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Notícias
07
jan
2010
(CARBONO)
Crédito de carbono pode ser rentável para o setor
O reconhecimento pelo Protocolo de Kyoto dos créditos de carbono gerados por florestas plantadas e naturais pode garantir ao setor de papel e celulose um novo nicho de mercado altamente rentável. Negociado por entidades e indústrias brasileiras na 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 15em Copenhague (Dinamarca), a proposta pode valorizar em cinco vezes a tonelada de carbono absorvido, passando dos atuais US$ 4 para sonhados US$ 20.
"Será um bom negócio e acreditamos nessa conquista", afirma Luiz Cornacchioni, diretor de Relações Institucionais da Suzano Papel e Celulose. "Além do aumento do valor, também teremos liquidez e atratividade para essas operações". Segundo ele, a Suzano negocia, atualmente, cerca de 100 mil toneladas de carbono. "A demanda hoje é pequena justamente por causa das atuais definições do Protocolo de Kyoto", ressalta.
O projeto do setor, apresentado na COP 15 pela Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) e representantes das indústrias, defende a eliminação das restrições que impedem a comercialização na União Europeia - o principal mercado de carbono. Atualmente, os créditos de carbono são negociados no chamado mercado voluntário, representado pela Bolsa do Clima de Chicago (CCX).
Para a Bracelpa, a comercialização de créditos de carbono florestais é uma oportunidade para o País atrair capital e novos investimentos. "Para isso, é fundamental mudar o posicionamento da União Europeia, que não considera esses créditos como elegíveis para compensar a emissão de poluentes", afirma Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da entidade. "As florestas plantadas do setor de celulose e papel absorvem anualmente 64 milhões de toneladas de CO2, enquanto os processos de manufatura emitem 21 milhões de toneladas de CO2. É uma contribuição expressiva ao clima, que posiciona o setor como credor ambiental nas negociações climáticas", defende Elizabeth.
O texto atual do Protocolo de Kyoto, no qual se baseiam as políticas da UE, afirma que florestas estão sujeitas a eventos da natureza - queimadas, temporais, inundações, e outras situações classificadas como "casos fortuitos". Por isso, não há como garantir o estoque de carbono que elas formam ao longo do tempo.
Além disso, outro termo de Kyoto contrário às florestas plantadas é o conceito de "estoque temporário de carbono". Segundo o documento, todo o carbono acumulado nas florestas plantadas retorna à natureza quando elas são colhidas, transformadas em madeira para aplicações diversas e em outros subprodutos. O setor questiona esse conceito de "temporalidade" e defende que ele não se aplica no caso das florestas plantadas para fins industriais: o ciclo de absorção de CO2 nunca é interrompido, pois, assim que uma árvore é colhida, outra é plantada no mesmo lugar.
As propostas se concentram no aprimoramento dos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL), que é uma das principais formas de se gerar créditos de carbono. É no âmbito do MDL que as empresas de papel e celulose desenvolvem seus projetos de crédito de carbono. Além da Suzano, Klabin, Fibria, International Paper e Cenibra estão inseridas nesse contexto.
As operações florestais da Cenibra abrangem os estados do Espírito Santo e Minas Gerais, com aproximadamente 150 mil hectares de plantio de eucalipto, intercalados com cerca de 50 mil hectares de reservas nativas. Já a International Paper mantém 102 mil hectares de florestas no interior de São Paulo, sendo 24 mil hectares dedicados à conservação de biodiversidade e matas nativas e mais 72 mil hectares destinados ao cultivo de eucalipto, que retêm cerca de 10 milhões de toneladas de CO2.
Apesar de apostar no crescimento das negociações envolvendo créditos de carbono, o consultor de Mudanças Climáticas da MGM, Stefan David, afirma que ainda não é possível definir exatamente qual será o valor das reduções de gases estufa no mercado mundial. A questão é como vai atuar a oferta e a demanda e isso vai impactar nos preços. Entretanto, o consultor acredita que o preço do crédito não deverá cair abaixo do patamar atual de 10 euros por tonelada de carbono.
A expectativa na COP 15 é que uma revisão do Protocolo gere novas ferramentas e metodologias para o MDL. "A proposta da Bracelpa pode gerar um novo produto no mercado de carbono, possivelmente com características bem diferentes de tudo o que já se viu até agora", diz Elizabeth.
"Será um bom negócio e acreditamos nessa conquista", afirma Luiz Cornacchioni, diretor de Relações Institucionais da Suzano Papel e Celulose. "Além do aumento do valor, também teremos liquidez e atratividade para essas operações". Segundo ele, a Suzano negocia, atualmente, cerca de 100 mil toneladas de carbono. "A demanda hoje é pequena justamente por causa das atuais definições do Protocolo de Kyoto", ressalta.
O projeto do setor, apresentado na COP 15 pela Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) e representantes das indústrias, defende a eliminação das restrições que impedem a comercialização na União Europeia - o principal mercado de carbono. Atualmente, os créditos de carbono são negociados no chamado mercado voluntário, representado pela Bolsa do Clima de Chicago (CCX).
Para a Bracelpa, a comercialização de créditos de carbono florestais é uma oportunidade para o País atrair capital e novos investimentos. "Para isso, é fundamental mudar o posicionamento da União Europeia, que não considera esses créditos como elegíveis para compensar a emissão de poluentes", afirma Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da entidade. "As florestas plantadas do setor de celulose e papel absorvem anualmente 64 milhões de toneladas de CO2, enquanto os processos de manufatura emitem 21 milhões de toneladas de CO2. É uma contribuição expressiva ao clima, que posiciona o setor como credor ambiental nas negociações climáticas", defende Elizabeth.
O texto atual do Protocolo de Kyoto, no qual se baseiam as políticas da UE, afirma que florestas estão sujeitas a eventos da natureza - queimadas, temporais, inundações, e outras situações classificadas como "casos fortuitos". Por isso, não há como garantir o estoque de carbono que elas formam ao longo do tempo.
Além disso, outro termo de Kyoto contrário às florestas plantadas é o conceito de "estoque temporário de carbono". Segundo o documento, todo o carbono acumulado nas florestas plantadas retorna à natureza quando elas são colhidas, transformadas em madeira para aplicações diversas e em outros subprodutos. O setor questiona esse conceito de "temporalidade" e defende que ele não se aplica no caso das florestas plantadas para fins industriais: o ciclo de absorção de CO2 nunca é interrompido, pois, assim que uma árvore é colhida, outra é plantada no mesmo lugar.
As propostas se concentram no aprimoramento dos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL), que é uma das principais formas de se gerar créditos de carbono. É no âmbito do MDL que as empresas de papel e celulose desenvolvem seus projetos de crédito de carbono. Além da Suzano, Klabin, Fibria, International Paper e Cenibra estão inseridas nesse contexto.
As operações florestais da Cenibra abrangem os estados do Espírito Santo e Minas Gerais, com aproximadamente 150 mil hectares de plantio de eucalipto, intercalados com cerca de 50 mil hectares de reservas nativas. Já a International Paper mantém 102 mil hectares de florestas no interior de São Paulo, sendo 24 mil hectares dedicados à conservação de biodiversidade e matas nativas e mais 72 mil hectares destinados ao cultivo de eucalipto, que retêm cerca de 10 milhões de toneladas de CO2.
Apesar de apostar no crescimento das negociações envolvendo créditos de carbono, o consultor de Mudanças Climáticas da MGM, Stefan David, afirma que ainda não é possível definir exatamente qual será o valor das reduções de gases estufa no mercado mundial. A questão é como vai atuar a oferta e a demanda e isso vai impactar nos preços. Entretanto, o consultor acredita que o preço do crédito não deverá cair abaixo do patamar atual de 10 euros por tonelada de carbono.
A expectativa na COP 15 é que uma revisão do Protocolo gere novas ferramentas e metodologias para o MDL. "A proposta da Bracelpa pode gerar um novo produto no mercado de carbono, possivelmente com características bem diferentes de tudo o que já se viu até agora", diz Elizabeth.
Fonte: Jornal DCI
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