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Notícias
26
set
2009
(ECONOMIA)
Setor moveleiro quer isenção de impostos
Segundo Diaz Fernandez, o ministro Miguel Jorge (Mdic) e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, apóiam a reivindicação dos moveleiros.
O setor moveleiro brasileiro já enfrentava dificuldades antes do desencadeamento da crise internacional financeira, no segundo semestre de 2008. A preferência dos consumidores brasileiros por equipamentos eletroeletrônicos, principalmente pelo celular, desaqueceu os negócios dessa cadeia produtiva, desde o boom da telefonia móvel no País.
Ao longo da crise financeira internacional, a isenção de impostos concedida pelo Governo Federal aos produtos da linha branca (eletrodomésticos) e automóveis, também impactou os negócios dos produtores de móveis. Apesar disso, o setor praticamente não demitiu, segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Móveis (Abimóvel), José Luiz Diaz Fernandez.
No ano passado, a cadeia moveleira fechou com déficit nas vendas de -1,7%, em relação a 2007. Nos primeiros meses de 2009, perdeu tudo o que havia faturado nos primeiros oito meses de 2008, de acordo com o presidente da Abimovel. Para ele, o pior da crise passou, mas ainda há nuvens carregadas no céu.
A solução para os moveleiros seria a isenção de impostos para os produtos do setor, por um período de seis meses, assim como foi concedido pelo Governo Federal a outras cadeias produtivas. Há mais de dois anos, o setor está conversando com o governo, mas sem resultados concretos. Os empresários desejam a equalização do IPI, de 10% para 5% para móveis de madeira, estofados e de metal. Eles asseguram que a arrecadação aumentaria em R$ 100 milhões em outros tributos, durante período igual ao da isenção.
O ministro Miguel Jorge (Mdic) e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, apóiam a reivindicação dos moveleiros, segundo José Luiz. Outra saída para o setor é investir em qualificação e design próprio, conjugado com a busca de novos mercados internacionais, como os países africanos, para não depender só do eixo Estados Unidos/Europa. A seguir, a entrevista concedida pelo presidente da Abimovel à Agência Sebrae de Notícias.
ASN - O pior da crise financeira internacional passou, assim como seu impacto nos negócios do setor moveleiro?
José Luiz - Não acho que a crise acabou, digamos que diminuiu sua intensidade. O grande temporal passou, mas há ainda nuvens carregadas e chuvas esparsas. A vida inteira convivemos e ouvimos falar em crise. Essa palavra não assusta o brasileiro como os estrangeiros. Acostumamos com crises mais ou menos intensas. A realidade será outra, de agora em diante. No nosso setor significará que teremos de buscar novos mercados e investir em qualificação e design próprio.
ASN - Na sua opinião, por que o Brasil foi poupado de maiores conseqüências negativas?
José Luiz - O Brasil estava preparado e economicamente muito forte, devido às medidas do governo anterior, continuadas pelo atual governo. Por esse motivo, estamos em melhores condições para enfrentar crises.
ASN - Qual é o seu conselho para os empresários da cadeia moveleira?
José Luiz - Temos que desenvolver nossos próprios produtos, com design próprio e a marca Brasil, pois dispomos de muitos tipos de madeiras. Inovação é a palavra para o momento atual. Temos que sair para novos mercados, não depender do eixo Estados Unidos /Europa. Temos mercados muito importantes a serem explorados na África, por exemplo. Também temos que participar de eventos setorizados e não só de eventos do nosso setor. Precisamos estar presentes em feiras especializadas em escritórios, cozinhas, decoração, entre outras.
ASN - Quais são os grandes desafios do setor moveleiro?
José Luiz - Continuamos enfrentando um problema muito sério, que são as isenções de impostos para os produtos da linha branca (geladeiras, máquinas de lavar, etc) e automóveis. Os móveis ficaram prejudicados. As campanhas de isenção são muito fortes. O dinheiro está sendo sugado pelo setor automobilístico. O consumidor compra menos móveis.
ASN - Qual seria a solução? Sensibilizar o governo para conceder isenção de impostos para os móveis, também?
José Luiz - Há mais de dois anos estamos conversando com o governo sem repercussão nenhuma. Gostaríamos que houvesse a equalização do IPI, de 10% para 5%, para os produtos do nosso setor, ou seja, móveis de madeira, estofados e de metal. Nos últimos 90 dias estamos negociando a isenção total de IPI para móveis e matéria-prima (chapas) por um período de seis meses. Com isso, aumentaríamos a arrecadação de outros impostos em R$ 100 milhões, durante seis meses. O governo está estudando essa proposta, que se encontra no Ministério da Fazenda. O ministro Miguel Jorge, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, são aliados dessa causa, pois viram viabilidade técnica na nossa proposta. Nosso quadro de pessoal ficou estável, no último ano, apesar de tudo. Fizemos poucas demissões. O setor moveleiro não cresceu em 2009, mas praticamente não demitiu.
ASN - Como anda a expectativa dos empresários moveleiros para 2010?
José Luiz - Esperamos que os negócios comecem a melhorar, agora neste final de ano. O resultado do Salão do Móvel, realizado em agosto na capital paulista, foi muito positivo. Vendemos R$ 350 milhões para os mercados interno e externo. O salão apontou uma reação do mercado. Recebemos a visitação de todas as grandes redes varejistas do País. Acreditamos que, em 2010, teremos uma melhoria significativa nos negócios. A tempestade passou, mas agora resta fazer alguns ajustes. Nos quatro primeiros meses de 2009, perdemos o que ganhamos nos primeiros oito meses de 2008. Em setembro e outubro do ano passado, as vendas desabaram. A previsão era de que cresceríamos 7% em 2008. Fechamos o ano com decréscimo nas vendas ou -1,7%, em relação a 2007.
ASN - O fato de 2010 ser um ano eleitoral influencia o mercado moveleiro?
José Luiz - Ano eleitoral influencia, sim, o mercado de móveis, especialmente em relação ao consumo das classes sociais C, D e E. As vendas caem. Em julho, teremos Copa do Mundo, o que significa mais venda de eletrodomésticos, prejudicando nossas vendas. Copa do Mundo é bom para o setor eletroeletrônico. A estratégia é apostar no mercado internacional, aumentar a produção e a produtividade em 2010, principalmente se não conseguirmos a isenção de impostos solicitada ao governo federal.
ASN - O setor moveleiro já voltou a contratar ou recontratar os funcionários demitidos no auge da crise?
José Luiz - Ainda não voltamos a contratar. Continuamos estáveis. De certo modo é confortante, pois não crescemos, mas também não demitimos.
ASN - Qual é a lição que os empresários aprenderam com essa crise?
José Luiz - Que deve se manter sem dívidas e apostar na qualificação profissional e no design para enfrentar momentos difíceis.
O setor moveleiro brasileiro já enfrentava dificuldades antes do desencadeamento da crise internacional financeira, no segundo semestre de 2008. A preferência dos consumidores brasileiros por equipamentos eletroeletrônicos, principalmente pelo celular, desaqueceu os negócios dessa cadeia produtiva, desde o boom da telefonia móvel no País.
Ao longo da crise financeira internacional, a isenção de impostos concedida pelo Governo Federal aos produtos da linha branca (eletrodomésticos) e automóveis, também impactou os negócios dos produtores de móveis. Apesar disso, o setor praticamente não demitiu, segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Móveis (Abimóvel), José Luiz Diaz Fernandez.
No ano passado, a cadeia moveleira fechou com déficit nas vendas de -1,7%, em relação a 2007. Nos primeiros meses de 2009, perdeu tudo o que havia faturado nos primeiros oito meses de 2008, de acordo com o presidente da Abimovel. Para ele, o pior da crise passou, mas ainda há nuvens carregadas no céu.
A solução para os moveleiros seria a isenção de impostos para os produtos do setor, por um período de seis meses, assim como foi concedido pelo Governo Federal a outras cadeias produtivas. Há mais de dois anos, o setor está conversando com o governo, mas sem resultados concretos. Os empresários desejam a equalização do IPI, de 10% para 5% para móveis de madeira, estofados e de metal. Eles asseguram que a arrecadação aumentaria em R$ 100 milhões em outros tributos, durante período igual ao da isenção.
O ministro Miguel Jorge (Mdic) e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, apóiam a reivindicação dos moveleiros, segundo José Luiz. Outra saída para o setor é investir em qualificação e design próprio, conjugado com a busca de novos mercados internacionais, como os países africanos, para não depender só do eixo Estados Unidos/Europa. A seguir, a entrevista concedida pelo presidente da Abimovel à Agência Sebrae de Notícias.
ASN - O pior da crise financeira internacional passou, assim como seu impacto nos negócios do setor moveleiro?
José Luiz - Não acho que a crise acabou, digamos que diminuiu sua intensidade. O grande temporal passou, mas há ainda nuvens carregadas e chuvas esparsas. A vida inteira convivemos e ouvimos falar em crise. Essa palavra não assusta o brasileiro como os estrangeiros. Acostumamos com crises mais ou menos intensas. A realidade será outra, de agora em diante. No nosso setor significará que teremos de buscar novos mercados e investir em qualificação e design próprio.
ASN - Na sua opinião, por que o Brasil foi poupado de maiores conseqüências negativas?
José Luiz - O Brasil estava preparado e economicamente muito forte, devido às medidas do governo anterior, continuadas pelo atual governo. Por esse motivo, estamos em melhores condições para enfrentar crises.
ASN - Qual é o seu conselho para os empresários da cadeia moveleira?
José Luiz - Temos que desenvolver nossos próprios produtos, com design próprio e a marca Brasil, pois dispomos de muitos tipos de madeiras. Inovação é a palavra para o momento atual. Temos que sair para novos mercados, não depender do eixo Estados Unidos /Europa. Temos mercados muito importantes a serem explorados na África, por exemplo. Também temos que participar de eventos setorizados e não só de eventos do nosso setor. Precisamos estar presentes em feiras especializadas em escritórios, cozinhas, decoração, entre outras.
ASN - Quais são os grandes desafios do setor moveleiro?
José Luiz - Continuamos enfrentando um problema muito sério, que são as isenções de impostos para os produtos da linha branca (geladeiras, máquinas de lavar, etc) e automóveis. Os móveis ficaram prejudicados. As campanhas de isenção são muito fortes. O dinheiro está sendo sugado pelo setor automobilístico. O consumidor compra menos móveis.
ASN - Qual seria a solução? Sensibilizar o governo para conceder isenção de impostos para os móveis, também?
José Luiz - Há mais de dois anos estamos conversando com o governo sem repercussão nenhuma. Gostaríamos que houvesse a equalização do IPI, de 10% para 5%, para os produtos do nosso setor, ou seja, móveis de madeira, estofados e de metal. Nos últimos 90 dias estamos negociando a isenção total de IPI para móveis e matéria-prima (chapas) por um período de seis meses. Com isso, aumentaríamos a arrecadação de outros impostos em R$ 100 milhões, durante seis meses. O governo está estudando essa proposta, que se encontra no Ministério da Fazenda. O ministro Miguel Jorge, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, são aliados dessa causa, pois viram viabilidade técnica na nossa proposta. Nosso quadro de pessoal ficou estável, no último ano, apesar de tudo. Fizemos poucas demissões. O setor moveleiro não cresceu em 2009, mas praticamente não demitiu.
ASN - Como anda a expectativa dos empresários moveleiros para 2010?
José Luiz - Esperamos que os negócios comecem a melhorar, agora neste final de ano. O resultado do Salão do Móvel, realizado em agosto na capital paulista, foi muito positivo. Vendemos R$ 350 milhões para os mercados interno e externo. O salão apontou uma reação do mercado. Recebemos a visitação de todas as grandes redes varejistas do País. Acreditamos que, em 2010, teremos uma melhoria significativa nos negócios. A tempestade passou, mas agora resta fazer alguns ajustes. Nos quatro primeiros meses de 2009, perdemos o que ganhamos nos primeiros oito meses de 2008. Em setembro e outubro do ano passado, as vendas desabaram. A previsão era de que cresceríamos 7% em 2008. Fechamos o ano com decréscimo nas vendas ou -1,7%, em relação a 2007.
ASN - O fato de 2010 ser um ano eleitoral influencia o mercado moveleiro?
José Luiz - Ano eleitoral influencia, sim, o mercado de móveis, especialmente em relação ao consumo das classes sociais C, D e E. As vendas caem. Em julho, teremos Copa do Mundo, o que significa mais venda de eletrodomésticos, prejudicando nossas vendas. Copa do Mundo é bom para o setor eletroeletrônico. A estratégia é apostar no mercado internacional, aumentar a produção e a produtividade em 2010, principalmente se não conseguirmos a isenção de impostos solicitada ao governo federal.
ASN - O setor moveleiro já voltou a contratar ou recontratar os funcionários demitidos no auge da crise?
José Luiz - Ainda não voltamos a contratar. Continuamos estáveis. De certo modo é confortante, pois não crescemos, mas também não demitimos.
ASN - Qual é a lição que os empresários aprenderam com essa crise?
José Luiz - Que deve se manter sem dívidas e apostar na qualificação profissional e no design para enfrentar momentos difíceis.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias
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