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Notícias
23
nov
2009
(PAPEL E CELULOSE)
Plantação de eucalipto supera a de café em Minas
O eucalipto está deixando de ser patinho feio para se tornar cisne no agronegócio mineiro. A demanda mundial por celulose da árvore para fabricação de papel avança a passos largos, impulsionada pela China. No Brasil, as siderúrgicas engrossam o coro. Elas estão de olho nas florestas plantadas por pequenos produtores rurais porque querem uma produção sustentável, que não dependa das importações de carvão mineral, mais poluente que o vegetal. Essa busca fez com que o eucalipto atingisse uma área de quase 1,5 milhões de hectares em Minas Gerais, ultrapassando a cultura mais tradicional do estado, o café, cujas plantações ocupam hoje 1,1 milhões de hectares, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“No primeiro semestre de 2009, a China aumentou em 68% as importações de celulose, enquanto os mercados desenvolvidos apresentaram queda próxima de 20%”, diz o economista-chefe da Ativa Corretora, Arthur Carvalho. Ele chama a atenção para a preferência pelo eucalipto. “Em 2008, enquanto a demanda mundial por celulose subiu algo próximo de 1,3%, a demanda por celulose de eucalipto cresceu 13%, 10 vezes mais”, compara.
O Brasil, e Minas Gerais especialmente, avança nesse cenário. Segundo a pesquisa do IBGE, em 2008 Minas ultrapassou o Paraná e assumiu a liderança nacional no valor bruto da produção da silvicultura (florestas plantadas) e extração vegetal (vegetação nativa). Atingiu a cifra de R$ 2,54 bilhões. O estado é agora o maior produtor nacional, participando com 78% da produção nacional da silvicultura e com 18% da extração vegetal. “Interessante é que a produção de carvão proveniente de vegetação nativa apresentou queda de 4,9% em relação a 2007, enquanto a da silvicultura aumentou 7,9%”, salienta o supervisor de pesquisa agropecuária do IBGE, Humberto Silva Augusto. Segundo ele, o aumento poderia ter sido ainda maior se não fosse a crise.
Com uma participação modesta – de apenas 3% – no mercado mundial de celulose e madeira serrada de origem renovável, o Brasil tem grandes chances de ocupar mais espaço nesse novo filão, sustenta Bernardo de Vasconcellos, presidente da Associação Mineira de Silvicultura (AMS). Para ter uma ideia da baixa representatividade brasileira, a Finlândia, país de dimensões bem menores, detém 8% das vendas mundiais. “Poucos países têm condições de produzir madeira de origem limpa, mas todos têm de consumir. O Brasil domina a tecnologia em genética e cultivo de florestas e o nosso índice de produtividade é seis vezes maior que a média no mundo”, afirma o executivo.
Vasconcellos lembra que o uso da floresta plantada foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como sistema capaz de gerar os chamados créditos de carbono, enquanto mecanismo de produção movido a combustível renovável. A floresta captura mais carbono do que produz e libera oxigênio em proporções superiores. “A sociedade vem tomando conhecimento de que precisamos defender o que temos de florestas nativas, e cada hectare de eucalipto plantado ajuda a preservar cerca de 10 hectares dessas florestas nativas. O índice de desenvolvimento humano progride significativamente nas áreas onde temos as atividades florestais”, afirma o presidente da Câmara da Indústria de Base Florestal da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Antônio Claret de Oliveira.
O cultivo de eucalipto mudou a rotina dos moradores de Paraopeba (Região Central), a 97 quilômetros de Belo Horizonte. Luiz Fernando Figueiredo, proprietário da Fazenda Capão da Ema, é um deles. Dedicava-se à pecuária de leite, atividade que nunca rendeu bom retorno financeiro, até que em 2002 aderiu a um programa do governo e iniciativa privada. “Plantei no pasto degradado, com mais de 20 anos de pisoteio de gado, e preservei a mata nativa. Foi uma ótima aposta. Comecei com 27 hectares e já tenho 140 hectares plantados.” Depois de sete anos, momento do primeiro corte, e após R$ 68 mil em investimentos (R$ 2,5 mil por hectare), ele negocia a sua produção de eucalipto por R$ 700 mil. “Com a pecuária, não chegaria nem no pé disso”, afirma.
Figueiredo aponta ainda como vantagem a flexibilidade de negociação dentro do setor. “Se as siderúrgicas estão em crise, posso vender para a indústria moveleira, construção civil (postes e mourões), casca para alambiques e folhas para óleos essenciais. Não preciso ficar restrito ao carvão”, exemplifica. Ele conta que quase toda a vizinhança se dedica ao mesmo negócio, o que está transformando o município de Paraopeba em mais um pólo moveleiro de Minas. “A gente estima que o apagão florestal, previsto para 2017, seria adiado para 2020 com a ajuda dos produtores rurais”, observa. De acordo com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a cadeia produtiva florestal gera cerca de 800 mil empregos diretos e indiretos em Minas.
“No primeiro semestre de 2009, a China aumentou em 68% as importações de celulose, enquanto os mercados desenvolvidos apresentaram queda próxima de 20%”, diz o economista-chefe da Ativa Corretora, Arthur Carvalho. Ele chama a atenção para a preferência pelo eucalipto. “Em 2008, enquanto a demanda mundial por celulose subiu algo próximo de 1,3%, a demanda por celulose de eucalipto cresceu 13%, 10 vezes mais”, compara.
O Brasil, e Minas Gerais especialmente, avança nesse cenário. Segundo a pesquisa do IBGE, em 2008 Minas ultrapassou o Paraná e assumiu a liderança nacional no valor bruto da produção da silvicultura (florestas plantadas) e extração vegetal (vegetação nativa). Atingiu a cifra de R$ 2,54 bilhões. O estado é agora o maior produtor nacional, participando com 78% da produção nacional da silvicultura e com 18% da extração vegetal. “Interessante é que a produção de carvão proveniente de vegetação nativa apresentou queda de 4,9% em relação a 2007, enquanto a da silvicultura aumentou 7,9%”, salienta o supervisor de pesquisa agropecuária do IBGE, Humberto Silva Augusto. Segundo ele, o aumento poderia ter sido ainda maior se não fosse a crise.
Com uma participação modesta – de apenas 3% – no mercado mundial de celulose e madeira serrada de origem renovável, o Brasil tem grandes chances de ocupar mais espaço nesse novo filão, sustenta Bernardo de Vasconcellos, presidente da Associação Mineira de Silvicultura (AMS). Para ter uma ideia da baixa representatividade brasileira, a Finlândia, país de dimensões bem menores, detém 8% das vendas mundiais. “Poucos países têm condições de produzir madeira de origem limpa, mas todos têm de consumir. O Brasil domina a tecnologia em genética e cultivo de florestas e o nosso índice de produtividade é seis vezes maior que a média no mundo”, afirma o executivo.
Vasconcellos lembra que o uso da floresta plantada foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como sistema capaz de gerar os chamados créditos de carbono, enquanto mecanismo de produção movido a combustível renovável. A floresta captura mais carbono do que produz e libera oxigênio em proporções superiores. “A sociedade vem tomando conhecimento de que precisamos defender o que temos de florestas nativas, e cada hectare de eucalipto plantado ajuda a preservar cerca de 10 hectares dessas florestas nativas. O índice de desenvolvimento humano progride significativamente nas áreas onde temos as atividades florestais”, afirma o presidente da Câmara da Indústria de Base Florestal da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Antônio Claret de Oliveira.
O cultivo de eucalipto mudou a rotina dos moradores de Paraopeba (Região Central), a 97 quilômetros de Belo Horizonte. Luiz Fernando Figueiredo, proprietário da Fazenda Capão da Ema, é um deles. Dedicava-se à pecuária de leite, atividade que nunca rendeu bom retorno financeiro, até que em 2002 aderiu a um programa do governo e iniciativa privada. “Plantei no pasto degradado, com mais de 20 anos de pisoteio de gado, e preservei a mata nativa. Foi uma ótima aposta. Comecei com 27 hectares e já tenho 140 hectares plantados.” Depois de sete anos, momento do primeiro corte, e após R$ 68 mil em investimentos (R$ 2,5 mil por hectare), ele negocia a sua produção de eucalipto por R$ 700 mil. “Com a pecuária, não chegaria nem no pé disso”, afirma.
Figueiredo aponta ainda como vantagem a flexibilidade de negociação dentro do setor. “Se as siderúrgicas estão em crise, posso vender para a indústria moveleira, construção civil (postes e mourões), casca para alambiques e folhas para óleos essenciais. Não preciso ficar restrito ao carvão”, exemplifica. Ele conta que quase toda a vizinhança se dedica ao mesmo negócio, o que está transformando o município de Paraopeba em mais um pólo moveleiro de Minas. “A gente estima que o apagão florestal, previsto para 2017, seria adiado para 2020 com a ajuda dos produtores rurais”, observa. De acordo com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a cadeia produtiva florestal gera cerca de 800 mil empregos diretos e indiretos em Minas.
Fonte: Jornal O Globo
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