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Notícias
26
jan
2010
(ECONOMIA)
Economia de base florestal aumenta renda familiar e conserva florestas
Valciclei da Silva, 20 anos, habitante do Seringal Equador, exibe com orgulho sua mais nova aquisição: uma motocicleta zero quilômetro, comprada em outubro de 2009. O veículo, que antes parecia um sonho distante, tornou-se realidade graças à renda obtida a partir do manejo florestal. Produtos como madeira, borracha e castanha-do-Brasil, que contribuem para conservar a biodiversidade, têm proporcionado, depois de muitos anos, bons preços aos produtores que moram na floresta.
Com a venda da madeira, da seringa e da castanha, a vida de toda a comunidade já melhorou muito. O pessoal está comprando motos, eletrônicos, roupas e melhorando a casa, relata Valciclei, que nasceu em Xapuri. Ele mora com a mãe e a irmã e é responsável por sustentar a casa.
Dados da Secretaria Estadual de Florestas do Acre (SEF) demonstram que o manejo florestal feito a partir de parcerias entre comunidades, empresas, governo e organizações não-governamentais tem gerado resultados positivos: a renda média anual de uma família acreana da área rural, que variava entre R$ 1,2 mil e R$ 3 mil, tem subido para valores entre R$ 4 mil e R$ 6,5 mil/ano com as atividades de manejo.
De acordo com o secretário estadual de Florestas, Carlos Ovídio Rezende, o manejo florestal não apenas aumenta a renda familiar, como também contribui para a valorização dos imóveis rurais. Sem plano de manejo, uma propriedade de 300 hectares vale entre R$ 10 mil e R$ 15 mil. Com o plano, sobre para R$ 80 mil. Se for acrescentado o valor do ativo madeireiro com potencial de ser explorado pelo manejo, chega a valer mais de R$ 200 mil, atesta Rezende.
O secretário também salienta que, se a floresta for explorada economicamente de forma diversificada, poderá assegurar bons níveis de rendimento para as famílias locais. Há 10 anos, a floresta gerava cerca de US$ 15 por hectare/ano. Hoje, onde se faz o manejo de forma combinada para produtos como borracha, castanha, copaíba e madeira, esse valor ultrapassa os US$ 90, informa.
Certificação FSC
No Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) do Cachoeira, na região de Xapuri, a madeira extraída pela comunidade tem um importante diferencial: a certificação FSC (Conselho de Manejo Florestal). O selo comprova que a produção acontece em conformidade com a legislação trabalhista e fiscal, além de seguir rigorosos padrões sociais e ambientais.
A certificação FSC do PAE Cachoeira aconteceu em 2002, com apoio direto do WWF-Brasil, que contribuiu para criar a Cooperfloresta, cooperativa que organiza a produção local e estabelece relações de mercado para a venda da produção.
Iniciativa privada
Empresas privadas instaladas no Acre se tornaram os principais compradores da madeira produzida de forma sustentável pelas comunidades. A Laminados Triunfo, que opera no estado desde 2003, é o principal destino da produção madeireira comunitária no Acre.
De acordo com Jandir Santin, diretor da Triunfo, além de contribuir para a conservação das florestas e para o aumento de renda das famílias acreanas, a madeira originária do manejo florestal comunitário também gera excelentes negócios. O mercado externo está 100% na madeira certificada. Enquanto o setor de madeira tropical no Brasil está desaquecido, a Triunfo está crescendo, diz.
Jandir anuncia que a opção pela madeira certificada e as parcerias com comunidades, governo e ONGs têm contribuído de forma substancial para o crescimento da Triunfo em um momento de crise internacional. Nossa produção em 2010 vai dobrar e vamos passar de 400 para 700 funcionários em nossa unidade no Acre, declara.
Outro importante comprador da madeira certificada comunitária no Acre é a fábrica de pisos de madeira, construída pelo governo estadual e operada pelas empresas Triunfo, Ouro Verde e Albuquerque, que adquirem a madeira de comunidades. Trata-se de uma modalidade que combina poder público, iniciativa privada e base comunitária.
Segundo Mauro Armelin, coordenador do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável do WWF-Brasil, os resultados positivos no Acre demonstram que o manejo pode gerar mais renda que as práticas predatórias da floresta e que os usos tradicionais agrícolas.
Mauro Armelin acrescenta, porém, que para modelos produtivos sustentáveis serem ampliados é fundamental que consumidores e empresários participem de forma ativa dos processos. "É preciso que o mercado reconheça e apoie os produtos sustentáveis, especialmente aqueles originários de comunidades. O cidadão tem em suas mãos o poder de escolher mercadorias com a certificação FSC e fazer a diferença", exemplifica.
Com a venda da madeira, da seringa e da castanha, a vida de toda a comunidade já melhorou muito. O pessoal está comprando motos, eletrônicos, roupas e melhorando a casa, relata Valciclei, que nasceu em Xapuri. Ele mora com a mãe e a irmã e é responsável por sustentar a casa.
Dados da Secretaria Estadual de Florestas do Acre (SEF) demonstram que o manejo florestal feito a partir de parcerias entre comunidades, empresas, governo e organizações não-governamentais tem gerado resultados positivos: a renda média anual de uma família acreana da área rural, que variava entre R$ 1,2 mil e R$ 3 mil, tem subido para valores entre R$ 4 mil e R$ 6,5 mil/ano com as atividades de manejo.
De acordo com o secretário estadual de Florestas, Carlos Ovídio Rezende, o manejo florestal não apenas aumenta a renda familiar, como também contribui para a valorização dos imóveis rurais. Sem plano de manejo, uma propriedade de 300 hectares vale entre R$ 10 mil e R$ 15 mil. Com o plano, sobre para R$ 80 mil. Se for acrescentado o valor do ativo madeireiro com potencial de ser explorado pelo manejo, chega a valer mais de R$ 200 mil, atesta Rezende.
O secretário também salienta que, se a floresta for explorada economicamente de forma diversificada, poderá assegurar bons níveis de rendimento para as famílias locais. Há 10 anos, a floresta gerava cerca de US$ 15 por hectare/ano. Hoje, onde se faz o manejo de forma combinada para produtos como borracha, castanha, copaíba e madeira, esse valor ultrapassa os US$ 90, informa.
Certificação FSC
No Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) do Cachoeira, na região de Xapuri, a madeira extraída pela comunidade tem um importante diferencial: a certificação FSC (Conselho de Manejo Florestal). O selo comprova que a produção acontece em conformidade com a legislação trabalhista e fiscal, além de seguir rigorosos padrões sociais e ambientais.
A certificação FSC do PAE Cachoeira aconteceu em 2002, com apoio direto do WWF-Brasil, que contribuiu para criar a Cooperfloresta, cooperativa que organiza a produção local e estabelece relações de mercado para a venda da produção.
Iniciativa privada
Empresas privadas instaladas no Acre se tornaram os principais compradores da madeira produzida de forma sustentável pelas comunidades. A Laminados Triunfo, que opera no estado desde 2003, é o principal destino da produção madeireira comunitária no Acre.
De acordo com Jandir Santin, diretor da Triunfo, além de contribuir para a conservação das florestas e para o aumento de renda das famílias acreanas, a madeira originária do manejo florestal comunitário também gera excelentes negócios. O mercado externo está 100% na madeira certificada. Enquanto o setor de madeira tropical no Brasil está desaquecido, a Triunfo está crescendo, diz.
Jandir anuncia que a opção pela madeira certificada e as parcerias com comunidades, governo e ONGs têm contribuído de forma substancial para o crescimento da Triunfo em um momento de crise internacional. Nossa produção em 2010 vai dobrar e vamos passar de 400 para 700 funcionários em nossa unidade no Acre, declara.
Outro importante comprador da madeira certificada comunitária no Acre é a fábrica de pisos de madeira, construída pelo governo estadual e operada pelas empresas Triunfo, Ouro Verde e Albuquerque, que adquirem a madeira de comunidades. Trata-se de uma modalidade que combina poder público, iniciativa privada e base comunitária.
Segundo Mauro Armelin, coordenador do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável do WWF-Brasil, os resultados positivos no Acre demonstram que o manejo pode gerar mais renda que as práticas predatórias da floresta e que os usos tradicionais agrícolas.
Mauro Armelin acrescenta, porém, que para modelos produtivos sustentáveis serem ampliados é fundamental que consumidores e empresários participem de forma ativa dos processos. "É preciso que o mercado reconheça e apoie os produtos sustentáveis, especialmente aqueles originários de comunidades. O cidadão tem em suas mãos o poder de escolher mercadorias com a certificação FSC e fazer a diferença", exemplifica.
Fonte: WWF Brasil
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