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Notícias
27
out
2009
(DESMATAMENTO)
Congresso Mundial de Florestas declara apoio ao REDD
Em mensagem dirigida à COP15, o comitê organizador ressalta preocupações com as mudanças climáticas e apóia o pagamento por desmatamento evitado, porém recebe críticas de ambientalistas sobre o incentivo a florestas plantadas.
O XIII Congresso Mundial de Florestas encerrou nesta sexta-feira (23) em Buenos Aires expondo preocupação com os efeitos das mudanças climáticas sobre as matas e declarando apoio ao mecanismo de Redução de Emissões do Desmatamento e Degradação (REDD).
“As florestas contribuem positivamente para o balanço global de carbono. Manter alto os estoques de carbono através da redução do desmatamento e degradação florestal e promovendo o manejo sustentável de todos os tipos de florestas, incluindo conservação da biodiversidade, proteção das matas e restauração, deve estar entre as mais altas prioridades do setor florestal”, declarou o Comitê organizador em uma mensagem dirigida à Conferência de Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP15), que será realizada em dezembro em Copenhague.
Segundo Tiina Vahenen, do Secretariado de REDD das Nações Unidas, o desmatamento é responsável por 17,4% das emissões de gases do efeito estufa. “Isto representa 5,86 bilhões de toneladas de dióxido de carbono, o mesmo emitido pelos Estados Unidos ou China por ano”, afirmou Tiina.
No Canadá, o aumento das temperaturas causou a proliferação dos escaravelhos de pinheiros de montanha. O diretor da Associação de Produtos Florestais do Canadá, Avrim Lazar, explicou que o inseto provocou a devastação de grandes extensões de florestas e levou a graves perdas nos últimos anos, deixando sem emprego cerca de 25 mil famílias.
Para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, o comitê recomendou a COP15 a criação de novas propostas para melhorar a absorção do carbono utilizando as florestas e o ordenamento florestal e o reforço no apoio a pesquisas sobre a adaptação às mudanças climáticas e suas repercussões nos ecossistemas, nas economias e na sociedade.
"Se pudermos plantar mais florestas, nosso planeta está garantido”, disse o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Argentina, Homero Bibiloni.
Nas conclusões finais, o Comitê organizador destacou ainda o papel das florestas além do carbono. “Elas abrigam dois terços de toda a biodiversidade terrestre e geram serviços e bens ambientais críticos, como água, comida e renda de mais de cinco mil produtos florestais comerciais”.
Para o gerente do Programa de Florestas da WWF, Gerald Steindlegger, faltou fazer um chamado real por fundos para conservar as florestas. “Sabemos que isso será uma questão central em Copenhague”, comentou.
Críticas
Grupos de defesa dos direitos indígenas e ambientalistas como o Movimento Mundial de Florestas Tropicais (World Rainforest Movement), porém, criticaram o uso de florestas plantadas como forma de mitigar as mudanças climáticas.
“A questão das ‘florestas plantadas’ é uma das nossas maiores preocupações porque o que chamam de ‘florestas’ – na verdade monoculturas de árvores – impactam fortemente a vida das pessoas locais e ambientes de todo o mundo”, diz o grupo em um manifesto publicado em seu website.
Entre os impactos estariam à perda de biodiversidade, mudanças no ciclo da água (resultando em diminuição ou depredação dos recursos hídricos) e conflitos entre empresas florestais sobre a propriedade das terras em territórios indígenas e em comunidades tradicionais.
Alguns dias antes da abertura do Congresso, Andrey Laletin, presidente em exercício da Coalizão Global de Florestas (GFC, na sigla em inglês) renunciou como membro do Comitê Organizador, reclamando da falta de participação de pessoas indígenas e ONGs do hemisfério sul entre os principais palestrantes.
O GFC é contra o pagamento pelo desmatamento evitado como forma de mitigar as mudanças climáticas. Simone Lovera, coordenadora administrativa do GFC, diz que a maior preocupação com relação ao REDD é que ele não levará a uma queda permanente das emissões de carbono, especialmente se for financiado através de compensações de carbono.
“As mudanças climáticas são a principal ameaça as florestas e as pessoas dependentes dela, então as ONGs que realmente se importam com as florestas são muito céticas quanto ao REDD. Nós precisamos reduzir o desmatamento, mas não como uma compensação para aumentar as emissões”, disse Simone.
O XIII Congresso Mundial de Florestas encerrou nesta sexta-feira (23) em Buenos Aires expondo preocupação com os efeitos das mudanças climáticas sobre as matas e declarando apoio ao mecanismo de Redução de Emissões do Desmatamento e Degradação (REDD).
“As florestas contribuem positivamente para o balanço global de carbono. Manter alto os estoques de carbono através da redução do desmatamento e degradação florestal e promovendo o manejo sustentável de todos os tipos de florestas, incluindo conservação da biodiversidade, proteção das matas e restauração, deve estar entre as mais altas prioridades do setor florestal”, declarou o Comitê organizador em uma mensagem dirigida à Conferência de Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP15), que será realizada em dezembro em Copenhague.
Segundo Tiina Vahenen, do Secretariado de REDD das Nações Unidas, o desmatamento é responsável por 17,4% das emissões de gases do efeito estufa. “Isto representa 5,86 bilhões de toneladas de dióxido de carbono, o mesmo emitido pelos Estados Unidos ou China por ano”, afirmou Tiina.
No Canadá, o aumento das temperaturas causou a proliferação dos escaravelhos de pinheiros de montanha. O diretor da Associação de Produtos Florestais do Canadá, Avrim Lazar, explicou que o inseto provocou a devastação de grandes extensões de florestas e levou a graves perdas nos últimos anos, deixando sem emprego cerca de 25 mil famílias.
Para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, o comitê recomendou a COP15 a criação de novas propostas para melhorar a absorção do carbono utilizando as florestas e o ordenamento florestal e o reforço no apoio a pesquisas sobre a adaptação às mudanças climáticas e suas repercussões nos ecossistemas, nas economias e na sociedade.
"Se pudermos plantar mais florestas, nosso planeta está garantido”, disse o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Argentina, Homero Bibiloni.
Nas conclusões finais, o Comitê organizador destacou ainda o papel das florestas além do carbono. “Elas abrigam dois terços de toda a biodiversidade terrestre e geram serviços e bens ambientais críticos, como água, comida e renda de mais de cinco mil produtos florestais comerciais”.
Para o gerente do Programa de Florestas da WWF, Gerald Steindlegger, faltou fazer um chamado real por fundos para conservar as florestas. “Sabemos que isso será uma questão central em Copenhague”, comentou.
Críticas
Grupos de defesa dos direitos indígenas e ambientalistas como o Movimento Mundial de Florestas Tropicais (World Rainforest Movement), porém, criticaram o uso de florestas plantadas como forma de mitigar as mudanças climáticas.
“A questão das ‘florestas plantadas’ é uma das nossas maiores preocupações porque o que chamam de ‘florestas’ – na verdade monoculturas de árvores – impactam fortemente a vida das pessoas locais e ambientes de todo o mundo”, diz o grupo em um manifesto publicado em seu website.
Entre os impactos estariam à perda de biodiversidade, mudanças no ciclo da água (resultando em diminuição ou depredação dos recursos hídricos) e conflitos entre empresas florestais sobre a propriedade das terras em territórios indígenas e em comunidades tradicionais.
Alguns dias antes da abertura do Congresso, Andrey Laletin, presidente em exercício da Coalizão Global de Florestas (GFC, na sigla em inglês) renunciou como membro do Comitê Organizador, reclamando da falta de participação de pessoas indígenas e ONGs do hemisfério sul entre os principais palestrantes.
O GFC é contra o pagamento pelo desmatamento evitado como forma de mitigar as mudanças climáticas. Simone Lovera, coordenadora administrativa do GFC, diz que a maior preocupação com relação ao REDD é que ele não levará a uma queda permanente das emissões de carbono, especialmente se for financiado através de compensações de carbono.
“As mudanças climáticas são a principal ameaça as florestas e as pessoas dependentes dela, então as ONGs que realmente se importam com as florestas são muito céticas quanto ao REDD. Nós precisamos reduzir o desmatamento, mas não como uma compensação para aumentar as emissões”, disse Simone.
Fonte: Carbono Brasil
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