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Notícias

22
out
2009
(AQUECIMENTO GLOBAL)
Instituto Ethos participa de Fórum de Lideranças em Mudanças Climáticas da ONU
A mobilização das lideranças empresariais de todo o mundo vem crescendo intensamente com a aproximação da COP-15, a Conferência de Copenhague, que acontece em dezembro. Recentemente, cerca de 300 lideranças empresariais globais reuniram-se em Nova York, juntamente com mais de 50 chefes de governo ou de Estado, lideranças da sociedade civil e chefes das agências da ONU para manifestar seu interesse em participar de maneira expressiva das negociações para o acordo esperado para a conferência.

O encontro, que contou com a participação do presidente do Instituto Ethos, Ricardo Young, aconteceu paralelamente à reunião anual da Assembléia Geral das Nações Unidas e ao Encontro sobre Mudanças Climáticas da organização, demonstrando explicitamente que o setor privado já está atuando no sentido de mudar para uma economia de baixo carbono e considera vital que um acordo seja fechado em Copenhague.

A iniciativa do Ethos, juntamente com a Vale e o Fórum Amazônia Sustentável, que resultou na elaboração da Carta Aberta ao Brasil sobre Mudanças Climáticas, assinada por 22 empresas e apresentada no encontro, foi reconhecida como um exemplo a ser seguido. O documento traz uma série de compromissos voluntários das empresas signatárias com os esforços para a redução dos impactos das mudanças climáticas. Apresenta também várias propostas ao governo federal relacionadas à sua posição na COP 15 e ao estabelecimento, em âmbito nacional, de "um sistema estável e previsível de governança para as questões de mudanças climáticas".

Falando na coletiva de imprensa realizada após o encontro, o ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, disse que “fechar um novo pacto pode ser um desafio desencorajador, mas não é impossível”. Al Gore, que recebeu o prêmio Nobel da Paz de 2007, disse que o “envolvimento pessoal dos chefes de Estado pode ser crucial para vencer o atual impasse nas negociações do acordo que sucederá o Protocolo de Kyoto, o qual expira em 2012, e conclamou todos os participantes do encontro a avançar em uma proposta concreta para o financiamento de adaptação e transferência de tecnologias.

Leia a seguir a íntegra da declaração que resultou do encontro.

Fórum de Lideranças sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas
22 de setembro de 2009, Nações Unidas, Nova York

Declaração de Empresas, Investidores e Sociedade Civil aos Governos

O mundo vive um momento crítico. Os governos devem, o quanto antes, tomar medidas coletivas para lidar com a questão das mudanças climáticas. A inação poderá resultar em danos catastróficos para o nosso planeta, para as pessoas e para o mercado global. Avanços futuros em integração global, geração de riqueza, redução da pobreza e construção da paz irão depender, acima de tudo, da nossa capacidade de enfrentar esse desafio. Nós, líderes empresariais, comunidade de investidores e sociedade civil, nos unimos no Fórum de Lideranças sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas para transmitir aos chefes de Estado e de governo nosso apoio explícito à negociação de um acordo global sobre mudanças climáticas equilibrado e efetivo. Nossa chamada à ação é baseada nas seguintes razões:

As mudanças climáticas são o teste para as lideranças do século XXI. Um acordo efetivo sobre mudanças climáticas vai exigir uma nova forma de liderança. As decisões e ações certas não chegarão facilmente e a resistência é grande. Líderes responsáveis pelas principais decisões devem dar seu apoio comprometido e incondicional a um acordo global. Assim como as empresas tiveram que mudar seus paradigmas como conseqüência da crise econômica mundial, os governos estão sendo convocados a priorizar a sustentabilidade de longo prazo sobre as políticas de curto prazo.

O futuro do mercado global é incerto. Um acordo global sobre o clima e um preço adequado para o carbono ajudarão a manter um mercado global baseado na abertura e na concorrência. São necessários mercados fortes para disseminar soluções para as questões climáticas. Por outro lado, o insucesso do acordo poderia resultar em tensões comerciais e distorções competitivas que não somente ameaçariam os pilares da economia mundial como também qualquer avanço futuro no desenvolvimento socioeconômico sustentável.

Uma ação climática efetiva pode desencadear uma era de prosperidade sustentável. É indiscutível que o custo da inação será muito maior do que tratar a questão das mudanças climáticas agora. A transição para uma economia de baixa produção e consumo de carbono representa uma imensa oportunidade de geração de valor. Ao reorganizar a economia global nesse sentido, oportunidades surgirão em novos mercados, produtos e setores. Somente com segurança regulatória uma máquina de crescimento verde poderá emergir e gerar inovação, impulsionar investimentos globais maciços e aumentar a eficiência, permitindo que as abordagens de mitigação e adaptação climáticas atinjam larga escala. Contudo, a ausência de um acordo mundial sobre mudanças climáticas e de uma clara precificação do carbono minará os investimentos e projetos existentes e gerará mais custos para os negócios.

A transformação é possível e viável. As empresas já obtiveram um progresso significativo na identificação e inovação de soluções para adaptação e mitigação do clima. Os investidores estão trazendo de maneira efetiva as mudanças climáticas para seu processo decisório. A transição para uma economia de baixo carbono está bem ao alcance. Agora são necessários os incentivos corretos e segurança regulatória.

A ação climática faz parte da segurança humana. Cada um de nós tem a obrigação de priorizar as mudanças climáticas. Elas não são um fenômeno isolado. Estão intimamente vinculadas a uma série de temas cruciais de segurança relacionados com alimentos, água, saúde, pobreza, migração, deslocamento e energia, entre outros. Todos nós – líderes empresariais, investidores, consumidores e cidadãos – temos de adaptar nosso sistema de valores a essa realidade. Acima de tudo, líderes mundiais de todas as nações são chamados a dar o exemplo, aprovando um acordo em mudanças climáticas ambicioso, que proteja o futuro do planeta e das pessoas.

Fonte: Envolverde/Instituto Ethos

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