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Notícias

23
jan
2010
(MADEIRA E PRODUTOS)
Gargalos na produção de madeira em discussão

Empresários e diretores ligados à Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Pará (Aimex) se reuniram com representantes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), para discutir o aperfeiçoamento do licenciamento florestal no Pará.

O principal ponto da pauta de reunião foram as mudanças que podem ocorrer nos índices de aproveitamento de madeira. Hoje, de acordo com a resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), o índice de conversão de madeira em tora para madeira serrada é de 45%, o que já está em vigor desde o ano passado no Sisflora, que é o sistema estadual de controle de madeira.

Quanto ao aproveitamento dos resíduos de madeira, o Conama diz que dever ser regulamentada por cada Estado, de acordo com o perfil da indústria local. Assim, no Pará, dos 55% de resíduos florestais restantes, 13% podem ser aproveitados, para produção de peças menores, como ripas, sarrafos, caibrinhos, frisos, pisos etc. Isso significa que, da madeira em tora que sai da floresta, podem ser aproveitados, no máximo, 58%, sendo que os outros 32% se perdem durante o processo industrial.

A grande questão em debate é uma instrução normativa que está sendo analisada pela Sema, que pode resultar na redução do índice de proveitamento dos resíduos florestais dos atuais 13% para 2,25%. Segundo Ériko Crispino, técnico da Sema, essa mudança foi proposta em uma reunião ocorrida em Brasília, entre o Ibama e as Secretarias de Meio Ambiente dos Estados que utilizam o sistema Sisflora para o controle dos produtos florestais, que é o caso do Pará e Mato Grosso.

Mas o diretor executivo da Aimex, Justiniano Netto, argumentou que esse índice de 2,25% não representa a realidade das indústrias paraenses. “Encaminhamos à Sema vários estudos que demonstram que o aproveitamento total da indústria no Pará, incluindo madeira serrada e todo o resíduo, chega a 58%”, explicou Netto.

O diretor reforçou que a resolução do Conama que trata do assunto estabelece o índice de 45% de aproveitamento de madeira em tora para serrada, mas deixa a cargo dos Estados a determinação do índice de aproveitamento dos resíduos. “Se o Pará tem autonomia para estabelecer um índice de aproveitamento, não tem porque aceitar um valor menor do que a capacidade de suas indústrias. Isto iria castigar àquelas empresas que investiram em tecnologia para desperdiçar o mínimo possível da madeira”, defendeu o Justiniano Netto.

Fonte: Diário do Pará

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