crescimento paulatino a partir deste ano, aliado ao fato de EUA e Europa, nossos principais mercados, começarem a organizar suas economias e retomar o interesse por produtos madeireiros. E conclui: “O ano de 2009 foi difícil, com empresas fechando ou reduzindo produção, e suspendendo investimentos. Para 2010 as perspectivas são de melhora, mas apesar dos ânimos com o aumento das exportações, a imprevisibilidade permanece”.

Outro fator observado pelo diretor que pesará sobre as exportações em 2010 é a desvalorização cambial, que tem prejudicado a competitividade dos exportadores. Entretanto, Carvalho ressalta que a eficiência da atual gestão da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) no licenciamento ambiental, sobretudo nos projetos de manejo e reflorestamento, “sem relaxar no cumprimento da legislação”, é um fator positivo para melhorar a exportação dos produtos industrializados e manufaturados de madeira neste ano.

Fonte: EKO- Estratégias em Comunicação

ITTO Sindimadeira_rs