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Notícias

10
dez
2009
(MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS)
BNDES poderá apoiar empresas africanas e sul-americanas na compra de máquinas

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estuda a criação de uma linha que permitirá a empresas da América Latina e da África comprar máquinas e equipamentos brasileiros com financiamento em parceria com bancos de outros países no exterior. Os recursos virão de um programa do BNDES, o Financiamento de Máquinas e Equipamentos (Finame).

De acordo com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, na Argentina, os entendimentos estão praticamente concluídos com o Banco Itaú. Mas há negociações com todos os grandes bancos que operam na América Latina.

A operação funcionará por meio de um contrato do BNDES com um banco no exterior. O fornecedor brasileiro vende o produto lá fora e recebe em reais o valor da venda do BNDES, ou seja, o dinheiro não sai do país. O banco no exterior financia o valor para o comprador e depois devolve o dinheiro ao BNDES.

Segundo Coutinho, está em discussão a criação de uma comissão de 3% para que haja interesse do sistema bancário em fazer a operação. Ele alertou que há risco cambial nessa medida, mas afirmou que o BNDES terá capacidade de “absorver o risco”, com mecanismos de proteção. A medida atende a pequenas empresas no exterior que têm dificuldades de conseguir crédito, informou Coutinho, acrescentando que países fabricantes de equipamentos, como a China, já têm linhas como essa proposta.

Outra medida em estudo é criar uma linha de crédito para que trabalhadores de pequenas empresas brasileiras com dificuldades de acesso ao crédito possam pegar recursos emprestados. Esse dinheiro irá capitalizar a empresa. O trabalhador pegará o recurso para comprar uma ação preferencial e assim terá preferência na hora do pagamento de dividendos. Se um trabalhador quiser sair do mecanismo, a tesouraria da empresa terá que ter condições de comprar aquela cota.

“Estamos desenhando um projeto que ajudaria as empresas a tornar seus trabalhadores mais qualificados sócios da empresa e, ao mesmo tempo, ajudaria a capitalizar a empresa, habilitá-la para acessar as fontes de crédito”, disse o presidente do BNDES.

Segundo ele, já há alguns casos pilotos, mas ainda haverá rodada de conversa com empresários e trabalhadores para “chegar a uma fórmula equilibrada”. “O objetivo é criar mais uma janela de financiamento para permitir a reabilitação [para o crédito] de empresas em dificuldades”. A que participar desse mecanismo terá obrigações, como a criação de um conselho fiscal para que haja transparência nas contas das empresas.

Kelly Oliveira e Daniel Lima

Fonte: Agência Brasil

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