Voltar
Notícias
29
out
2009
(MANEJO)
Estradas rurais podem contribuir para conservação da floresta
Para que o manejo florestal seja praticado, garantindo o uso racional dos recursos naturais e a renda das famílias locais, é necessária a abertura de estradas. Porém, a sustentabilidade da atividade demanda que as vias de acesso gerem o menor impacto possível aos ecossistemas. De acordo com um levantamento do Instituto Floresta Tropical (IFT), obras de infraestrutura como estradas e pátios podem impactar diretamente até 10% da área onde se pratica o manejo florestal, dificultando a regeneração e a conservação da floresta em longo prazo.
O curso Planejamento e Construção de Estradas Florestais, realizado a partir de parceria entre IFT, WWF-Brasil e Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS), capacitou técnicos, engenheiros e agentes de governo na construção sustentável de estradas florestais. O treinamento, de caráter teórico e prático, foi realizado na Fazenda Cauaxi, município paraense de Paragominas, entre 19 e 23 de setembro, em tempo integral.
Os instrutores foram o engenheiro geotécnico Gordon Keller e o engenheiro geológico Jonathan Berry, ambos do Serviço Florestal dos Estados Unidos. Gordon Keller salientou que, quando as estradas não são bem construídas, podem gerar enormes impactos na fauna, flora e cursos d’água. “Para se fazer uma boa estrada é essencial que planejamento, localização, projeto e manutenção sejam bons”, resumiu o engenheiro.
Ele destacou durante o curso que estradas são indispensáveis para o desenvolvimento da maioria das regiões, por permitir transporte de pessoas e escoamento da produção. Porém, podem também provocar prejuízos aos recursos naturais e a comunidades, afetando qualidade da água, atividade pesqueira, migração e deslocamento de espécies, ocasionando ainda fragmentação de hábitats, desmatamento, erosão do solo, atividade madeireira e caça ilegais.
Gordon Keller, que tem mais de 30 anos de experiência com estradas florestais, classificou como positivos os resultados do curso e lembrou que o Serviço Florestal dos EUA tem como um de seus objetivos disseminar boas práticas florestais no mundo. “É importante que haja pessoas e organizações interessadas em conservar e manejar florestas na Amazônia. Esses conceitos de sustentabilidade precisam se espalhar”, observou.
Uma das participantes, a engenheira florestal Camila Caruso, destacou que o curso abordou questões da engenharia de construção aliadas a aspectos ambientais. A engenheira trabalha no Centro de Excelência em Engenharia de Transportes (Centran), com supervisão ambiental na BR-230 (Rodovia Transamazônica). Ela acredita que conseguirá aplicar os conhecimentos adquiridos. “Além de impactos ambientais, podemos diminuir custos de construção e manutenção. O ideal é executar bem a obra, para fazer apenas uma vez”, concluiu.
O técnico César Ferreira, que coordena o setor de infraestrutura do manejo florestal na Secretaria Estadual de Florestas do Acre, também participou do curso. Ele entende que a principal mensagem passada foi a necessidade de fazer obras pensando no longo prazo. “No Acre, as áreas onde há planos de manejo ficam distantes das principais rodovias. Por isso, é preciso qualificar o processo de construção e manutenção das vias abertas na floresta”, disse.
Segundo o diretor-adjunto do IFT, Marco Lentini, que coordenou a capacitação, há uma grande carência de mão-de-obra no Brasil para trabalhar com manejo florestal na Amazônia. Um estudo do IFT demonstra que, até 2016, seriam necessárias ao menos 15 mil pessoas treinadas na área para que a meta do governo de implantar o manejo em 13 milhões de hectares até 2016 seja atingida.
Marco Lentini ressaltou a importância da parceria entre IFT, WWF-Brasil e Serviço Florestal dos EUA para a capacitação realizada no Pará, salientando o caráter teórico-prático do treinamento. “Curso de manejo florestal não pode acontecer em sala climatizada, tem que ser feito na floresta”, avaliou.
O engenheiro florestal Maximiliano Roncoletta, representante do WWF-Brasil no curso, classificou de estratégico o treinamento, dirigido a tomadores de decisão que atuam diretamente em regiões de manejo na Amazônia. “Costuma-se enxergar como infraestrutura que impacta a região amazônica apenas as grandes obras, como rodovias e barragens. Não podemos nos esquecer das estradas rurais, que em escala de área impactam muito mais e são abertas com extrema rapidez”, afirmou.
Maximiliano Roncoletta acrescenta que o WWF-Brasil trabalha para que o Serviço Florestal Brasileiro dê atenção à questão das estradas nas licitações voltadas para as concessões florestais. “Sem que a parte de infraestrutura seja contemplada, não será possível que as áreas concessionadas sejam operadas de forma sustentável”, concluiu o engenheiro florestal.
No período entre 26 e 30 de outubro, também na Fazenda Cauaxi, capacitação semelhante é dirigida a professores universitários de cursos de engenharia florestal de várias regiões do país.
O curso Planejamento e Construção de Estradas Florestais, realizado a partir de parceria entre IFT, WWF-Brasil e Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS), capacitou técnicos, engenheiros e agentes de governo na construção sustentável de estradas florestais. O treinamento, de caráter teórico e prático, foi realizado na Fazenda Cauaxi, município paraense de Paragominas, entre 19 e 23 de setembro, em tempo integral.
Os instrutores foram o engenheiro geotécnico Gordon Keller e o engenheiro geológico Jonathan Berry, ambos do Serviço Florestal dos Estados Unidos. Gordon Keller salientou que, quando as estradas não são bem construídas, podem gerar enormes impactos na fauna, flora e cursos d’água. “Para se fazer uma boa estrada é essencial que planejamento, localização, projeto e manutenção sejam bons”, resumiu o engenheiro.
Ele destacou durante o curso que estradas são indispensáveis para o desenvolvimento da maioria das regiões, por permitir transporte de pessoas e escoamento da produção. Porém, podem também provocar prejuízos aos recursos naturais e a comunidades, afetando qualidade da água, atividade pesqueira, migração e deslocamento de espécies, ocasionando ainda fragmentação de hábitats, desmatamento, erosão do solo, atividade madeireira e caça ilegais.
Gordon Keller, que tem mais de 30 anos de experiência com estradas florestais, classificou como positivos os resultados do curso e lembrou que o Serviço Florestal dos EUA tem como um de seus objetivos disseminar boas práticas florestais no mundo. “É importante que haja pessoas e organizações interessadas em conservar e manejar florestas na Amazônia. Esses conceitos de sustentabilidade precisam se espalhar”, observou.
Uma das participantes, a engenheira florestal Camila Caruso, destacou que o curso abordou questões da engenharia de construção aliadas a aspectos ambientais. A engenheira trabalha no Centro de Excelência em Engenharia de Transportes (Centran), com supervisão ambiental na BR-230 (Rodovia Transamazônica). Ela acredita que conseguirá aplicar os conhecimentos adquiridos. “Além de impactos ambientais, podemos diminuir custos de construção e manutenção. O ideal é executar bem a obra, para fazer apenas uma vez”, concluiu.
O técnico César Ferreira, que coordena o setor de infraestrutura do manejo florestal na Secretaria Estadual de Florestas do Acre, também participou do curso. Ele entende que a principal mensagem passada foi a necessidade de fazer obras pensando no longo prazo. “No Acre, as áreas onde há planos de manejo ficam distantes das principais rodovias. Por isso, é preciso qualificar o processo de construção e manutenção das vias abertas na floresta”, disse.
Segundo o diretor-adjunto do IFT, Marco Lentini, que coordenou a capacitação, há uma grande carência de mão-de-obra no Brasil para trabalhar com manejo florestal na Amazônia. Um estudo do IFT demonstra que, até 2016, seriam necessárias ao menos 15 mil pessoas treinadas na área para que a meta do governo de implantar o manejo em 13 milhões de hectares até 2016 seja atingida.
Marco Lentini ressaltou a importância da parceria entre IFT, WWF-Brasil e Serviço Florestal dos EUA para a capacitação realizada no Pará, salientando o caráter teórico-prático do treinamento. “Curso de manejo florestal não pode acontecer em sala climatizada, tem que ser feito na floresta”, avaliou.
O engenheiro florestal Maximiliano Roncoletta, representante do WWF-Brasil no curso, classificou de estratégico o treinamento, dirigido a tomadores de decisão que atuam diretamente em regiões de manejo na Amazônia. “Costuma-se enxergar como infraestrutura que impacta a região amazônica apenas as grandes obras, como rodovias e barragens. Não podemos nos esquecer das estradas rurais, que em escala de área impactam muito mais e são abertas com extrema rapidez”, afirmou.
Maximiliano Roncoletta acrescenta que o WWF-Brasil trabalha para que o Serviço Florestal Brasileiro dê atenção à questão das estradas nas licitações voltadas para as concessões florestais. “Sem que a parte de infraestrutura seja contemplada, não será possível que as áreas concessionadas sejam operadas de forma sustentável”, concluiu o engenheiro florestal.
No período entre 26 e 30 de outubro, também na Fazenda Cauaxi, capacitação semelhante é dirigida a professores universitários de cursos de engenharia florestal de várias regiões do país.
Fonte: WWF Brasil
Notícias em destaque

Agef celebra 50 anos com evento no dia 12 de julho em Lajeado
Em comemoração aos 50 anos de sua fundação, a Agef realizará o evento “A Engenharia Florestal na...
(EVENTOS)

Guia inovador para ampliar o uso inteligente de árvores de crescimento rápido
Árvores de crescimento rápido
A Comissão Internacional sobre Choupos e Outras Árvores de Crescimento Rápido...
(MADEIRA E PRODUTOS)

Exportações brasileiras de produtos madeireiros (exceto celulose e papel) diminuíram 12 por cento em valo
Em maio de 2025, as exportações brasileiras de produtos madeireiros (exceto celulose e papel) diminuíram 12% em valor em...
(MERCADO)

Suzano e SEST/SENAT impulsionam qualificação profissional e geração de empregos no setor florestal em Três Lagoas (MS)
Programa Escola de Motoristas já formou 57 motoristas, dos(as) quais 47,37% foram contratados pelas operações florestais da...
(GERAL)

As exportações de madeira da Malásia podem ganhar vantagem competitiva nos EUA?
As exportações de madeira da Malásia podem ganhar vantagem competitiva no mercado americano devido às tarifas mais...
(INTERNACIONAL)

Onde está localizada a maior árvore do mundo? Sua altura supera a do Cristo Redentor
Com um tamanho gigantesco, essas árvores podem ser consideradas verdadeiros arranha-céus verdes. Algumas delas têm o dobro da...
(GERAL)