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Notícias
04
jan
2010
(MADEIRA E PRODUTOS)
O descobridor de madeiras
Para os leigos, aquela pilha de madeira velha no canto de uma marcenaria, localizada no Centro de Santos, mais parece um monte de lixo. Mas basta o professor Pedro Batista Ranciaro começar a discorrer sobre cada uma delas para surgir um cenário surpreendente, vestígios de um rico passado em contraste com um presente marcado pela extinção e pelo desperdício.
Desde 2003, esse marceneiro com mais de 25 anos de experiência no ramo percorre a Cidade em busca de madeiras usadas, descartadas pela população - em geral, móveis velhos ou restos de demolição jogados em ruas, calçadas ou terrenos baldios.
Com esse material ele desenvolve o Projeto Catapau – oficinas de marcenaria onde ensina a transformar lixo em móveis ou artigos de decoração. “Matéria-prima não falta”, garante.
Raridades
Com olhos treinados, Ranciaro percebeu, no meio desses resíduos, preciosidades como pau-brasil, jacarandá da Bahia, mogno, pau-marfim, cedro e imbuia entre outras espécies, algumas das quais em franco processo de desaparecimento. E encontrou, também, relíquias de uma Santos que já não existe mais.
É o caso, por exemplo, do ébano, muito apreciado no passado para a fabricação de móveis de alto padrão, a cerejeira ou o carvalho cinza, esta última uma rara espécie de origem italiana, que segundo Ranciaro está extinta na Europa há mais de 170 anos.
Com essa matéria-prima ele ministra cursos onde ensina o ofício da marcenaria e difunde conceitos ambientais, seja ao alertar para o desperdício dos recursos naturais ou pela necessidade de se conservar a flora.
“Mostro que madeira é aquela, de onde vem e em que situação ela se encontra hoje na natureza. É o caso, por exemplo, da peroba-rosa. No passado, foi largamente usada nos telhados, portas e janelas no sudeste do País. Hoje, praticamente não existe mais no Estado de São Paulo”.
Pelo cheiro
Pouco a pouco ele vai mostrando cada resto de madeira encontrada. Ao longo das mais de 90 espécies já identificadas, Ranciaro vai fazendo um passeio pelo Brasil.
São variedades como o cedro vermelho originário do Sul, o cedro rosa do Nordeste, o louro pardo do Centro Oeste, a braúna, já extinta, que tinha como origem a Bahia; o angelim, típico do Cerrado, um dos ecossistemas mais comprometidos pelo avanço humano, mas tão rico que ainda representa 5% da diversidade mundial de vegetais.
“Venho de uma família de marceneiros. Aprendi a conhecer a madeira pelo cheiro. Me dói o desmatamento. Reutilizar a madeira é a minha forma de mostrar a grande importância de se preservar as florestas”, afirma.
Além dos cursos e do trabalho como marceneiro, Rancioaro também utiliza o projeto junto a pacientes psiquiátricos em Santo André, no ABC. Em Santos, ele montou, recentemente, um ateliê para crianças portadoras de deficiências. “Se houvesse apoio de empresas ou órgãos públicos, poderíamos ampliar esse trabalho”.
Mais informações:
Projeto Catapau: 9610-1203
Desde 2003, esse marceneiro com mais de 25 anos de experiência no ramo percorre a Cidade em busca de madeiras usadas, descartadas pela população - em geral, móveis velhos ou restos de demolição jogados em ruas, calçadas ou terrenos baldios.
Com esse material ele desenvolve o Projeto Catapau – oficinas de marcenaria onde ensina a transformar lixo em móveis ou artigos de decoração. “Matéria-prima não falta”, garante.
Raridades
Com olhos treinados, Ranciaro percebeu, no meio desses resíduos, preciosidades como pau-brasil, jacarandá da Bahia, mogno, pau-marfim, cedro e imbuia entre outras espécies, algumas das quais em franco processo de desaparecimento. E encontrou, também, relíquias de uma Santos que já não existe mais.
É o caso, por exemplo, do ébano, muito apreciado no passado para a fabricação de móveis de alto padrão, a cerejeira ou o carvalho cinza, esta última uma rara espécie de origem italiana, que segundo Ranciaro está extinta na Europa há mais de 170 anos.
Com essa matéria-prima ele ministra cursos onde ensina o ofício da marcenaria e difunde conceitos ambientais, seja ao alertar para o desperdício dos recursos naturais ou pela necessidade de se conservar a flora.
“Mostro que madeira é aquela, de onde vem e em que situação ela se encontra hoje na natureza. É o caso, por exemplo, da peroba-rosa. No passado, foi largamente usada nos telhados, portas e janelas no sudeste do País. Hoje, praticamente não existe mais no Estado de São Paulo”.
Pelo cheiro
Pouco a pouco ele vai mostrando cada resto de madeira encontrada. Ao longo das mais de 90 espécies já identificadas, Ranciaro vai fazendo um passeio pelo Brasil.
São variedades como o cedro vermelho originário do Sul, o cedro rosa do Nordeste, o louro pardo do Centro Oeste, a braúna, já extinta, que tinha como origem a Bahia; o angelim, típico do Cerrado, um dos ecossistemas mais comprometidos pelo avanço humano, mas tão rico que ainda representa 5% da diversidade mundial de vegetais.
“Venho de uma família de marceneiros. Aprendi a conhecer a madeira pelo cheiro. Me dói o desmatamento. Reutilizar a madeira é a minha forma de mostrar a grande importância de se preservar as florestas”, afirma.
Além dos cursos e do trabalho como marceneiro, Rancioaro também utiliza o projeto junto a pacientes psiquiátricos em Santo André, no ABC. Em Santos, ele montou, recentemente, um ateliê para crianças portadoras de deficiências. “Se houvesse apoio de empresas ou órgãos públicos, poderíamos ampliar esse trabalho”.
Mais informações:
Projeto Catapau: 9610-1203
Fonte: Marcus Fernandes
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