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Notícias
24
ago
2009
(BIOENERGIA)
Congresso enfatiza importância das energias renováveis para o pós-Kioto
Com 950 inscritos, o Congresso Internacional de Bioenergia, que aconteceu em Curitiba, abordou diversos temas ligados a fontes não poluentes para a produção de energia. A definição de uma estratégia brasileira para o pós-Kioto (acordo internacional para a redução das emissões de gases do efeito estufa e combate às mudanças climáticas, vigente até 2012), foi um dos principais temas abordados pelas autoridades presentes na abertura do 4o Congresso Internacional de Bioenergia, realizada na ExpoUnimed, em Curitiba.
A disseminação do emprego de fontes de energia renováveis (solar, biomassa, eólica, hidrelétrica e geotérmica) é considerada fundamental nesse processo, por permitir a substituição de fontes que poluem a atmosfera, como petróleo e derivados. A discussão do tratado pós-Kioto ocorrerá dentro de quatro meses, em Copenhague, Dinamarca.
Segundo o presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes, que recentemente participou do fórum das 10 maiores empresas geradoras do mundo (em continuidade à reunião do G8), o Brasil tem uma posição confortável nesse campo, pois 46% de sua matriz energética (produção de eletricidade e combustíveis) vêm de fontes renováveis, enquanto que, no mundo, o índice é de 13% e, entre os países mais ricos, de apenas 7%.
Fazendo uma comparação com os grandes projetos de geração de energia realizados na década de 1970, ele afirmou que o país vive um novo momento histórico, com a disseminação de tecnologias que permitem uma produção mais limpa e menos agressiva para o meio ambiente. “O futuro da geração no Brasil está no maior emprego de renováveis e no aumento da eficiência energética, aliados à hidreletricidade, que já é muito forte no país e continuará sendo, e inovações tecnológicas, como o processo de captura e estocagem de carbono, que viabiliza, por exemplo, o carvão limpo”, afirmou, lembrando que o país, durante o governo Lula, está acrescentando 30 mil megawatts de potência instalada com novas hidrelétricas, entre grandes projetos e PCHs (pequenas centrais).
Geração distribuída
O presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, fez a palestra-magna do Congresso, abordando a geração distribuída, que é a modalidade de produção energética realizada junto ao consumo e que viabiliza a implantação de micropotenciais elétricos de fontes renováveis integrados ao sistema nacional. Segundo ele, o potencial da geração distribuída no Brasil é enorme, mas ainda pouco utilizado e pode vir a contribuir muito para suprir parte da necessidade de expansão do parque gerador brasileiro, que é de 3 mil megawatts/ano. “Hoje, as energias renováveis nesse tipo de geração ainda estão mais restritas aos consumidores livres (de grande porte), que contratam direto com os fornecedores. Na biomassa residual da agropecuária, a Copel é a única empresa que está contratando (tratam-se das unidades da Plataforma Itaipu de Energias Renováveis). No caso das PCHs, é o estado de São Paulo que está mais adiantado”.
Um importante passo para a implantação da geração distribuída no país deverá ocorrer com a aprovação do projeto de lei que tramita no Congresso Nacional. As 96 emendas deverão ser votadas na próxima semana e, por ser considerado parte da agenda positiva da Câmara e do Senado, espera-se que o projeto esteja pronto para ser apresentado no evento em Copenhague, como a política brasileira para fomentar as renováveis. A informação é do presidente da Comissão de Energias Renováveis da Câmara Federal, deputado Rodrigo Rocha Loures, que explicou o teor da lei. “A lei irá instituir um Centro Nacional de Energias Renováveis, para o desenvolvimento de tecnologias e normatização de equipamentos, além de permitir que pequenos produtores rurais, individualmente ou em cooperativas, gerem energia e vendam o excedente para as empresas do setor elétrico. Isso será possível em todas as modalidades de renováveis, como solar, biomassa residual, eólica e microhidrelétrica”, afirmou.
Sintonia
O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, destacou a sintonia entre os diversos órgãos de governo e instituições participantes do evento, como Copel, Sanepar, secretarias estaduais, ministérios e outros, que vêm permitindo o desenvolvimento de projetos inovadores como a Plataforma Itaipu de Energias Renováveis, que pôs em prática a geração distribuída no Oeste do Paraná. “Parece um paradoxo, ter o maior gerador de energia do mundo, no caso a Itaipu, promovendo o menor gerador, como a Granja Colombari. Mas não é, se olharmos para o vínculo ambiental entre os dois”, afirmou Samek.
O diretor explicou que Itaipu está localizada junto a uma área de 1,2 milhão de hectares, que concentra um dos principais polos agropecuários do país. É uma região com um rebanho de mais de um milhão de suínos e 30 milhões de aves, cujos dejetos estão contaminando os rios e indo parar no reservatório da Itaipu, formando algas e contribuindo para a pantanização do lago. “Mas esse problema é na verdade uma riqueza que está sendo desperdiçada. A biomassa residual pode ser convertida em energia e ainda gerar biofertilizante, que aumenta a produtividade nas lavouras”, acrescentou Samek.
Livro
Se todos os produtores de suínos no Brasil fizessem como o produtor José Carlos Colombari, de São Miguel do Iguaçu, a produção de energia chegaria a um terawatt/hora ano, o suficiente para abastecer uma cidade de 4,5 milhões de habitantes. Além disso, o tratamento dos dejetos, com a utilização do metano para mover motogeradores (gás que é 21 vezes mais poluente que o gás carbônico), equivaleria ao sequestro de 71,3 milhões de toneladas de gás carbônico.
Considerando o valor da tonelada de carbono sequestrado, de 9,4 euros (cotação mais baixa registrada, em função da crise financeira), o tratamento ambiental dos dejetos poderia acrescentar 651 milhões de euros à renda de produtores rurais no Brasil. E a produção de biofertilizante representaria uma recuperação de 85% do nitrogênio, 15% do fósforo e 43% do potássio previsto para a safra de grãos brasileira.
Esses e outros dados fazem parte do livro “Agroenergia da Biomassa Rsidual: perspectivas energéticas, socioeconômicas e ambientais”, lançado ao final da cerimônia de abertura, pela Itaipu Binacional e pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). A obra é de autoria do consultor José Carlos Libânio, do consultor Mauro Márcio Oliveira, do jornalista e engenheiro Maurício Galinkin e do superintendente de Energias Renováveis da Itaipu Binacional Cícero Bley.
A disseminação do emprego de fontes de energia renováveis (solar, biomassa, eólica, hidrelétrica e geotérmica) é considerada fundamental nesse processo, por permitir a substituição de fontes que poluem a atmosfera, como petróleo e derivados. A discussão do tratado pós-Kioto ocorrerá dentro de quatro meses, em Copenhague, Dinamarca.
Segundo o presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes, que recentemente participou do fórum das 10 maiores empresas geradoras do mundo (em continuidade à reunião do G8), o Brasil tem uma posição confortável nesse campo, pois 46% de sua matriz energética (produção de eletricidade e combustíveis) vêm de fontes renováveis, enquanto que, no mundo, o índice é de 13% e, entre os países mais ricos, de apenas 7%.
Fazendo uma comparação com os grandes projetos de geração de energia realizados na década de 1970, ele afirmou que o país vive um novo momento histórico, com a disseminação de tecnologias que permitem uma produção mais limpa e menos agressiva para o meio ambiente. “O futuro da geração no Brasil está no maior emprego de renováveis e no aumento da eficiência energética, aliados à hidreletricidade, que já é muito forte no país e continuará sendo, e inovações tecnológicas, como o processo de captura e estocagem de carbono, que viabiliza, por exemplo, o carvão limpo”, afirmou, lembrando que o país, durante o governo Lula, está acrescentando 30 mil megawatts de potência instalada com novas hidrelétricas, entre grandes projetos e PCHs (pequenas centrais).
Geração distribuída
O presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, fez a palestra-magna do Congresso, abordando a geração distribuída, que é a modalidade de produção energética realizada junto ao consumo e que viabiliza a implantação de micropotenciais elétricos de fontes renováveis integrados ao sistema nacional. Segundo ele, o potencial da geração distribuída no Brasil é enorme, mas ainda pouco utilizado e pode vir a contribuir muito para suprir parte da necessidade de expansão do parque gerador brasileiro, que é de 3 mil megawatts/ano. “Hoje, as energias renováveis nesse tipo de geração ainda estão mais restritas aos consumidores livres (de grande porte), que contratam direto com os fornecedores. Na biomassa residual da agropecuária, a Copel é a única empresa que está contratando (tratam-se das unidades da Plataforma Itaipu de Energias Renováveis). No caso das PCHs, é o estado de São Paulo que está mais adiantado”.
Um importante passo para a implantação da geração distribuída no país deverá ocorrer com a aprovação do projeto de lei que tramita no Congresso Nacional. As 96 emendas deverão ser votadas na próxima semana e, por ser considerado parte da agenda positiva da Câmara e do Senado, espera-se que o projeto esteja pronto para ser apresentado no evento em Copenhague, como a política brasileira para fomentar as renováveis. A informação é do presidente da Comissão de Energias Renováveis da Câmara Federal, deputado Rodrigo Rocha Loures, que explicou o teor da lei. “A lei irá instituir um Centro Nacional de Energias Renováveis, para o desenvolvimento de tecnologias e normatização de equipamentos, além de permitir que pequenos produtores rurais, individualmente ou em cooperativas, gerem energia e vendam o excedente para as empresas do setor elétrico. Isso será possível em todas as modalidades de renováveis, como solar, biomassa residual, eólica e microhidrelétrica”, afirmou.
Sintonia
O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, destacou a sintonia entre os diversos órgãos de governo e instituições participantes do evento, como Copel, Sanepar, secretarias estaduais, ministérios e outros, que vêm permitindo o desenvolvimento de projetos inovadores como a Plataforma Itaipu de Energias Renováveis, que pôs em prática a geração distribuída no Oeste do Paraná. “Parece um paradoxo, ter o maior gerador de energia do mundo, no caso a Itaipu, promovendo o menor gerador, como a Granja Colombari. Mas não é, se olharmos para o vínculo ambiental entre os dois”, afirmou Samek.
O diretor explicou que Itaipu está localizada junto a uma área de 1,2 milhão de hectares, que concentra um dos principais polos agropecuários do país. É uma região com um rebanho de mais de um milhão de suínos e 30 milhões de aves, cujos dejetos estão contaminando os rios e indo parar no reservatório da Itaipu, formando algas e contribuindo para a pantanização do lago. “Mas esse problema é na verdade uma riqueza que está sendo desperdiçada. A biomassa residual pode ser convertida em energia e ainda gerar biofertilizante, que aumenta a produtividade nas lavouras”, acrescentou Samek.
Livro
Se todos os produtores de suínos no Brasil fizessem como o produtor José Carlos Colombari, de São Miguel do Iguaçu, a produção de energia chegaria a um terawatt/hora ano, o suficiente para abastecer uma cidade de 4,5 milhões de habitantes. Além disso, o tratamento dos dejetos, com a utilização do metano para mover motogeradores (gás que é 21 vezes mais poluente que o gás carbônico), equivaleria ao sequestro de 71,3 milhões de toneladas de gás carbônico.
Considerando o valor da tonelada de carbono sequestrado, de 9,4 euros (cotação mais baixa registrada, em função da crise financeira), o tratamento ambiental dos dejetos poderia acrescentar 651 milhões de euros à renda de produtores rurais no Brasil. E a produção de biofertilizante representaria uma recuperação de 85% do nitrogênio, 15% do fósforo e 43% do potássio previsto para a safra de grãos brasileira.
Esses e outros dados fazem parte do livro “Agroenergia da Biomassa Rsidual: perspectivas energéticas, socioeconômicas e ambientais”, lançado ao final da cerimônia de abertura, pela Itaipu Binacional e pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). A obra é de autoria do consultor José Carlos Libânio, do consultor Mauro Márcio Oliveira, do jornalista e engenheiro Maurício Galinkin e do superintendente de Energias Renováveis da Itaipu Binacional Cícero Bley.
Fonte: Redação TN Petróleo
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