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Notícias
14
out
2009
(MADEIRA E PRODUTOS)
Uso da madeira na construção civil: a verdade
Matéria veiculada pelo Painel Florestal, postada no dia 2 de outubro no portal sob o título “A madeira na construção sustentável”, de autoria da arquiteta Maria Clara Giannelli Feitosa, contém afirmações tecnicamente equivocadas sobre o uso da madeira na construção civil.
Algumas dessas incorreções chegam a resvalar para o preconceito em relação à madeira, um material construtivo ecológico, renovável e de excelente desempenho. Por isso consideramos de grande relevância o esclarecimento dos seguintes pontos no referido artigo:
Construção ecológica
Sem qualquer viés de romantismo, a árvore é a única fábrica não poluente do mundo. Para produzir madeira, consome CO2 – um gás de efeito estufa – além de ser o material de engenharia de menor consumo energético no processo produtivo. Suas emissões são do mais puro oxigênio. No caso das madeiras cultivadas – eucalipto e pinus – trata-se de recursos naturais renováveis de ciclo curto. Madeira de reflorestamento é o único material de engenharia reposto pela natureza, ao contrário dos demais que caracterizam atividade extrativista. Tratada, essa madeira vira estoque estável e durável de CO2. Por isso madeira é, sim, material construtivo ao mesmo tempo sustentável e ecológico.
Certificação
A utilização correta da madeira nativa deverá , sempre, ser acompanhada de certificados de origem, comprovando que a colheita é feita em áreas de manejo sustentado.
Mitos do eucalipto
O boletim IPEF Notícias, na edição de julho/agosto de 2009, publicou matéria intitulada “Relação água-eucalipto: mais conhecimento, mais esclarecimentos”. Nela, relatam-se dados de estudo do professor Alexandro Gomes Facco, parte de seu trabalho de doutorado na Universidade Federal de Viçosa, intitulado “Modelagem do balanço hídrico em microbacia hidrográfica com plantio d eucalipto”. A conclusão é de que “na região estudada, o eucalipto não seca o solo. Pois houve excedente (de água) de 414,0mm/ano (correspondente a 31,8% da chuva incidente). Este excedente não utilizado pelas plantas ao longo do ano foi utilizado para reabastecer o curso d’água.” O documento também informa que a variação máxima da vazão do riacho foi de 8%, indicando que o sistema de reabastecimento estava bem regulado.
O plantio florestal não é feito em áreas de florestas nativas, o que exigiria a sua remoção. Ao contrário, ajuda a diminuir a pressão sobre elas. Plantios de eucalipto e pinus são realizados em áreas que já foram exploradas intensamente por outras atividades, como a pecuária, e agregam o benefício da recuperação parcial dessas áreas, inclusive com diversidade biológica; pássaros, por exemplo.
Estratégias de sobrevivência
De fato, não existem monoculturas naturais. No entanto, áreas de monocultura como os plantios de vegetais destinados à alimentação humana – por exemplo, soja, milho, cana-de-açúcar, café, pastagens, entre outras – sem as quais os sistemas produtivos em todo o mundo não existiriam, são necessários à sobrevivência de nossa espécie e contam com tecnologia apropriada.
Madeira sem desperdícios
Não é a idade de uma árvore o único fator determinante da durabilidade. As espécies de reflorestamento são aproveitadas na sua totalidade. Inclusive o alburno que, independente da idade, é sempre de baixa resistência natural aos deterioradores. O aproveitamento total e racional da madeira é fundamental para a conservação das matas nativas. Contribui para a redução da demanda, uma vez que madeiras de reflorestamento tratadas são alternativas de qualidade reconhecida mundialmente.
Tecnologia moderna e segura
Os elementos químicos são parte de formulações que, uma vez dentro da madeira promovem reações de fixação com os elementos celulósicos que os tornam estáveis e, assim, seguros ao uso e manuseio. Além disso, existem formulações inovadoras, já disponíveis e registradas no Brasil, que denotam a capacidade de desenvolvimento do setor de preservação de madeiras no País. A preservação de madeiras nacional evolui, em sintonia com outros países tecnologicamente avançados no setor, de maneira amigável em relação ao Homem e ao ambiente.
Uso de eucalipto
Nem todo cerne de eucalipto é imune ao ataque de biodeterioradores. Por isso é recomendável a leitura de alguns artigos amplamente divulgados pelo setor da preservação de madeira, onde há informações importantes quanto à arquitetura brasileira no tocante ao “Sistema de Categoria de Uso”. Este sistema é ferramenta indispensável aos profissionais comprometidos com a construção baseada em técnica e conceitos de sustentabilidade. A Associação Brasileira de Preservadores de Madeira disponibilizará informação para os interessados que enviarem e-mail para info@abpm.com.br.
Madeiras alternativas
Espécies nativas pouco conhecidas não são, necessariamente, boas alternativas às madeiras nativas sob forte demanda. Se elas ainda não sofrem pressão comercial, estão apenas temporariamente livres do risco de extinção. Mesmo se tratando de madeiras pouco conhecidas, os conceitos de sustentabilidade estarão comprometidos, pois a natureza dificilmente fará a reposição dessas espécies na mesma medida da demanda. Ferramentas como o guia “Madeira, Uso Sustentável na Construção Civil”, disponibilizado pelo IPT, são muito relevantes e comprovam este ponto de vista.
Permanecemos à disposição para eventuais esclarecimentos adicionais.
ABPM – Associação Brasileira de Preservadores de Madeira.
Algumas dessas incorreções chegam a resvalar para o preconceito em relação à madeira, um material construtivo ecológico, renovável e de excelente desempenho. Por isso consideramos de grande relevância o esclarecimento dos seguintes pontos no referido artigo:
Construção ecológica
Sem qualquer viés de romantismo, a árvore é a única fábrica não poluente do mundo. Para produzir madeira, consome CO2 – um gás de efeito estufa – além de ser o material de engenharia de menor consumo energético no processo produtivo. Suas emissões são do mais puro oxigênio. No caso das madeiras cultivadas – eucalipto e pinus – trata-se de recursos naturais renováveis de ciclo curto. Madeira de reflorestamento é o único material de engenharia reposto pela natureza, ao contrário dos demais que caracterizam atividade extrativista. Tratada, essa madeira vira estoque estável e durável de CO2. Por isso madeira é, sim, material construtivo ao mesmo tempo sustentável e ecológico.
Certificação
A utilização correta da madeira nativa deverá , sempre, ser acompanhada de certificados de origem, comprovando que a colheita é feita em áreas de manejo sustentado.
Mitos do eucalipto
O boletim IPEF Notícias, na edição de julho/agosto de 2009, publicou matéria intitulada “Relação água-eucalipto: mais conhecimento, mais esclarecimentos”. Nela, relatam-se dados de estudo do professor Alexandro Gomes Facco, parte de seu trabalho de doutorado na Universidade Federal de Viçosa, intitulado “Modelagem do balanço hídrico em microbacia hidrográfica com plantio d eucalipto”. A conclusão é de que “na região estudada, o eucalipto não seca o solo. Pois houve excedente (de água) de 414,0mm/ano (correspondente a 31,8% da chuva incidente). Este excedente não utilizado pelas plantas ao longo do ano foi utilizado para reabastecer o curso d’água.” O documento também informa que a variação máxima da vazão do riacho foi de 8%, indicando que o sistema de reabastecimento estava bem regulado.
O plantio florestal não é feito em áreas de florestas nativas, o que exigiria a sua remoção. Ao contrário, ajuda a diminuir a pressão sobre elas. Plantios de eucalipto e pinus são realizados em áreas que já foram exploradas intensamente por outras atividades, como a pecuária, e agregam o benefício da recuperação parcial dessas áreas, inclusive com diversidade biológica; pássaros, por exemplo.
Estratégias de sobrevivência
De fato, não existem monoculturas naturais. No entanto, áreas de monocultura como os plantios de vegetais destinados à alimentação humana – por exemplo, soja, milho, cana-de-açúcar, café, pastagens, entre outras – sem as quais os sistemas produtivos em todo o mundo não existiriam, são necessários à sobrevivência de nossa espécie e contam com tecnologia apropriada.
Madeira sem desperdícios
Não é a idade de uma árvore o único fator determinante da durabilidade. As espécies de reflorestamento são aproveitadas na sua totalidade. Inclusive o alburno que, independente da idade, é sempre de baixa resistência natural aos deterioradores. O aproveitamento total e racional da madeira é fundamental para a conservação das matas nativas. Contribui para a redução da demanda, uma vez que madeiras de reflorestamento tratadas são alternativas de qualidade reconhecida mundialmente.
Tecnologia moderna e segura
Os elementos químicos são parte de formulações que, uma vez dentro da madeira promovem reações de fixação com os elementos celulósicos que os tornam estáveis e, assim, seguros ao uso e manuseio. Além disso, existem formulações inovadoras, já disponíveis e registradas no Brasil, que denotam a capacidade de desenvolvimento do setor de preservação de madeiras no País. A preservação de madeiras nacional evolui, em sintonia com outros países tecnologicamente avançados no setor, de maneira amigável em relação ao Homem e ao ambiente.
Uso de eucalipto
Nem todo cerne de eucalipto é imune ao ataque de biodeterioradores. Por isso é recomendável a leitura de alguns artigos amplamente divulgados pelo setor da preservação de madeira, onde há informações importantes quanto à arquitetura brasileira no tocante ao “Sistema de Categoria de Uso”. Este sistema é ferramenta indispensável aos profissionais comprometidos com a construção baseada em técnica e conceitos de sustentabilidade. A Associação Brasileira de Preservadores de Madeira disponibilizará informação para os interessados que enviarem e-mail para info@abpm.com.br.
Madeiras alternativas
Espécies nativas pouco conhecidas não são, necessariamente, boas alternativas às madeiras nativas sob forte demanda. Se elas ainda não sofrem pressão comercial, estão apenas temporariamente livres do risco de extinção. Mesmo se tratando de madeiras pouco conhecidas, os conceitos de sustentabilidade estarão comprometidos, pois a natureza dificilmente fará a reposição dessas espécies na mesma medida da demanda. Ferramentas como o guia “Madeira, Uso Sustentável na Construção Civil”, disponibilizado pelo IPT, são muito relevantes e comprovam este ponto de vista.
Permanecemos à disposição para eventuais esclarecimentos adicionais.
ABPM – Associação Brasileira de Preservadores de Madeira.
Fonte: Painel Florestal
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