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Notícias
26
out
2009
(DESMATAMENTO)
Stephanes prepara programa de 'desmatamento zero' para pecuária
Em 2010, bois não poderão ser criados em desmatamentos novos no PA. Controle usará imagens de satélites, mas não será integrado ao Ibama.
A partir de janeiro de 2010, pecuaristas do Pará que desmatarem para criar gado não poderão mais exportar ou vender para frigoríficos. Essa é a meta do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que está preparando um controle eletrônico baseado em imagens de satélite para impedir a criação de gado em áreas desmatadas a partir do ano que vem.
Em entrevista exclusiva ao Globo Amazônia, Stephanes disse que não é mais necessário abrir novos pastos na Amazônia. “Temos áreas suficientes e mal utilizadas. Não há nenhuma razão de qualquer pecuarista reclamar que estamos restringindo a produção”.

Ibama apreende bois em área de proteção ambiental. Pecuária é considerada por ambientalistas a principal atividade responsável pelo desmatamento da Amazônia.
Para rastrear o gado, o ministério pretende criar um controle eletrônico, acompanhando a produção de cada fazenda. As propriedades serão georreferenciadas (terão seus limites medidos eletronicamente) e monitoradas por satélites. Caso haja desmatamento, o sistema irá bloquear a fazenda, impedindo o transporte e venda do gado.
O programa começará em janeiro de 2010, com 14 mil fazendas cadastradas nas regiões oeste e leste do Pará. Em um ano, o ministério pretende acompanhar toda a produção bovina do estado e, a partir de 2011, expandir o programa para todo o bioma amazônico. Até o final do ano que vem, está previsto o investimento de R$ 1,5 milhão no projeto.
Segundo o ministro, o sistema não prevê integração com outros cadastros federais, como a lista das áreas embargadas pelo Ibama, o cadastro de propriedades rurais do Incra ou a relação dos empregadores que utilizaram mão de obra semelhante à escravidão, do Ministério do Trabalho.
A falta de “conversa” entre os sistemas expõe a visão diferente dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente em relação às ações de preservação na Amazônia. “O [Ministério do] Meio Ambiente pega a televisão e vai caçar ‘boi pirata’. Ora, isso não resolve nada. Eu quero uma coisa que seja instrumentalizada, efetiva, que acabe com o desmatamento. E não é caçando ‘boi pirata’ que se vai fazer isso. Isso [a ação do Ministério do Meio Ambiente] é midiático”.
Por meio de sua assessoria de Imprensa, o Ministério do Meio Ambiente negou que as ações contra ‘bois piratas’ sejam midiáticas, argumentando que centenas de bois foram doados na última semana ao programa Fome Zero, e que há milhares de pecuaristas tirando gado de parques e reservas com medo de seus bois serem apreendidos.
Confira, abaixo, os principais trechos da conversa com Reinhold Stephanes:
Globo Amazônia - Não seria interessante que o novo sistema excluísse as áreas embargadas pelo Ibama e fazendas que estão no cadastro de empregadores que utilizaram mão-de-obra análoga à escravidão?
Reinhold Stephanes - É outra coisa. O meu projeto chama-se ‘Desmatamento zero em função do avanço da pecuária’. Como nós já temos o desmatamento zero em função da soja – a moratória da soja – agora eu quero resolver essa parte mais complexa, já que a pecuária sempre foi o grande vilão. Quero o desmatamento zero. Os outros tipos de crime não são comigo.
Também não será verificada a titularidade da terra no Incra?
O problema é que não se derrube árvore. Se ele é o dono da terra ou não é, isso é outro departamento. É evidente que, se ele estiver ilegalmente na área, isso tem que ser comunicado, mas o meu projeto é o que o Brasil quer, e que o mundo quer, é que não se derrube mais árvores no bioma amazônico.
A sanção para quem abrir novas áreas vai ser o cancelamento da autorização para venda e transporte, mesmo que a pessoa tenha direito de desmatar?
Sim, independentemente dele [o produtor] ter direito a desmatar. Todos estão de acordo com isso. O produtor quer isso, os frigoríficos querem isso, os exportadores, todos querem isso. Se eles não agirem dessa forma, uma hora os bons vão pagar pelos ruins.
A partir de janeiro de 2010, pecuaristas do Pará que desmatarem para criar gado não poderão mais exportar ou vender para frigoríficos. Essa é a meta do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que está preparando um controle eletrônico baseado em imagens de satélite para impedir a criação de gado em áreas desmatadas a partir do ano que vem.
Em entrevista exclusiva ao Globo Amazônia, Stephanes disse que não é mais necessário abrir novos pastos na Amazônia. “Temos áreas suficientes e mal utilizadas. Não há nenhuma razão de qualquer pecuarista reclamar que estamos restringindo a produção”.

Para rastrear o gado, o ministério pretende criar um controle eletrônico, acompanhando a produção de cada fazenda. As propriedades serão georreferenciadas (terão seus limites medidos eletronicamente) e monitoradas por satélites. Caso haja desmatamento, o sistema irá bloquear a fazenda, impedindo o transporte e venda do gado.
O programa começará em janeiro de 2010, com 14 mil fazendas cadastradas nas regiões oeste e leste do Pará. Em um ano, o ministério pretende acompanhar toda a produção bovina do estado e, a partir de 2011, expandir o programa para todo o bioma amazônico. Até o final do ano que vem, está previsto o investimento de R$ 1,5 milhão no projeto.
Segundo o ministro, o sistema não prevê integração com outros cadastros federais, como a lista das áreas embargadas pelo Ibama, o cadastro de propriedades rurais do Incra ou a relação dos empregadores que utilizaram mão de obra semelhante à escravidão, do Ministério do Trabalho.
A falta de “conversa” entre os sistemas expõe a visão diferente dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente em relação às ações de preservação na Amazônia. “O [Ministério do] Meio Ambiente pega a televisão e vai caçar ‘boi pirata’. Ora, isso não resolve nada. Eu quero uma coisa que seja instrumentalizada, efetiva, que acabe com o desmatamento. E não é caçando ‘boi pirata’ que se vai fazer isso. Isso [a ação do Ministério do Meio Ambiente] é midiático”.
Por meio de sua assessoria de Imprensa, o Ministério do Meio Ambiente negou que as ações contra ‘bois piratas’ sejam midiáticas, argumentando que centenas de bois foram doados na última semana ao programa Fome Zero, e que há milhares de pecuaristas tirando gado de parques e reservas com medo de seus bois serem apreendidos.
Confira, abaixo, os principais trechos da conversa com Reinhold Stephanes:
Globo Amazônia - Não seria interessante que o novo sistema excluísse as áreas embargadas pelo Ibama e fazendas que estão no cadastro de empregadores que utilizaram mão-de-obra análoga à escravidão?
Reinhold Stephanes - É outra coisa. O meu projeto chama-se ‘Desmatamento zero em função do avanço da pecuária’. Como nós já temos o desmatamento zero em função da soja – a moratória da soja – agora eu quero resolver essa parte mais complexa, já que a pecuária sempre foi o grande vilão. Quero o desmatamento zero. Os outros tipos de crime não são comigo.
Também não será verificada a titularidade da terra no Incra?
O problema é que não se derrube árvore. Se ele é o dono da terra ou não é, isso é outro departamento. É evidente que, se ele estiver ilegalmente na área, isso tem que ser comunicado, mas o meu projeto é o que o Brasil quer, e que o mundo quer, é que não se derrube mais árvores no bioma amazônico.
A sanção para quem abrir novas áreas vai ser o cancelamento da autorização para venda e transporte, mesmo que a pessoa tenha direito de desmatar?
Sim, independentemente dele [o produtor] ter direito a desmatar. Todos estão de acordo com isso. O produtor quer isso, os frigoríficos querem isso, os exportadores, todos querem isso. Se eles não agirem dessa forma, uma hora os bons vão pagar pelos ruins.
Fonte: Globo Amazônia
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